Desde a mais famosa ultrapassagem de "objectivos" dos últimos dias, a do dr. Mexia na EDP - até parece que a EDP não faz mais do que a sua obrigação em fornecer electricidade em regime monopolista, estilo "contrato de adesão" irrecusável do lado do consumidor -, que os "objectivos" tomaram conta do fraco imaginário dos pequenos poderes nacionais. Desde o funcionário que cola selos nas cartas ao coveiro municipal, toda a gente tem "objectivos". Neste derradeiro caso, o que acontecerá ao coveiro se não enterrar, porque não morreram entretanto, todos os falecidos que constam dos seus "objectivos"? Até lhe convém que morram mais para ele "ultrapassar" os "objectivos". Este sovietismo serôdio que entrou na vida das pessoas graças ao PS dos últimos anos, supostamente destina-se a mostrar, não se saber bem a quem, a "excelência" (um termo repugnante dos manuais de administração traduzidos relesmente do inglês) dos indígenas e a ainda maior "excelência" dos que mandam neles. Chegou, agora, aos médicos que também terão os seus "objectivos". Talvez haja uma quota para "excelentes" médicos milagreiros e, para consolo das indústrias farmacêuticas, para os que receitem mais e, sobretudo, para os que forem espanhóis. Este trauma uniformizador, sempre justificado por uma meritocracia que só existe nos referidos manuais, é mais uma prova da imaturidade da sociedade portuguesa que, muito adequadamente, não confia em si mesma. E da imaturidade de quem pastoreia. Julgam que, por coisas destas, deixamos a periferia? Que ilusão.
14 comentários:
Com vencimentos e prémios "oferecidos" a esses insubstituíveis gestores ... mas quem é que acredita que este país de trampa está em crise?
Há tipos - esses dos ordenados de luxo - que, quando falassem de crise, deveriam ficar com a boca ao lado.
pagante
Nem mais!
O problema nem é o Dr. Mexia ganhar muito; é ele ganhar tanto num país pindérico e pedir aos portugueses que apertem o cinto!
Um stakhanov chulo e milionário...
São todos muito «liberais» mas não dispensam a doutrina inserta num bom plano quinquenal à moda soviética.
Foi com esses planos - onde se traçavam os «objectivos» da produção - que Estaline industrializou a URSS, nem que para isso tivesse que dizimar muita população.
Aqui os «objectivos» do Sr.Mexia - e bem assim de toda a nomenklatura «empresarial» amiga do «politburo» sucialista - são mais soft e circunscrevem-se ao contínuo esmifrar e expropriação do pobre consumidor tuga e drenar essa receita para bolsos muitos mexidos.
Se esse Mexia é assim tão bom que vá «objectivar» para outra freguesia!
Disse, então, um tal de van Zeller, que é necessário 'segurar' (com ordenados milionários, entenda-se) os ilustres gestores, para que não abandonem o país de merda onde chulam e que, por incrível que pareça, não são culpados dessa "miséria"; os verdadeiros culpados são os 'tipos' deste e de outros governos que contratam os excelentes.
Pois, senhor "van", diga lá a esses "crâneos" que o povo está 'mortinho' para que essa gente da mamadeira dê o fora o mais rápido possível e, aproveitando a 'boleia' o senhor "van" também pode ir.
acéfalo
o povo mortinho para quê?..
O povo é quem tem vindo a criar e dar todas as condições de ser-lhes despidas as calças, mesmo nus, ainda votam nos mesmos. Recebem o que merecem de volta.
Como podem apoiar criminosos morais, jacobinos maçónicos,aproveitadores de pagodilha. É o Portugal de hoje. O que de pior pode acontecer a uma nação é quando sua elite esta basicamente privada dos alicerces da ética e da moral. Talvez sobrem dedos a contar os que servem de facto a sua pátria com lisura e rectidão. Portugal é uma nação envenenada.
Procura-se antídoto para salva-la!
alice goes
-Os objectivos podem ser Soviéticos. - Já os milhões gamados pelos Mexias & Associados »» Só podem ter como paizinho a doutrina neoliberal.
-
ALELUIA!!!
Com a esperança que, definitivamente, tenha percebido os "objectivos socialistas!
Ah!
Somente mais um comentário: não "BATA" mais em Pedro Passos Coelho. Assuma que é a "ULTIMA ESPERANÇA DA SALVAÇÃO NACIONAL (sem o BLOCO CENTRAL"), se assim não acontecer, então "BATA FORTE E FEIO"!
Médicos com "objectivos"?!!!
Nada mais fácil de medir.
Os hospitais, prenhes de gestores, apenas terão que colocar cada um destes controleiros a "tomar conta" de um médico". Periodicamente chama o médico à pedra e, se necessário, dá-lhe uns tabefes.
E admiram-se que corram para a reforma!!!
Para se ver como ele "mexia" na contabilidade da EDP:
http://www.ctoc.pt/fotos/editor2/Publico13Marco.pdf
Refira-se que as acções da EDP Renováveis não valem hoje o preço que na altura permitiu contabilizar como resultado da EDP aquela "bolada" - os ricos investidores a contribuirem para o pobre do Mexia!
alice goes
Quando me refiro ao "povo", é àquele que sustenta o 'rendimento mínimo', o desemprego, as obras públicas com as derrapagens em forma de corrupção e, sobretudo, quem "alimenta" os Ruis Soares, os Bavas, os Granadeiros e todos os mamões destacados nas empresas públicas, que não são mais do que gamelas que 'alimentam' os afilhados do regime.
O 'outro' povo, é o beneficiário desta espécie de república, na simples forma de caca.
acéfalo
Esta gajada trafulha tomou conta da manjedoura e não a larga. Como o sorna do tuga tem os neurónios anestesiados de bola (ainda bem que o benfica foi eliminado, sempre são menos 6 milhões a dormir na forma, digo eu), a quadrilha política ajavarda-se à grande. Sentem-se impunes, já perceberam que o trambolho do "zé" é retardado, está visto. Logo, o eventual receio de levarem com umas "bombocas" nos cornos está fora de questão. E, como não têm vergonha na cara, nem pejo em viver à custa de um povo pelintra a caminho da indigência, passeiam-se alegremente, esfregando nas fuças do Zé povinho, o resultado do saque, que diariamente fazem, à luz do dia.
Ai, que saudades da fp-25 de Abril…
A própria ideia de "objectivos" é relesmente traduzida, sabe-se lá de onde. Eu que trabalho numa escola em que esta nova cultura mercantil (chamam-lhe "transversalidade" e "pró-actividade", alguns espertos) está a ser impingida aos alunos no jargão do psicólogo (vulgo eduquês), reparo que os "objectivos" valem por si próprios. Não interessa o que contêm, analisar o seu valor real - o que interessa é que sejam "objectivos": conquistas, etapas, etc. Eu até posso ter um cagalhão como objectivo, mas se o cagalhão tiver a forma de um projecto então serve como modelo de aprendizagem. Quando os limites do método são o próprio método (o abstraccionismo só tem piada na Arte, e às vezes nem isso), não vamos muito longe. Ficamo-nos, pois, pelos objectivos. Mas enfim, basicamente a ideia é formar pessoas que possam ser abusadas e exploradas nos seus postos de trabalho, porque apesar de a IRREALIDADE (as "competências transversais", os "projectos", a "autonomia no trabalho" e o blá-blá do costume...) estar a ser distribuída a todos de igual forma, a REALIDADE (o acesso ao dinheiro e à recompensa a partir dos quais se estruturam as verdadeiras motivações do indivíduo na sociedade actual) continua a ser distribuída como sempre foi.
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