2.9.10

NÃO HAVERÁ REGRESSO

«Mais do que de perda de referências, é de uma perda de magnetismo que se trata hoje. Vive-se uma desmagnetização geral dos valores, e sem valores pode haver chefias, mas não há lideranças. Pode haver impulsos, mas não há soluções. Pode haver gestão, mas não há visão. Lidamos hoje com um mundo em intensa transformação, o que o Ocidente sente como um drama, mas o resto do mundo vê como uma fantástica oportunidade. Todos os dias verifico isto mesmo nas reuniões da UNESCO: um mundo entusiasmado face a um Ocidente desmoralizado. A energia emergente que se contrapõe à fadiga declinante, com Darwin a sugerir a todos e a cada um o seu provável futuro. O Ocidente, e nomeadamente a Europa, aparece cada vez mais como um bloco conservador, nostalgicamente à espera que o tempo volte para trás - aí a meados da década!... -, quando a ilusão do seu natural domínio mundial se começou a esfarelar. Mas não haverá regresso.»

Manuel Maria Carrilho, DN

12 comentários:

FNV disse...

Weimar.

floribundus disse...

regresso do caminho marítimo para a Índia
com a nau catrineta a naufragar.

aprendi bastante ao ler sobre a formação do Museu oficial da arte nazi pelo pintor Adolf Ziegler.
a europa parece o Dritten Reich dos mil anos

MINA disse...

De facto, não haverá regresso. Nem fazemos ideia do que nos reserva o futuro, tais e tantos são os vectores que cruzam.

Não sei se isto é Weimar, como escreve FNV; julgo que se parece mas não é, pois o enquadramento é muito diferente.

Quem viver, ou sobreviver, verá!

Anónimo disse...

Na parte que nos toca, como já o disse o grande Mandil, Portugal já atingiu o máximo supremo estágio de "piloto automático".

Dai a ser uma "verdadeira" preocupação ainda faltam umas eleições.

A

Rui

Anónimo disse...

O primeiro-ministro fez hoje uma noitada em Tripoli a assistir à cerimónia de aniversário da revolução líbia, depois de ter tido uma reunião política – o encontro 5+5 da bacia do mediterrâneo -, que durou apenas 20 minutos.

As comemorações, que decorreram pela madrugada dentro num grande hipódromo da capital líbia, abriram com uma longa série de discursos. Todos de elogio exaltante do regime. Seguiram-se desfiles de mulheres soldados, de motos a alta velocidade, de brigadas de cavalaria, de grupos de música beduína e fogo-de-artifício, que motivou os primeiros aplausos espontâneos das dezenas de milhares de populares que assistiam às comemorações.

José Sócrates e a comitiva do Governo português abandonarem o hipódromo já passava das duas da madrugada, num momento em que desfilavam centenas de crianças a gritar vivas “à mãe pátria Líbia”.

(Do Público online)


Isto está porreiro, pá.

Anónimo disse...

Sabe o que não entendo de vocês porugueses que leio por vezes nesses blogs inteligentes!? - falam de "despreendimento a tudo que deve ser considerado", dessa falta de "tesão" pra vida em geral (e as transofrmações que ela exige...) mas ficam muito tempo a ler jornais!, a comentar de ministros!, a reclamar!!!! Amigos, senão há ânimo pra começar nada novo aí, ao menos parem de chorar pelo e com o velho, insoso, carcomido!
Sorry, mas os admiro tanto, mesmo a melancolia pode ser criativa. Vide Weimar, como ocmentou o sujeito acima...
G

Godinho disse...

Lapidar.

v disse...

Não percebo como é que se equaciona a tese do declínio do Ocidente, quando a emergência de outras culturas não é mais do que a sua ocidentalização.

menvp disse...

Fim da Cidadania Infantil!
'Vira o disco e toca o mesmo' - vulgo eleições antecipadas atrás de eleições eleições antecipadas - não é solução!...
A democracia directa também não é solução...
Os cidadãos não podem ver os políticos como um 'paizinho'... devem, isso sim, é exigir maior fiscalização e controlo sobre a actividade política!
De facto, quem paga - leia-se, contribuinte - tem de ter um maior controlo sobre a forma como é gasto o seu dinheiro!
EXPLICANDO MELHOR: todos os gastos do Estado que não sejam considerados do «Prioridade Absoluta» [nota: a definir...] devem estar disponíveis para ser vetados durante 48 horas pelos contribuintes [nota: através da internet].
Para vetar [ou reactivar] um gasto do Estado deverão ser necessários 100 mil votos [ou múltiplos: 200 mil, 300 mil, etc] de contribuintes.

Resumindo e concluindo: não se queixem do facto de estar a ser mal gasto dinheiro do Estado: abram os olhos... e vetem!

Anónimo disse...

Das constatações à prática vai uma enorme distância. E da identificação de problemas a um governo corajoso vai todo um mundo. MMC não escreve (julgo eu) para preparar o terreno a uma sua ida para o poder - seria de uma igenuidade biberónica, pois além do mais estaria a partir do princípio de que é muito lido, que seria lembrado e que o seria por gente inteligente. Seria pedir ou esperar demais.
Nada do que MMC constata seria possível sem o crescimento absurdo do consumo na China; os ainda pobres e subdesenvolvidos países que produzem e vendem matérias-primas têm por isso a sua dose de crescimentos de quase dois dígitos ao ano. O brasil incluído; e não porque de súbito tenham inventado algo que os destaca ou que os ponha no topo legitimamente: todos estes países - India incluída - mais não pretendem que tomar o lugar do Ocidente, imitando e seguindo muito receitas vistas. Para que não cometam os mesmos erros, jamais se poderão ou deverão entregar ao Estado-Social-modelo, pagando bandas gástricas a obesos e criando "rendimentos mínimos garantidos". E também deverão manter uma certa dose de prática sexual terceiro-mundista, pois sem isso acabarão como a Europa (especialmente nós) em que, para cada novo garoto que nasce, existe já uma legião de velhos com cus para lavar e vómito para limpar.
O Ocidente e especialmente a Europa não tem liderança, visão, força, magnetismo ou futuro; porque todos se quedaram na preguiça e na inútil e pacóvia prática dessa nova caridadezinha, que é "o respeito pelos direitos humanos". Milhares de milhões são gastos com os pobres de África e Ásia que preferem continuar pobres (permitindo líderes cruéis e cleptómanos). Uma certa violência é necessária a um saudável crescimento e prosperidade das nações; e um certo pragmatismo institucional também. A Europa castrou a violência e o orgulho, matando a cultura e inventado a koltura - paga ao quilo. E criou cargos. Muitos cargos e muitos ordenados. Tudo receitas certas para a decadência.

Ass.: Besta Imunda

Zé Rui disse...

E o mundo ocidental (materialista e egoista) irá assistir de braços cruzados a esta mudança? Vai passar do centro para a periferia da riqueza mundial de animo leve? Não me parece....... Ao fim ao cabo, as origens de todas as guerras é económica........ e a história tem uma irritante caracteristica de se repetir ciclicamente.........

Anónimo disse...

O resultado do cocktail depressivo entre a culpa e o narcismo já institucionalizado culturalmente e explorado a toda a força desde os anos 60 pelos "compagnons de route" do MMC...

Culpa e narcisismo são outras palavras para Pós-Civilização. Aqueles que se esqueceram dos incentivos que constróiem uma.

lucklucky