27.3.08

A MÁ EDUCAÇÃO

O PORTUGAL DOS PEQUENINOS, em colaboração com o SORUMBÁTICO, oferece um exemplar deste livro ao autor do melhor comentário que, sobre o tema abordado nestes posts - 1, 2, 3, 4 , 5 , 6 e 7 -, aqui seja afixado até às 24 horas do próximo dia 30 de Março.

3 comentários:

Anónimo disse...

Como os bons exemplos vêm de cima, infelizmente aos pais só resta fazer uma coisa: aprender a gritar mais alto que a ministra. Ora então, vá lá, todos em coro, agora!: UUUHHHHH! UUUHHHHHHH! UUUUHHHHH! UUUHHHH!

(ou já estavam esquecidos desta pérola http://www.youtube.com/watch?v=W9mU22TOLfs ?)

Anónimo disse...

Leia aqui:
http://paideia-idalinajorge.blogspot.com/2008/03/do-clima-da-sala-de-aula-o-que-que-se.html

e aqui:

http://paideia-idalinajorge.blogspot.com/2008/03/vamos-chamar-os-bois-pelos-nomes-j-se.html

e ainda aqui:

http://paideia-idalinajorge.blogspot.com/2008/03/por-momentos-deixemos-descansar-os-pais.html

JOSÉ LUIZ FERREIRA disse...

Caro Medina Ribeiro:
Em resposta ao seu convite/desafio aqui deixo o texto solicitado, com os meus cumprimentos.

Feras ou bons selvagens?

Os gatos são pequenas feras. Basta vê-los caçar para entender isto. Fazem o que querem, não são socializáveis, e quando os temos ao colo e lhes fazemos festas sabemos muito bem que se pesassem 50 quilos em vez de cinco eram perfeitamente capazes de nos fazer em pedaços e de se porem depois a lamber o pelo com o ar mais plácido deste mundo.

Apesar disto gostamos deles. São tão belos - a seguir a uma árvore um gato é a coisa natural mais bela do mundo - que lhes perdoamos tudo.

Por maioria de razão perdoamos tudo às crianças. As crianças, não nos limitamos a gostar delas como gostamos dos gatos: amamo-las como seres humanos que são, de cuja felicidade depende a nossa. E no entanto, até Rousseau, toda a gente teve como evidente que as crianças são feras e que a educação consiste em humanizá-las: ou seja, em fazer delas outra coisa, uma coisa melhor, que elas por natureza não são.

Rousseau convenceu muita gente, mas não convenceu toda a gente. Ainda hoje muitos iletrados intuem, e muitos especialistas concluem, que as crianças não são bons selvagens a quem basta deixar desenvolver naturalmente, com algum pouco encaminhamento no bom sentido, para que se tornem em adultos livres, felizes e virtuosos.

São, portanto, para muita gente, feras. E eu confesso que partilho esta noção. Apresso-me a acrescentar que não quero metê-las em jaulas nem tratá-las a chicote: são feras, sim, mas feras que podem e devem ser amadas.

O problema - o facto da vida que nos custa a aceitar - é que não basta amá-las: é preciso também domá-las e ensiná-las. É o nosso dever. E parece-me que cada vez menos temos estômago para o cumprir.