Lamento desapontar os leitores cheios de certezas, mas - e ele sabe como estou à vontade para dizer isto - o que o Daniel Oliveira deixou expresso no palco do Teatro Camões (ou as apreciações do bastonário Marinho sobre a maneira como são prolatados acórdãos ou sentenças e acerca do demagógico enunciado dos "poderosos") é correcto porque não demonstra pensamento único e insiste na valia civilizacional da dúvida. Tal como as declarações serenas de um rapaz chamado Bernardo que interveio no processo como assistente. Os tribunais supostamente administram a justiça, pelo menos em países a sério. Não condenam nem absolvem para agradar à massa bruta e encher manchetes. Chamar "positivo" a este desfecho precário que ocorreu na Expo, e nos termos em que ocorreu, não é tanto não perceber nada de direito ou do que seja um facto. É pura miséria instintual.
34 comentários:
De quem eu tenho verdadeiramente pena no meio de todas esatas misérias jurídicas é das vítimas, que qualquer dia voltam ao estatuto de alegadas vítimas. Com tudo isto, já ninguém sabe nada, nem uma sentença do tribunal é válida. Para esta merda, mais valia não terem dito nada.
Uma curiosidade: serão os primeiros inocentes deste país a serem condenados? Ou o João faz sempre este chinfrim quando vê os Tribunais a cometerem uma injustiça?
Ah, lembrei-me agora. Apenas o faz quando está em causa "A VERDADE!!!"
Factos, João, aponte factos!!!
Este debate no Prós e Contras contribuiu para os mais distraídos começarem a perceber o que se oculta no Processo Casa Pia.
A mudança de datas nos presumíveis crimes, depois de encerrados os depoimentos, sem que fosse dada oportunidade aos arguidos de contraditório é uma monstruosidade jurídica que revela que a JUSTIÇA portuguesa está agonizante.
Um regime onde se pratica uma Justiça de que o Processo Casa Pia é um exemplo paradigmático, se não está morto, está moribundo.
Deseja-se, pois, e aguarda-se um novo Regime.
Vá falando. Admiro uma coisa no entanto: é que nem disfarça.
Da minha parte, não passei, após a leitura do resumo do acórdão, da incerteza para a completa certeza. Se humanos são os tribunais, propícios serão ao erro. O que se passou na passada 6ª feira, creio, foi passar-se de uma incerteza agnóstica quanto à culpa ou inocência de cada um dos arguidos para uma incerteza mais verossímil, mais depurada. Depois de terem sido condenados por um tribunal e após 8 anos de compilação de evidências, não se pode continuar, após a condenação, no mesmo grau de incerteza que antes. Pode-se ter dúvidas, mas não no justo e neutro grau de outrora.
Já não falo do resto, mas do Bernardo, ou da sua referência ao Bernardo. Ele é o "bom" assistente porque só teve azar com o Bibi. Os outros, que falaram de altas figuras da nação, eram reles mentirosos. Falar de "poderosos" seria demagogia se eles não cometessem os maiores crimes. No processo Casa Pia, senhor articulista, os pobres hão-de ser atropelados até ao fim. Pense ao menos nessa possibilidade.
http://portadaloja.blogspot.com/2010/09/marinho-e-pinto-outra-vergonha-da.html
o 'entertainer Marcelo' disse há uns anos nos comentários da rtp:
'é a justiça a funcionar'.
esqueceu-se de informar os contribuintes
se esta funcionava bem ou mal.
'muito péssima'
tenho vergonha de ter de viver 'aqui e agora'
Um cobardolas anónimo escreveu que nem disfarço. Não disfarço o quê? Vomite lá o que lhe vai na alma.O facto de se tentar pensar no meio do charco é imediatamente acto contra as vítimas? Ou estamos proibidos, pelo anonimato, de ter dúvidas? È que, nisto como em muita coisa, o que não tenho é a certeza totalitária que muitos revelam. Se não conseguem ler isto, paciência.
Estranho é que a sua acutilância que tanto aprecio na apreciação das nossas "elites" dê lugar, quanto a este tema, a um acomodado adepto do programa da D. Fátima e seus munchachos residentes.
E se é de direito que se fala, não é difícil perceber o que é que se passou nos últimos seis ou sete anos de processo. A leitura da sentença é, quanto a isto, exemplar: o CPP permite que a leitura integral da sentença seja substituida por uma súmula. Erro capital...ao optar pela leitura da súmula, vamos ter recursos infidáveis sobre o que é ou deve ser uma súmula. E é esta a história do processo juducial da casa pia: cada momento processual deu lugar a infindáveis recursos e requerimentos dos advogados dos arguidos.
Naturalmente que a culpa não é dos arguidos que estão a exercer o seu legítimo direito de defesa mas das vitimas que ousaram confessar que foram violadas.
"E se é de direito que se fala", como está no comentário anterior, a impressão de mil e tal páginas ou um cd levam mais tempo a entregar do que oito anos de processo? Quanto ao programa da D. Fátima, a minha opinião é a mesma. É um programa regimental. Mas o caso Casa Pia é o quê?
Tem toda razão quanto à sentença.
Cumprimentos,
(Autor do comentário anterior)
Um mérito o programa teve: os abutres não entraram. A máfia de Pina Manique (Catalina, Namora, mestre relojoeiro, o braço-direito de Bibi, etc.), os dâmasos e as cabritas da vida, desta vez não tiveram tempo de antena. Se mal pergunto: então aquele rapaz que se apresenta como ex-braço-direito de Bibi, qualidade em que cometeu inúmeros crimes (é só ir ler uma entrevista que deu ao Expresso em 2003), esse fulano não é julgado como proxeneta de menores?
Alguém me explica porque convidou a Fátima Campos Ferreira, para representar as "vítimas", um rapaz que nada teve a ver com este processo, visto a única pessoa que acusou foi o Herman José... que, como toda a gente sabe, saiu ilibado duma mentira patente visto não estar em Portugal na data em que supostamente "abusou" daquela pobre criancinha?
CCruz- com lágrimas de jacaré - queixa-se de que foi a mediatização do julgamento que o condenou...
"Amor com a Amor se paga", as Tvs 8 e não só) galfinham-se para o obsolver!
A RTP - Serviço Público - após o execravel Pros e Contras... tem por obrigação dar "acolhimento" a qualquer condenado... da 1ª instancia... pressionar a Relação e "comover" a opinião publica´passa a sser um direito televisivo...
Nem nas investigações de homicídios, e depois nos respectivos julgamentos, se consegue rigor e recolha de prova inatacável, testemunhos credíveis, imparcialidade, tranquilidade processual, etc, etc. E, mesmo assim, os homicídios são punidos com particular severidade neste país, sendo a populaça implacável e totalmente reprovadora desse fenómeno. Quanto a testemunhos e depoimentos, é preciso ter em conta a falibilidade da memória e a subjectividade mais ou menos fantasiosa de cada um de nós.
Quanto aos miúdos violados na Casa Pia nada sei; informei-me (mal) nos jornais e nas televisões; não sei se mentiram ou se disseram a verdade (a tal...) quanto aos seus verdugos violadores. Há que ter em conta que a memória de garotos quanto a lugares, ambientes, sons, cores, escala, dimensão, distâncias etc, é ainda mais sujeita a subjectividade do que a da maioria dos adultos. Mas que foram violados a ponto de sofrerem de prolapsos anais e terem de usar fraldas, isso é incontestável.
O testemunho - de um adulto - é falível e subjectivo; e, dependendo da pessoa em causa, pode ser mais ou menos credível. Acresce que muitas vezes as pessoas mais não querem senão "falar", tendo um prazer absurdo em poder "testemunhar". Mas como avaliar devidamente a coisa se eu próprio não me lembro do que vesti no dia anterior, se nem sei se o casaco que neste momento envergo é rachado de lado ou tem pregas? Depois temos todo um tema melindroso - no fundo é exactamente o mesmo desde os Balet-Rose, passando pelo padre Frederico e a Madeira, continuando para os Açores e a Casa do Farfala, e chegando ou aterrando na Casa-Pia - que tem vindo a revestir um grau de gravidade e de nojeira variável; mas sendo sempre mais ou menos o mesmo caso. A justiça também tem sido mais ou menos a mesma. Só há garantia de termos uma que funcione melhor se a política não interferir, se existirem meios laboratoriais de recolha e tratamento de prova, se existir diligência e competência e se os juízes forem imparciais e aplicarem uma lei JUSTA E BEM ELABORADA, de modo a proteger de facto a sociedade do crime. Se, se, se, se. Exactamente na Casa-Pia como noutros casos. Exactamente igual. O "Prós & Prós" só teve lugar porque o caso meteu meninos violados e personagens poderosos. Os mija-na-escada nunca chamam a atenção. Facto.
Ass.: Besta Imunda
Eu só quero ver e ouvir os fundamentos da prova de todos e cada um dos condenados. O resto não me interessa p'ra nada.
João Gonçalves
A sua simpatia para com os pedófilos é revoltante. Transformar um blogue de boa análise política em instrumento de defesa de condenados por abuso de menores era algo que eu não esperava ver neste blogue.
Aquele programa de ontem do "Prós e Contras" foi uma autêntica fantochada... um bastonário que na luta sem tréguas contra os juízes ate o caso casa pia serve para a sua propaganda; um ingénuo chamado daniel oliveira que se sai no final com esta à altura de uma criança de seis anos. “nenhuma factura dos telefones dos arguidos mostrava a existência de chamadas entre si”. Valeu a clarividência do Rui Rangel. Até o José Manuel Fernandes deu para ver que se encontrava desconfortável face a mais uma operação de limpeza da imagem do Carlos Cruz. Insuportável a forma como a jornalista dispensável que é a Fátima Campos Ferreira se dirigia ao Carlos Cruz. Este senhor tem uma capacidade de sedução e persuasão notáveis; e de saltitar de tv em tv vai agremiando mais uns indefectíveis da sua dita “inocência”…
Concordo com Daniela Major (1:00 AM) que "mais valia não terem dito nada". Não conheço obviamente o processo mas apenas o que dele tem sido relatado. E que não é edificante. Sempre houve prostituição nos jardins de Belém e não só de casapianos, mas de soldados, marinheiros e civis de toda a espécie. E os casapianos que lá iam não eram necessariamente criancinhas, pelo menos a maioria, como se concluiu de todo este processo e da propaganda "ad nauseam" que dele fez a comunicação social.
Não sei se os acusados, face às actuais disposições legais, são vítimas ou inocentes. Em outros tempos civilizacionais, tal tipo de relações não era crime mas antes prova de sabedoria. Não só na Grécia Antiga mas nas civilizações coevas.
A Casa Pia, instituição donde saíram pessoas que se notabilizaram na vida nacional ao longo de dois séculos, foi enlameada, e com ela todos os seus antigos alunos, desnecessariamente. Porque o que está em apreço, sob uma ou outra forma, continuará a existir até ao fim dos tempos. E nada nem ninguém poderá obstar, porque é da natureza do género humano. Pretendeu-se destruir a Casa Pia, dado o património que possui? E também foi decapitada a direcção de um partido político. Com que intenções? Quero crer que a seu tempo, teremos respostas a muitas destas perguntas.
Lamento que este magnífico blog esteja a ser enredado na questiúncula da Casa Pia e esperava que o autor a tal não se expusesse. Com efeito os comentários revelam quanto a questão é melindrosa e reveladora da nefasta influência da comunicação social(todas as opiniões derivam disso) pelo que penso que o melhor será deixar as coisas se desenvolverem pese embora ser verdade que face à incompetência da Justiça nada de verdadeiramente objectivo se virá a concluir.
Pois também me parece que o programa é regimental e apresenta a versão do regime. E como se congratula o comentador das 10:04 a versão do regime inclui uns (marinho, cruz) e exclui outros.
Sem qualquer empatia com o relativismo de Pilatos (éticamente significativo) também tenho, sempre, dúvidas sobre os veredictos da justiça dos homens.
De qualquer modo, o que mais me incomoda na "justiça portuguesa" são os sucessivos "lavar das mãos", que muitos convertem em títulos de bom comportamento.
Por outro lado, se a invocação dos "poderososos" transporta o fantasma da demagogia, no caso concreto revelam-se uns réus com condições para veicular uma mensagem e um coro impressionante depois de um julgamento, em que, sem "pôr as mãos no fogo" por nenhum juiz houve margem para produzir e impugnar todas as provas que quiseram.
A condenação proferida por 3 juízes "imparciais"(que se seguiu a uma acusação, a uma pronúncia e respectiva confirmação pela relação) que tiveram de concluir que não havia dúvida razoável, não é a Verdade, mas parece-me bastante mais convincente e relevante do que a verdades dos interessados e seus representantes condenados por factos concretos integradores de crimes graves e a verdade do programa regimental.
Só isso, sem quaisquer ataques à opinião diversa de quem formula outro juízo imparcial...
Nem toda a gente é perfeita...nestes posts se vê algumas das imperfeições do seu autor...
Já não há dúvidas que Portugal bateu no fundo.
Como é que uma televisão pública, paga com o dinheiro dos contribuintes, se presta a um serviço daqueles, onde são parodiados os juízes?
Como é que uma televisão pública, sob a tutela do poder executivo, faz um programa que atenta contra os outros poderes, o legislativo e os tribunais?
Bem sei que a «Justiça» em Portugal
tem estado pelas ruas da amargura, mas no presente caso ainda vai haver recursos para outras instâncias e é mistificador criar na opinião pública o sentimento de que houve crimes mas que não houve culpados!
Nesse conclave compareceram gente miserável:
-O bastonário dos advogados dos condenados. Nem sequer teve uma palavra para as vítimas.Um mercenário do actual poder que quer continuar a manipular a opinião pública contra a «Justiça»;
- O escriba Daniel Oliveira, mais um fracturante folclórico, que tem muitas certezas, mas que não sabe nada nem entende nada;
- O JMF e o Juiz Rangel que foram lá caucionar esta pouca vergonha.
Em que país - minimamente decente - os condenados vão a debates num programa de prime-time e numa televisão pública nacional?
Nos EUA, e sem prejuízo dos recursos que a lei prevê, os condenados iam direitinhos para a cadeia.
Realmente, retoma-se a tradição da RTP de ser a Lavandaria-Geral da República.
A D.Fátima, que é mãe e avó, fez um mau serviço à comunidade: fez um programa que teve como objectivo branquear os crimes da pedofilia.
Uma vergonha!
Para todos eles o meu abundante vómito!
Os posts do Daniel Oliveira e do João Gonçalves falam do que não sabem e como a ignorãncia é muito atrevida, fazem uma figura um pouco ridícula. E por isto:
No caso de Carlos Cruz - assim como de outros arguidos -, não foi apenas o colectivo de juízes que o considerou culpado, mas também o juiz que decretou a prisão preventiva (que exige a existência de fortes indícios da prática do crime pelo arguido), os juízes da Relação que confirmaram tal decisão, mais o juiz de instrução que pronunciou o homem. O mesmo vale naturalmente para os restantes arguidos. Em suma, temos, para cada arguido, a convicção de, pelo menos, oito juízes.
No caso das vítimas vale naturalmente o facto de terem prestado depoimentos noutros processos de abuso sexual com casapianos (e foram vários) e de também nesses processos terem sido consideradas credíveis.
No caso da falta de fundamentação, a leitura dos fundamentos levaria a que o tribunal ainda hoje estivesse a ler o acórdão, porquanto estão em causa centenas de crimes e todos eles teriam de ser "fundamentados" (quanto à prova pericial, testemunhal, por reconhecimento com natural recusa dos fundamentos apresentados pela defesa). Se a estupidez pagasse imposto, os defensores do "Estado Direito" estariam falidos como o país.
Relativamente à falta de cópias, é caso para perguntaro que seria preferível; que as televisões soubessem por um defensor de um outro arguido ou por um funcionário do tribunal da condenação antes desta ter sido lida e de os arguidos a conhecerem (e o que se diria nesse caso?) ou que as mesmas fossem dadas aos arguidos numa data próxima posterior, sendo certo que tal facto em nada prejudicaria o prazo de recurso e os direitos de defesa? Enfim, dúvidas metodicamente estúpidas, estas do Daniel Oliveira.
Donde, o comentador que nada saiba sobre o assunto pode acreditar nas dúvidas do Daniel Oliveira e do João Gonçalves, ou seja, de quem nunca leu o processo, ouviu as vítimas e os arguidos, em suma, conheceu os factos ou em quem leu o processo de fio a pavio, ouviu todas as testemunhas e arguidos, tem, em alguns casos, dezenas de anos de experiência de fazer isso mesmo e sabe alguma coisa de direito penal, ao contrário daqueles. Por mim, até prova em contrário, isto é, enquanto não li o acórdão (e aposto que nem o Daniel Oliveira, nem o João Gonçalves o irão fazer), acredito nos sete ou oito juízes que, em momentos diferentes, formaram a sua convicção no sentido da culpabilidade do Carlos Cruz.
Quanto à pressão da opinião pública, acho particularmente estúpido que, sem se conhecer pessoal e profissionalmente os juízes em causa, se os julgue capazes de condenar um inocente para agradar a uma opinião pública, cuja, aliás, parece mais favorável aos arguidos (é ver o Prós e Contra).
AO ANÓNIMO DAS 12:07 AM
(O QUE É A VERDADE?)
Para que os arguidos tenham sido levados a julgamento, foi necessário provar e comprovar que as acusações das vítimas tinham fundamento, creio eu.
E, para que as provas tivessem 'alguma' credibilidade, as vítimas foram sujeitas a rigorosos interrogatórios, feitos por pessoas especializadas que, num abrir e fechar de olhos, desmontam qualquer intenção menos própria para acusações, após a avaliação das declarações que, presume-se, tenham sido 'filtradas' e 'passadas' por um crivo de malha muita apertada, creio eu.
Além dos interrogatórios policiais e judiciais, os queixosos foram sujeitos a exames de comportamento mental e comportamental, feitos por especialistas na matéria (psykhé) que, àparte a desacreditação montada pelos acusados - também à polícia, à magistratura, enfim, a quem tenha 'sequer' dúvidas! dos factos -, a idoneidade dos peritos não deve ser contestada em assunto tão importante, melindoso e que põe em causa a honra e a dignidade das pessoas, creio eu.
Outra coisa é a pesada pena de prisão que o Tribunal atribuiu aos réus que, com tantos protestos dos mesmos, já não se sabe bem se são arguidos, acusados, condenados virgens ofendidas ou, simplesmente, inocentes, julgados culpados numa justiça que, no dizer deles e de quem os defende, é "negra", "tenebrosa", do pior, aplicada por incompetentes juízes.
Não sei quantificar crimes.
Há várias MANADAS: uma, é a que o autor do blog tanto 'gosta' de referir e que é o cidadão anónimo, ou não, em reunião; outra, bem pior do que a primeira, creio eu, é elite deste país à beira do caos da decência.
E a 'outra' MANADA é sempre impoluta, mesmo que os actos que pratica sejam do mais asqueroso e reles; pelo menos assim se julgam em causa própria.
É certo que há erros judiciários e concordo a 100% que mais vale 'um culpado à solta do que um inocente condenado', se bem que, como adiante observo, não é do caso em apreço.
Anda, então, a Justiça pelas ruas da amargura; senão vejamos:
O tribunal de 1ª. Instância enganou-se a 'julgar', como se pode, depois, enganar o da Relação, como se pode, depois, enganar o Supremo, como se pode, depois, enganar o Constitucional, como se pode, depois, enganar o dos Direitos do Homem, como se pode enganar quem não diz que os visados estão inocentes, e por aí fora até que sejam inocentados e absolvidos, mesmo que se recorra a um tribunal 'talibã', creio eu.
Assim, o melhor é fechar a loja, pôr toda os condenados na rua, mandar a Justiça às urtigas, condecorar e indemnizar os "suspeitos-agora-vítimas-inocentes" e cantar o Hino Nacional, sublinhando com ênfase
"NOBRE POVO".
antónio chulado
Congratulo-me por continuar a poder ler tanta certeza até acerca da minha ignorância. Como dizia o Régio, há, nos olhos meus, ironias e cansaços. Não esqueçam a abertura da caixa de pandora, preclaras inteligências nacionais e crédulas da justiça nacional. Estão bem uns para os outros. Quanto ao Ramiro Marques, continua a não entender nada do que escrevi.
Aqui quem vomita é o senhor e não é poupado. Sobre si não me vai nada na alma ou acha que perco mais que estes dois minutos consigo? Está à vista. No meio de tanta expectoração, a D. Fátima, o bastonário ou mesmo o bloquista não lhe parecem tão escarros à luz do caso. Parecem-lhe saliva sem ranho.
Ninguém tem certeza totalitária de nada. V. é que parece tê-la e chama-lhe dúvidas. Mas não se canse, que a justiça segue o seu curso e pela frente teremos muitos e gratos episódios que com certeza o acalmarão.
Cobardolas anónimos, aceita-os desde que vão a favor do grão. Seja para escarradelas, seja para lhe permitir vomitar por cima. Feche os comentários, é mais honesto que andar a lamuriar-se ou a editar como edita.
Não discuto com fantasmas. Dê a cara se tiver uma. Relativamente às observações de "Lucullus" - «não sei se os acusados, face às actuais disposições legais, são vítimas ou inocentes. Em outros tempos civilizacionais, tal tipo de relações não era crime mas antes prova de sabedoria.» -, os abusos sexuais e a pedofilia, previstos e punidos no Código Penal não constituem "prova de sabedoria". São crimes e é sinal de civilização que o sejam. E que os agentes dele, os reais agentes deles, devem ser punidos nos termos da lei.
A publicidade que vai ser dada a este processo e a decisao vai permitir aos interessados fomular opiniao sobre como foi valorada pelo tribunal a prova produzida, o que ate agora nao e possivel, sendo prematuras as ideias que sobre o assunto tem sido expressas pelos «juizes populares» (de medico, de louco...e agora de juiz...). Neste tipo de crimes julga-se muito com base na prova testemunhal que esta longe de ser a ''rainha das provas'' dados os erros possiveis como evidencia a Psicologia do testemunho. A douta catalinaria segundo a qual as criancas nao mentem (como se a ciencia nao tivesse ja evidenciado os casos das criancas mitomanas) seria de rir se nao fosse um dos sinais de que a caixa de pandora a que se refere o Joao Goncalves ja se abriu ha algm tempo. A sede de exposicao mediatica de condenados e algumas das ditas vitimas e a intensidade com que e saciada constitui mais um desses sinais inquietantes. Suspeito que vai haver motivo para varios fasciculos.
Menos paixão e mais razão é o que se pede.
Nunca pensei ouvir o J. Gonçalves a debitar tantas enormidades. Mas olhe que nunca é tarde para se aprender com quem sabe.
Aqui: http://portadaloja.blogspot.com/2010/09/marinho-e-pinto-outra-vergonha-da.html
As pessoas não podem andar a dizer que não sabem se Carlos Cruz é culpado ou inocente.
Porque num estado de direito o conhecimento da culpa ou da inocência é estritamente aquele que puder ser literalmente retirado das sentenças ditadas pelos tribunais, nas suas mais elevadas instâncias.
Era o que mais faltava se as dúvidas dos cidadãos fossem, por inerência populista, transformadas em dúvidas dos tribunais.
Ainda para mais quando essas dúvidas são debitadas por um cidadão condenado em primeira instância (e que fala na TV, com o tempo de antena digno do presidente de uma ditadura, como se o condenado fosse um outro, seu clone, de paradeiro incerto), e por um bastonário que odeia juízes e lança suspeitas sobre as intenções dos juízes deste caso e sobre o financiamento de advogados, sem qualquer fundamento (se os advogados elegeram este senhor, então não é só a classe dos professores que precisa de uma avaliação profunda, séria e urgente).
A maior parte dos anónimos que escreveram acima são magistrados cobardes que vomitam ódio e impotência contra quem ousa discutir as suas sentenças.
SR. Chulado, as vítimas NÃO FORAM "sujeitas a rigorosos interrogatórios, feitos por pessoas especializadas... que, presume-se, tenham sido 'filtradas' e 'passadas' por um crivo de malha muita apertada, creio eu". Foram, isso sim, interrogadas por gente apostada em acreditar em tudo o que dissessem.
Não há, em Portugal, agentes abalizados para fazer interrogatórios deste género, nem aliás a Polícia estava interessada em investigar, como aliás se viu.
E 2) também NÃO FORAM "sujeitas a rigorosos interrogatórios, feitos por pessoas especializadas... e 'passadas' por um crivo de malha muita apertada". Foram, isso sim, interrogadas por uma psiquiatra inexperiente, que admitiu em tribunal nem saber muito bem o que estava a fazer.
Quanto às "perícias" do foro físico, elas apenas demonstraram que os rapazes tinham sido passivos em relações anais. O que nunca ninguém pôs em dúvida. O que não demonstrou - nem podia demonstrar passado todo aquele tempo - foi que tivessem sido com "aqueles" arguidos, ou se houve abuso ou não. É que as mesmas marcas teriam sido detectadas à mesma em sexo consensual...
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