16.4.10

NO ANIVERSÁRIO DO PAPA


Num inquérito efectuado pela revista de língua alemã Cicero, em 2007, sobre os quinhentos intelectuais alemães mais influentes, Joseph Ratzinger aparecia em primeiro lugar, deixando para trás, entre outros, Habermas, Grass ou Sloterdijk. Ratzinger, num mundo desmazelado e incoerente, é uma clara referência de autoridade intelectual e de seriedade consistentes. Não apenas por aquilo que representa para milhões de católicos espalhados por toda a Terra, mas, sobretudo, porque acentuando corajosa e persistentemente três ou quatro temas fundamentais, a sua palavra exprime a preeminência da fé cristã como o único "registo" de futuro verosímil (ou a sua equivalente "esperança", a "esperança por que fomos salvos, spe salvi) face às abstracções da "racionalidade" laica traduzida na "teologia do progresso", na "modernidade" e na "laicidade", a mãe de todos os disparates e de todos os oportunismos que quase sempre escondem o jacobinismo mais feroz e primário. Ratzinger é Papa em nome da reconciliação da Igreja com o seu próprio "mundo" (e do homem consigo mesmo), uma vez esgotadas as "modalidades" superficiais e enganosas de "felicidade", mesmo aquelas que as "novas tecnologias" (as materiais e as da "alma") prometem. Denuncia a "ditadura de relativismo que não reconhece nada como certo e que tem como objectivo central o próprio ego e os próprios desejos". Exige uma fé "mais madura" e um combate ao "radicalismo individual" que nos faz "ser criança andando ao sabor de ventos das várias correntes e das várias ideologias". É, inequivocamente, um pós-moderno sem complexos retóricos que, desde muito cedo, avisou a Igreja para se preparar a viver em minoria. Habituem-se, pois, todos.

10 comentários:

Anónimo disse...

Caro Dr. João Gonçalves,
tenho aqui que concordar com, e elogiar o seu "post"; as suas judiciosas citações do Papa e a sua correcta articulação no seu texto, mais as ilações que tira, são lapidares e deviam ser de leitura obrigatória para a massa indistinta e oportunista dos críticos (para usar apenas termos suaves). Quero também acrescentar que o que os "advogados", os jacobinos, os comunas, os torquemadas-da-esquerda, os "idividualistas", os "intelectuais" e toda a equiparável cáfila de lacraus não estão NADA ralados e sentidos com as vítimas de pedofilia e o seu sofrimento - isto é gritantemente óbvio. Eles nada têm a defender; nada criam; nada produzem e nada têm para propôr ou oferecer a quem quer que seja (novos e velhos, ricos e pobres, homens e mulheres, feios e bonitos), e testemunham, passivamente, as pobres gentes embrenhadas e consumidas por uma "vida" feita de Ipod's, rotinas estéreis, desourientação, estupidez promovida, banalidade e total falta de princípios. É assim que eles nos querem a todos. Por cá, o rapazinho do BE, a fufa-militante e os "que-não-são-católicos-mas-que-espremem-a-todo-o-custo-todo-e-qualquer-feriado-religioso" para poderem ir passear as suas rotundas pessoas ao centro-comercial, rejubilam com este triste chavasco merdiático. É contudo imperativo que os dignatários e demais Príncipes-da-Igreja, deixem de ser desastrados e parem de dar tiros nos pés. Que ajudem o Santo Padre - Pedro (!) e ponham os olhos em Cristo.
Ass.: Besta Imunda

M. Abrantes disse...

O futuro pode ser construído com a Igreja. Mas não é concebível que os processos da sua construção sejam por causa da Igreja. Dois mil anos passados já nos mostraram que isso não funciona.

Anónimo disse...

Os arautos da liberdade!?...

Mais depressa se apanha um hiócrita, do que um côxo.

Meu caro, o que fez aos meus comentários (educados), foi vergonhoso.

É que a censura, vergonhosa, não é só o que fizeram ao artigo de Mário Crespo.

No entanto e porque não lhe tolero esse comportamento comigo, dou-lhe mais um tempo para considerar.

Caso não se retrate, divulgarei o último parágrafo apagado do seu post "DA PALERMICE UNIVERSAL", bem como dos comentários censurados.

Passe bem.

C. S.

Anónimo disse...

Meu Caro João Gonçalves:

Excelente!

João Caetano

João Gonçalves disse...

Poupo-lhe o trabalho, "CS" (ou, mais adequadamente,SS?). «Atrevam-se a tocar no Papa e vão ver o que é uma cruzada a sério.» Vá, vá lá reportar aos seus patrões ideológicos, seu imbecileco.

João Távora disse...

Muito bem!

Anónimo disse...

Ex.mº Sr. M. Abrantes,

Não é V.ª Ex.ª, ou quem quer que seja, que vai decidir, condescendentemente, que “o futuro pode ser construído com a Igreja”, como quem dá a sua permissão. O passado, o presente e o futuro foram, são e serão construídos com a Igreja; mesmo com todos os suezes ataques da actualidade, mesmo com todas as ofensas e agressões oportunistas no futuro. O receio de que “os processos da sua (do futuro) construção sejam por causa da Igreja” (?) é infundado, imaturo, ignorante e revela frustração e inveja. Mesmo tendo em conta as cavalidades, injustiças, obscurantismos e repressões levadas a cabo, no passado e no presente, em nome da Igreja e até pela própria Igreja, não é honesto o actual chorrilho de equívocos, sabiamente tecidos, e de calúnias, cobardemente lançadas, para que se confunda a parte com o todo. Os abjectos pedófilos criminosos devem ser detidos, julgados e condenados (esperando nós que não o sejam pela eficientíssima justiça portuguesa e à luz do novo código-bonzinho). O couro dos “advogados” esquerdalhos – nacionais e estrangeiros – que pretendem “deter e julgar o Papa” atiram assim o barro à parede - sabendo a tarefa impossível - mais não pretendendo senão achincalhar a Igreja e com ela milhões de fiéis. Os “mérdia” farão muitos telejornais, muitas parangonas, muitos programas – no intervalo dos quais venderão muito sabonete e muito lava-cônas – e teremos estrelas nacionais, como as brilhantes Campos-Ferreira (Fátima...) e a soutoura Judite e outras luminárias iguais de outros países. A Igreja também é o suporte cultural e histórico da nossa civilização. Alguns dos mais importantes mártires da Ciência e da Cultura eram monges e padres; outros – leigos e “civis” – eram pessoas de fé e “tementes a Deus”. Procurar comparar a milenar herança cultural, a TODOS NÓS legada pela Igreja, com os esgares e vacuidades a que actualmente se chama “cultura”, é como dizer que um fundo de garrafa partido e uma esmeralda são semelhantes. Vão mas é aprender qualquer coisa.

Ass.: Besta Imunda

Justiniano disse...

Excelente!!

Anónimo disse...

Aconselho a leitura da carta aberta do teólogo alemão Hans Küng aos bispos católicos do mundo, publicada no "El Pais" de quinta-feira, 15 Abril, e sobre a qual não vi qualquer referência em Portugal.

Anónimo disse...

Parabéns pelo escrito. Belíssimo. Só gostava de saber porque é que os ateus e compª Lda, que odeiam a Igreja e tudo o que lhe diz respeito, se preocupam tanto com o Papa e com tudo o que se relaciona com as leis da Santa Igreja, em suma, com o Divino? Tudo o que respeita à Igreja Católica SÓ diz respeito aos católicos e aos crentes e a mais ninguém. Porquê, repito, os diabólicos jacobinos enxovalham constantemente, por actos e palavras, a Santa Madre Igreja e o representante máximo de Deus na Terra? Será simples inveja (é evidente que também é) mas além da inveja será algo mais e muito mais grave? E este algo mais será aquilo de que todos os católicos, praticantes ou não, mas crentes e respeitadores da Igreja de Cristo desconfiam há muito? A Igreja mas também os católicos do mundo inteiro, que são uma imensa maioria, têm que travar uma luta sem tréguas contra esta campanha de ódio visceral e vergonhoso que diàriamente é lançado sobre o Papa e a Igreja em geral. Claro que os mundialistas - que são quem efectivamente manda na comunicação social mundial - estão de papo cheio. Não há um único país, com pouquíssimas excepções que confirmam a regra, que não estejam a apedrejar o representante máximo da Igreja Católica e bem assim todas as autoridades religiosas que lhe estão ligadas, a pretexto da pedofilia dos padres católicos. E essas sumidades maldizentes já tentaram investigar quanta pedofilia se passa nas "outras" Igrejas? Sim repito, nas OUTRAS Igrejas e de todas as confissões, incluíndo as seitas? Se o não fizeram, façam um esforço e pesquisem e verão as "gratas" surpresas que se vos depararão. Talvez então deixem em paz a Igreja Católica e os seus milhões de crentes em paz.

Claro que o que interessa aos incréus não são as outras Igrejas, confissões e seitas (nem lhes tocam), mas primordialmente deitar abaixo a Igreja Católica sobretudo pela força moral e religiosa que detém no mundo e porque as outras Igrejas e seitas (que algumas também atacam - e exclusivamente - a Igreja Católica), ademais, são território sagrado, protegidas que estão pelos mundialistas, que é quem está por detrás destas campanhas nogentas e quem efectivamente manda no mundo, estando na sua agenda a destruição a prazo do Catolicismo. Mas não terão sucesso - como anteriormente e por diversas vezes na História o tentaram mas sempre em vão.
Maria