28.1.11

A RECOLHA DO LIXO


«Os comentários dos dias seguintes também permitem confirmar que Cavaco Silva continuará a contar com a antipatia dos media durante o segundo mandato. A crítica aos seus discursos da noite — que foram de vitória eleitoral de candidato, não de presidente em exercício, nem de posse — contrasta com a simpatia com os candidatos derrotados, apresentados como vitoriosos: Nobre, Lopes e Coelho. A promoção deste ainda mal começou, pois a TV gosta do estilo e das traulitadas do madeirense. Defensor Moura foi, dos pequenos, o único sem a simpatia dos media, porque a sua campanha foi demasiado mesquinha para atrair os próprios anticavaquistas. Manuel Alegre terminou como começou: irrelevantemente. Os três canais desprezaram olimpicamente a sua declaração de derrota, preferindo a publicidade, o que é inaceitável enquanto serviço ao público e provimento de igualdade de circunstâncias a todos os candidatos. A candidatura de Alegre foi incompetente na escolha do momento da declaração (um dos canais já estava em intervalo há minutos), mas os canais deveriam ter interrompido os intervalos. A televisão, fanática do directo, falhou um dos mais importantes da noite.»


Eduardo Cintra Torres, Público

4 comentários:

floribnundus disse...

o touro de biana é antipático

quando Craveiro foi a Angola com presidente houve recepção em Luanda.
o Rei do Congo entrou vestido de Almirrante pela porta da frente, saiu pela das traseiras no camião do lixo

infelizmente este é lixo humano e não há maneira de ser despejado na lixeira

Anónimo disse...

Eu também sou como este Cintra Torres, odeio quando os factos me estragam uma bos história. Cavaco tem a antipatia dos media portugueses? É ele mesmo que diz que temos uma imprensa suave! Só se for Sócrates que tem a simpatia dos media - assim de repente a Face Oculta, diploma, projectos na Guarda, Freeport. A propósito, mais dia menos dia com legislativas, não estará na hora de recomeçar novamente o caso Freeport? Há tanto tempo que não se fala nele - e estamos a aquecer para legislativas...

António Lopes

Cáustico disse...

O Watergate aconteceu porque um jornalismo de qualidade investigou bem o caso e colocou Nixon entre a espada e a parede.
Em Portugal é preciso também um jornalismo de qualidade, que infelizmente não temos, para investigar bem os casos da UI, da Cova da Beira, Freeport, Face Oculta, TVI e encurralar,sem possibilidade de fuga, a personagem porca, nojenta, que aparece sempre em primeiro lugar no elenco das novelas que tratam da corrupção neste país.

Cáustico disse...

Creio que já disse aqui que não conheço jornalistas. O único que conheci bem, deixou marcas bem fortes que me levam a não os querer no grupo das pessoas com quem me relaciono. Na inauguração da Central da Tapada do Outeiro, no concelho de Gondomar, esteve presente o Almirante Américo Tomás e mais um séquito (sempre a mesma pecha) vindos de Lisboa num comboio especial. Foram enviados a cada jornal dois convites. Julgo que seria um para um jornalista e outro para um fotógrafo. Eu tinha de controlar rigorosamente a entrada das pessoas, até porque havia farto repasto que normalmente atrai muita varejeira humana indesejável. Só podia entrar quem apresentasse o convite. Assim fui fazendo, correndo tudo bem, sem problemas, até que vi, ainda a determinada distância, um grupo de uns nove energúmenos, que incluía um jornalista que já conhecia de vista. Ao jornalista, que vinha à frente da manada de esfomeados, pedi-lhe o convite. O asno perguntou-me: Mas é preciso isso? Claro que é, respondi-lhe. Enquanto simulava a busca nos diversos bolsos do casaco, para passar o tempo, como convinha, os outros 8 fugiram ao meu controlo.
Mais tarde, li um artigo dele no Jornal de Notícias com o título: “Amordaçar o riso”, onde atacava o Presidente da Câmara do Porto, da altura, por ter decidido cancelar as festas da cidade em consequência de haver portugueses a morrer nas províncias ultramarinas. Por causa do feitio que tinha o Eng. Machado Vaz, embora tivesse trabalhado algumas vezes com ele ao meu lado, sem qualquer motivo de queixa, não era, para mim, persona grata. No entanto não posso deixar de reconhecer o acerto da sua decisão quanto às festas da cidade. Também eu não aceitava que as gentes do Continente andassem na paródia quando diariamente morriam portugueses nas três frentes de guerra de Angola, Moçambique e Guiné.
Este foi o primeiro jornalista que me meteu nojo. Infelizmente, outros se lhe seguiram.