4.7.10

PORTUGAL DOS PEQUENINOS


«Em Março de 2006, soube pelo jornal Expresso que ia ser, como se diz, "processado". A queixosa, uma jornalista da casa, parecia implacável. Durante 40 anos, sempre tinha escrito sobre toda a gente nesta terra com franqueza e brutalidade e nunca tinha sido "processado" por ninguém; e sempre toda a gente tinha escrito sobre mim com franqueza e brutalidade, sem nunca me ocorrer "processar" ninguém e, sobretudo, um jornalista. De qualquer maneira, desta vez, não havia nada a fazer. Passaram meses, já não me lembro, ao certo, quantos. Mas, lá por Maio ou Junho, fui acordado por um oficial de diligências (muito amável), que me apresentou um papel. Por efeito de uma "denúncia" (palavras dele), era, de facto, oficialmente, um réu. A história começou aí e não começou bem. Primeiro, tive de me apresentar na polícia, que me tratou como um criminoso e se interessou pelo meu cadastro (inexistente), pelo meu estado civil e mesmo, como de resto é compreensível, pelos meus rendimentos, porque a ofendida me pedira 100.000 euros de indemnização para me punir e, presumo, restaurar a sua honra ofendida. Depois disto, fui mandado para casa. Veio, a seguir, um tempo, inquietante e largo, até que uma juíza de instrução, "acompanhada" pelo Ministério Público, resolveu que o meu "crime", ou alegado "crime", merecia julgamento. As minhas "testemunhas", como João Bénard da Costa, não a convenceram. Fiquei assim à espera de um tribunal, com 100.000 euros pendentes sobre a minha pobre cabeça e a minha vida paralisada. Vivi um tempo duvidoso e angustiado, antes de chegar a tribunal em 2009. No tribunal, o réu é tratado como um leproso. A lei reserva para ele uma espécie de capoeira, que o separa da gente presumivelmente honesta. Ainda por cima, só pode falar em pé, enquanto a acusação e os magistradas falam sentados, com a dignidade que sem dúvida merecem. A simples posição no espaço nega infelizmente ao réu a presunção de inocência, que a lei lhe atribui, e confirma tacitamente sua culpa. O vexame é pesado. Sucede que, apesar disto, o tribunal, com a concorrência do Ministério Público, me absolveu. Acabara a história? Não. A queixosa recorreu para a Relação, e quando a Relação sustentou a sentença, recorreu para a "conferência" ou "plenário" da Relação (não sei o termo exacto), que decidiu finalmente, em 2010, pôr um ponto final no episódio. Entretanto, perdi cinco anos de vida: cinco anos de humilhação, de insegurança e de angústia. A justiça não é má. A lei, essa, é intolerável

Vasco Pulido Valente, Público

Adenda: O texto que deu origem à "denúncia" é o que se segue e a "denunciante" é a dra. (sem aspas porque é, primeiro, do curso de direito de Santana, Barroso e outros, em Lisboa, e, depois, do de Coimbra, tomado à letra o primeiro texto do livro A Pluma Caprichosa) Clara Ferreira Alves.

«A hipotética "dra." Clara Ferreira Alves (chegou com dificuldade ao actual 12º ano), crítica literária que leu (jura ela) "os clássicos", especialista do último escritor inglês com quem almoçou, autora de um romance anunciado em 1984 e nunca até agora publicado, dona de uma coluna ilegível (e bem escondida) na "revista" do Expresso, foi um dia arvorada directora da "Casa-Museu Fernando Pessoa" pela conhecida irresponsabilidade de Pedro Santana Lopes, de quem ela tinha sido uma entusiástica partidária. Daí em diante, a importantíssima Ferreira Alves e o "Pedro", como ela dizia, ficaram muito amigos. Tão amigos que a "dra." Clara apareceu um dia presuntiva directora do "Diário de Notícias", coisa que me levou a sair antes que ela entrasse. Felizmente, não entrou, porque teve medo de cair na rua entre o "Expresso" e o DN, com a reputação de uma "santanete" obediente. Agora, morto o seu patrono, não perde uma para o maltratar, supondo que demonstra "independência". Ontem, a propósito de um "Audi", que o homem comprou, despejou em cima da cabeça dele todo o lixo do mundo. Santana não aprendeu que a certa espécie de pessoas não se fazem favores. Se a "dra." Clara me quiser responder, sugiro que me responda em inglês e não meta na conversa a sua célebre descrição do pôr-do-sol no Cairo. Muito obrigado.»

20 comentários:

Marota disse...

Portugal das Tormentas.

esseantonio disse...

É pena que VPV não divulgue o nome da jornalista, para a ficarmos a conhecer. Quem teria sido? Quem souber, que o diga.

Anónimo disse...

Os jornalistas, como pessoas e veículos da informação, não deviam ter grande importância. Mas escrevem também para eles próprios e acerca deles próprios e comentam-se uns aos outros, em circuito fechado. Talvez uma mão cheia de leitores de raros jornais os perceba e os conheça. Talvez.
Numa sociedade pequenina, fechada onde "todos se acotovelam", estas tricas e estas pequenas ofensas fazem o dia-a-dia de pessoas sem qualquer importância. VPV é processado por uma fulaninha qualquer. Mas não há como processar o vasto exército de fulaninhos-jornalistas pelas asneiras que dizem e escrevem e pela sua gritante e obscena ignorância. Quanto à "lei", é melhor nem falar.

Ass.: Besta Imunda

Mani Pulite disse...

O VASCO DESCREVE COM RIGOR A NOJEIRA EM QUE ESTÁ TRANSFORMADA A PSEUDO "JUSTIÇA" PORTUGUESA.A "JUSTIÇA" SOVIETIZADA DE UMA DITADURA DE GANGSTERS "SOCIALISTAS".ONTEM TIVEMOS MAIS UMA MANIFESTAÇÃO DESSA "JUSTIÇA" E DESSES GANGSTERS.PORTUGAL,A COREIA DO NORTE E SICÍLIA IBÉRICA.

Anónimo disse...

Isto nao é uma justiça, isto é uma justiça travestida.

floribundus disse...

nos casos referentes ao pa o mp parece encerrado dentro duma burka.

nos meus casos com testemunha ou réu fiu sempre tratado abaixo de cão por todos os agentes da magistratura (recuso-me a chamar justiça a esta coisa).

fui acusado de ter passado um cheque sem cobertura. o juizeco mandou comparar a assinatura em vez da tinta. deu sentença linda. verificada a tinta era fotocópia. queixei-me e lixei-me

Caçador furtivo disse...

V. está enganado.
A sujeita pode ser do curso desses que diz, mas nunca o concluiu.
Não é, portanto, licenciada - ou, como se usa em Portugal, "dra".
Já agora, parabéns ao VPV pela "absolvição" - e sobretudo por ter dito a verdade.

joshua disse...

Às vezes, raras!, até consigo enternecer-me com a CFA, airosamente gralhando e cascalhando lá, no "Tacho do Mal", mas isto? Esta história hedionda? Foda-se! É de mais!

Coitado de VPV! Cinco anos vitimado por tão doentia obstinação. Só lhe desejo ânimo! Para a frente, Vasco!

ANL disse...

Um abraço ao Vasco Pulido Valente.

Anónimo disse...

A dona clara, além de arrogante e cheia de vento, é nitidamente biliosa e revoltada com qualquer coisa que o comum contribuinte não consegue descortinar. Um leitor distraído poderá interrogar-se: "porque é ela assim? tem tacho garantido no Expresso; pagam-lhe para escrever sobre assuntos sem importância, ela incluída; o seu esforço artístico tem a tolerância de uma semana; quando o Jardim das Amoreiras lhe parece demasiado provinciano pagam-lhe idas a Park Lane e à Prada; diz ter privado com génios literários; e ainda lhe dão uns minutos na TV todas as semanas onde, gesticulando, diz "à gente" como é que é! Então que se passa?"
Em meu entender trata-se de uma frustração. Um deficit de vitaminas. Uma nevralgia qualquer. Uma insatisfação crónica. Falta-lhe um não-sei-quê. Talvez um amante jovem e pujante. Talvez precise de Cristiano Ronaldo. Talvez o balneário do Gana não chegasse...

Ass.: Besta Imunda

antónio chulado disse...

Uma vizinha minha tinha um cão mau como, se costuma dizer, as cobras.

Um dia, a pobre mulher apareceu sem o 'almoço' do bicho e, o ingrato, atirou-se à dona e (imagine-se!) 'comeu-lhe' um bocado de uma orelha.

Este triste caso faz-me lembrar alguém que bajulava o Santana Lopes, enquanto o homem tinha poder mas, acabado este, depois, mordeu-lhe os calcanhares.

Numa entrevista que a autora da 'pluma caprichosa' fez ao pré-histórico dr. Mário Soares, foi enternecedor vê-los num barco, ela de cabelos ao vento e ele de bochechas a abanar; nessa entrevista a mulher não se cansou de elogiar a figura daquele que nos faz esquecer o D.Afonso Henriques.

Há dias, um amigo enviou-me um 'mail' sobre um artigo que a escritora/comentadora/jornalista/articulista/etc. escreveu sobre Soares.

Fiquei pasmado com tanta bilis que a ex-amiga/admiradora do ex-presidente despejou sobre o texto; não queria acreditar que fosse possível escrever tanta 'barbaridade' sobre uma pessoa que, em tempos, foi amiga.

Depois, como não é pessoa que admire, pela sua arrogante vaidade e pelas suas posições tendenciosas sobre o estado deste bananal, tranquilizei o meu espírito ao concluir que, por cá, tudo é possível.

Honra e carácter são atributos que, qualquer dia, nos vão envergonhar.

Um abraço ao VPV.

antónio chulado

Anónimo disse...

abençoado blog e abençoado VPV pelo contributo que dão à nossa sanidade mental

Anónimo disse...

-sugiro que VPV processe em tribunal civel CFA pelas perdas e danos que sofreu...

Paulo Nobre disse...

C´est le bordel!
Ok, é consabido que o Vasco Pulido Valente é uma criatura cheia de problemas. Um dos seus problemas maiores é, porventura, vogar num mundo só dele. Esse é um dos problemas de tipos como ele, aqui e em toda parte: o isolamento completo em que vivem. O jornalista? Escritor? Mero opinativo? O Vasco “Pulido” Valente consegue estranhar que o tenham metido em apuros judiciais, que existam pessoas que levem a sério e caprichosamente as suas diatribes caluniosas, e que, canhestras ou não, como se nunca tivessem ouvido insultos na vida, decidam dar com o bom e sincero Vasco com os costados na justiça, na iminência de desembolsar €100.000 dele. Adiante. Dando um pulo ligeiro e felino sobre quem acha aquela redução do pensamento (que é timbre do triste “tribuno” Vasco) um achado (“só é pobre quem quer”), a pergunta que se impõe é: aonde vamos parar se qualquer um pode debitar umas infantilidades, por cima caluniosas e um tanto abaixo de qualquer crítica adulta e séria, arrasando putativos inimigos só porque sim? O que principalmente chama a atenção neste texto todo é: a lata ser tanta que já não espanta!
Como já não espantam os tribunais e a justiça portuguesa, esse bordel.

Veterinário de serviço disse...

Ó Paulo Nobre, tomara você chegar aos calcanhares do Vasco. O que o faz falar, pelos vistos, é um "cocktail" explosivo: inveja+cretinice+mesquinhez.
Veja lá mas é se se trata...
Ah, e tenha cuidado, não morda a língua. Há certas raças em que isso é fatal...

burns disse...

caro esseantonio
a jornalista em questão ganha a vida a falar mal de toda a gente,arranjou tacho sendo amiga de santana lopes quando ele era pm,assim que sampaio fez o golpe institucional para lá enfiar o pavão da covilhã,com os bons resultados que estão à vista,abandonou-o e chamou-lhe irresponsável,entretanto fechou a universidade para a qual tinha sido escolhida
hoje diverte-se a cagar postas de pescada na tv e a difamar e enxovalhar tudo o que mexe e ainda estava a espera de sacar 100000€
a "jornalista" chama-se clara ferreira alves

Paulo Nobre disse...

Qual Veterinário de serviço qual quê? Vexa escreve e pensa ou pensa e escreve feito burro. E assim, não estranha a afeição pelo asno d'oiro. Faça bom proveito pázinho!

Pedro Marques disse...

VPV não percebe ou não quer perceber. Não se trata da brutalidade do texto. Trata-se de mentir descaradamente para diminuir a visada. Se CFA o tivesse ignorado, eu teria pensado que a aldrabona era ela. O resto parece-me conversa.

Leitor atento disse...

A este Pedro Marques só lhe falta o Lopes, está visto.

Anónimo disse...

o VPV e mesmo bom!