17.10.03

MAIS DO MESMO

O Orçamento de Estado. Com umas pequenas nuances e folgas, o OE para 2004 mantém os "apertos" em vigor. Nuns casos, dá-se com uma mão o que se tira com a outra. No Ministério da Cultura, o que se acrescenta em PIDDAC, diminui-se em funcionamento. Haverá, pelo caminho, o habitual recurso a cativações. De uma forma geral, o famoso "investimento público", o tal que "ajuda" a economia, fica a aguardar melhores dias. Tudo continua circularmente à volta do déficit. O espectro das receitas extraordinárias para o diminuir, paira como quase realidade. O desemprego também. O cenário não é empolgante.

Os estudantes. A Dra. Graça Carvalho ainda não terá intuído o sarilho em que se meteu. Os "capa e batinas" não lhe vão dar tréguas. Nunca irão mais longe do que o que se conhece. Não são nem "realistas", nem "pedem o impossível". Até no protesto são vulgares. Eu é que não tenho que lhes pagar o desforço. Nem a generalidade dos contribuintes. No meio desta algazarra, seria bom que a Sra. Ministra esclarecesse se manteve o bizarro Director Geral do Ensino Superior. Ou que, entre dois apitos e três berros de megafone, os alunos lhe perguntassem. Esse, sim, merece o olho da rua.

O Presidente da Câmara de Lisboa. O amor ao Parque Mayer fez esquecer Santana Lopes de que precisava fazer umas continhas. O arquitecto do Gugenheim de Bilbao paga-se naturalmente caro. Lopes chegou agora à conclusão de que não está disponível para pagar tanto. A saga do casino e do Parque, promete, portanto, continuar. Este "sempre querer e não querer o mesmo", valia um cartaz a Santana Lopes. Ele, que ainda outro dia disse que tinha muita queda para "executivo". Apesar deste solene desabafo, temo que Lopes, por causa do tropismo belenense, comece a estar-se nas tintas para a Câmara. Era bom que acertasse de vez no "perfil". Só para o seu próprio bem estar polí­tico. Nada mais.

O rumor tagarela. O porventura maior filósofo do século passado, Martin Heidegger, incomodava-se com o ruído tagarela da vulgaridade discursiva. Não querendo ir tão longe, fico-me por um dizer de um célebre cómico brasileiro, lembrando tanto do desperdício tagarela vigente: "mais vale passar por parvo estando calado, do que abrir a boca e acabar com as dúvidas".

Sem comentários: