
«Da  "fiscalização prévia" [dos orçamentos dos países membros] depende desde já o apoio financeiro que a "Europa"  (incluindo o BCE) dará ou não dará a Portugal no futuro próximo. E,  sobre isso, a "fiscalização prévia" é o primeiro passo para a  uniformidade fiscal, indispensável à sobrevivência do "euro". Se, por  absurdo, Alegre for eleito Presidente e a recusar, como ele agora parece  pedir ao dr. Cavaco, o menos que sucede a Portugal é a catástrofe  económica de ser expulso do "euro". Como o dr. Alegre (e o resto da  esquerda) vive num mundo de fantasia, isto com certeza que não o  impressiona. E, pelos vistos, também não o impressiona que o PS  discorde dele neste ponto decisivo e o torne assim, indiscutivelmente, o  candidato do Bloco. Há ainda quem se lembre (mas não Manuel Alegre) que  o Bloco se formou contra o PS, para o substituir e para o mudar. Mesmo  hoje há lá dentro protestos (de um certo peso) contra o presente conúbio  com o PS. Como existe uma larga fatia do PS que detesta Alegre e acha  deletério qualquer compromisso com o Bloco. O conflito entre as duas  partes já começou e o candidato, condenando a "fiscalização prévia",  contribuiu para o assanhar e para abrir uma querela que pessoalmente o  enfraquece e o desacredita. O lirismo das célebres sessões de  "fraternização" da esquerda não irá resistir à inamovível realidade da  política. Alegre vai a caminho do desastre e não percebeu.»
Vasco Pulido Valente, Público
 
 
 
          
      
 
  
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 comentário:
Era visível desde o início que a candidatura de alegra era, para o PS, uma contradicção com patas. Soares, caquético mas não completamente estúpido, bem percebeu isso. Apenas a arquitecta-roseta, o BE e mais um conjunto de ardinas-políticos-da-esquerda-babosa o apoiaram. "Apenas". E principalmente para chagar o PS e tomar-lhe a dianteira - desarmando-o. Mas sócrates (que entre um furto aqui e uma escolinha ali, tem por vezes micro-rasgos de lucidez) repetiu sem problemas, e com vantagens, o esquema já usado com soares - mandando conscientemente alegre para a morte, fazendo pirraça a soares e garantindo assim o mal-menor para a sua irresponsável governação: Cavaco. Para sócrates, alegre seria bem pior; nunca se poderia saber o que um disparatado imprevisível como alegre faria ou diria na presidência.
Ass.: Besta Imunda
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