12.11.10

À ATENÇÃO DAS NECESSIDADES


Um ex-amigo, diplomata, dizia-me há muitos anos que pertencia à classe mais prestigiada da função pública. Ela, a respeitável classe, tão profusamente ilustrada nos livros de Lawrence Durrell, leva-se demasiado a sério. Às vezes é preciso que alguém de fora passe por lá e explique ao rei como é que as coisas se podiam passar de forma diferente sem beliscar a dignidade da representação externa do Estado. Não há vacas sagradas imoláveis no altar do serviço público. Este plano apresentado oportunamente por Manuel Maria Carrilho a quem de direito (que, sobre ele, guardou prudente silêncio mas que, para a semana, em debate parlamentar adequado o MNE Amado poderá perfeitamente ser questionado acerca disto), ainda em funções como nosso embaixador junto da UNESCO, obriga a pensar a nossa "rede" diplomática em tempos de frugalidade institucional. Até para que, a médio e longo prazo, o "prestígio" de que falava o outro não se esfume por entre salamaleques tão mordomescos quanto irrelevantes.

4 comentários:

Anónimo disse...

Mas continuamos a mandar soldados para o, Adriatico,Angola, Bosnia Herzgovinia, Albania, Mocambique, Ruanda, Zaire, Guine; Macedonia, Sahara Ocidental, Croacia, Congo, Kosovo; Timor, EUA ( sim, vigilancia aerea contra o terrorismo)?

Anónimo disse...

Vantagem de Carrilho, a capacidade de ver (saber ver) e pensar.
Se na AR se praticasse mais o fazer 'trabalho de casa', aqui estava uma boa ferramenta para os deputados do regime (antigamente, da Nação).
Da oposição e até do PS, se estivessem lá, na AR que temos, para isso.
Não pude deixar de notar o referido no DN.
Duvido, é que grande parte dos deputados o tenham lido e daí retirado alguns ensinamentos.
JB

maria disse...

Em tempos, alguém que ambos conhecemos, falou-me das "remunerações acessórias" dos diplomatas, traduzidas no completo "despir" das embaixadas em épocas de mudança. O "despir" abrangia inclusivamente a venda das árvores dos jardins. Não sei se assim continua a ser...mas a manter-se a tradição.

Anónimo disse...

Pois já o Manel Maria propunha o encerramento das embaixadas. Mas na realidade também deveria propor o encerramento de alguns Ministérios, ou a passagem a secretarias de estado. Na cultura, põe exemplo que ja foi secretaria , não adiantam nem atrasam, a pianista engoliu um metrónomo e está tudo a compasso lento. O que será mais proveitoso? O encerramento, passagem à segunda divisão ou o acumular de funções, como por exemplo: Ministério da Defesa e do Mar