CALMA DE MORTE
No final das "notas musicais" de ontem, apelei para que o Ministério da Cultura despertasse do estado letárgico em que se encontra. Dou um exemplo. No princípio de Julho, mal João Grosso se tinha demitido do Teatro D. Maria II, foi anunciado que António Lagarto o iria substituir. Passaram três meses, e Lagarto continua de fora. Supostamente está-se à espera de uma nova lei orgânica para o Teatro. Para ser testada e para ver se, com uma nuance aqui ou ali, pode servir de "modelo" para os restantes teatros nacionais. É o ímpeto "reformador" no seu melhor estilo. Diz-se que se vai fazer, mas mesmo que não se faça, já ficou dito. A técnica do "passar do tempo" é muito antiga, mas tenho sérias dúvidas de que, a final, frutifique. Quase todos os organismos estão praticamente parados e desmotivados. Nestes termos, os actuais responsáveis políticos do MC acabam por dar razão a quem vem defendendo a inutilidade da existência de um ministério da cultura. Não sopra dali um rasgo, uma ambição ou uma ideia. Se é só para "gerir" e "poupar", mais vale chamar a Direcção Geral do Orçamento e "fechar" o ministério. Sai mais barato aos contribuintes e aliviam-se dois governantes. Um dia eles serão os primeiros a entender que a "calma" onde insustentavelmente reinam, é uma perversa "calma de morte".
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