4.1.11

O DISCURSO DO MÉTODO


O INE vai alterar o "método" de contabilizar os desempregados. A coisa pela via presencial dava muito trabalho, incomodava as famílias e o telefone resolve tudo sem maçar ninguém. Assim sendo, deixa de ser possível comparar dados que foram obtidos por métodos distintos. A partir de agora, o INE como que parte de uma base zero para as suas recolhas e os números serão o que, naquele momento, eles revelarem. É, dizem, uma decisão técnica. Será. Mas é igualmente política, apesar de estra prevista desde 2008. Nesta altura do campeonato, em que o desemprego é a chaga que se conhece e alastra, não devia ser possível mexer no "método". Todavia, quem manda é o "discurso" dele e não o "método" em si. Nada, porém, que altere a realidade, sempre mais rica (para melhor e para pior) do que os "cientistas" dos gabinetes e de quem manda neles.

10 comentários:

floribundus disse...

enquanto merendo no Colombo sou obrigado a ouvir conversas.
dois homens de 60 invejosos e frustados.
«a família do Fernandinho tinha plantações de chá em Moçambique. por isso o gajo ficou 'chalado'». só mais tarde percebi que o pgr o ignorara

Anónimo disse...

A voragem burróide do funcionalismo só-cretinista continua. Vai ser bem duro levantar "isto" dos escombros.

PC

Garganta Funda... disse...

«Dourar a pílula» é o que eles pretendem!

Anónimo disse...

Como no caso da estabilidade estatística do estado da criminalidade, que é outro, onde está a oposição?

Gallião Pequeno disse...

A propósito de desempregados, atentem aos métodos de trabalho da PT. Procurem saber como de uma forma escandalosa contratam funcionários a termo e meçam a hiperbólica rotatividade dos mesmos. Já para não falar do tempo que demoram a pagar e a da forma despudorada como obrigam (contra a lei) os funcionários a ficar quatros horas sem interrupção a atender chamadas, nem mesmo quando as necessidades fisiológicas o obrigam.
É uma vergonha. E quem fala na PT fala de outros monstros da economia (de direitos e deveres).

Anónimo disse...

Este governo tem passado todos estes anos a trabalhar para as estatísticas, tudo o resto é completamente secundarizado.Tal como o 1º ministro anda "armanizado" o país precisa de uma roupagem que não deixe sinais de miséria, por isso nada melhor que mostrar tiques de novo-riquismo, para impressionar os compradores da nossa dívida.
Qualquer dia o nosso 1º acorda mal disposto e acaba com o INE, só para os números não o chatearem.
Cps
S.G.

Cáustico disse...

Seja-me perdoada a insistência. Quem não é capaz de actuar não deve protestar. Não porque o protesto não seja necessário, mas simplesmente porque é quase inútil.
O INE tem de ser a voz do dono. E como os números do desemprego incomodam o pedante, o cretino político, o canalha político, sim, canalha político, porque quem engana para vencer na política não passa de um vulgar canalha, há que trabalhar os números do desemprego de forma a baralhar o povo, que é o que ele pretende.

burns disse...

querem apostar que nunca mais se vai ouvir falar de desemprego porque os números não são comparáveis?
isto tem dedo desse génio da estatística chamado valter lemos,o merceeiro

Gallião Pequeno disse...

Só uma pequena correcção, não é a PT que emprega, contrata empregadores de trabalho temporário, o que na prática vai dar ao mesmo.

Anónimo disse...

É lamentável. Ainda que haja mérito na alteração - o que o processo parece desmentir - sempre que se fazem alterações metodológicas como esta mantém-se um ano de dados com recolha pelos dois métodos, para permitir as comparações e as diferenças de resultados. Substitui um método por outro de um dia para o outro não tem justificação - é má-fé pura.