5.11.08

O "I CAN" DE OBAMA

«São tais e tantas as esperanças de “mudança” depositadas em Obama, que ele, evidentemente, não poderá satisfazê-las. Uma parte imensa do seu eleitorado e a larga maioria dos seus admiradores mundo afora contam com ele para que os Estados Unidos deixem de ser os Estados Unidos. Isso não acontecerá. Se viesse a acontecer, e Obama passasse a atentar contra os interesses do país (é o que muitos esperam), o homem sucumbiria. De um jeito ou de outro. Indica a lógica do processo, depois do “We can” de toda aquela gente que realmente crê estar vislumbrando a Nova Jerusalém, que Obama terá de mostrar a um grupo muito mais restrito — o establishment — o seu “I can”. Aquele “we” resume esperanças difusas de “progressismo”, de um país que renunciaria a boa parte do que o faz ser a América. E com o “i” ele vai ter de provar que, além de ser um deles, é o melhor de todos eles — e por isso é o presidente. Já na campanha, aproximou-se Colin Powell, um republicano ilustre, e teve o apoio de Paul Wolker, uma espécie de emblema dos homens que são, vamos dizer, o esteio da América.»

Reinaldo Azevedo

10 comentários:

Anónimo disse...

O Canal do Governo (SIC) serve para tudo, até para mostrar o ridículo Crespo a entrevistar o empertigado Ribas pelas ruas vazias de Washington, à procura de uma espécie de Marques Pombal. Apenas lhe apareceram mitras. É também para que serve o dinheiro do dr. Balsemão: dar guarida a gente que apenas alimenta vaidades pessoais e faz fretes ao poder socialista.
E a propósito de socialistas, o esforçado Obama é que fez a campanha mas foram os socialistas portugueses que ganharam as eleições. Sócrates convocou os jornalistas para S. Bento para exibir a sua felicidade facial; o ministro Pinho, da consagrada dupla Pino-Lino teve também coisas para dizer sobre Obama, como a prima do Solnado, e o ministro Amado multiplicou-se em entrevistas, a última das quais no Canal Governo (SIC)para dizer as banalidades do costume. É isso, os socialistas já ganharam as eleições... dos outros. Pobre do Obama! Sem que lhe passe minimamente pela cabeça, Obama irá servir ainda para muito disparate dos... socialistas

Anónimo disse...

Estão todos à espera que o sapo se transforme num príncipe encantado.

Mas como explicar a esta gente que segue um impulso primitivo,que o batráquio apenas utilizou um estratagema inteligente,dizendo umas vacuidades que nunca o comprometeram com coisa nenhuma e capitalizou o descontentamento com o desempenho de Bush?

Como explicar a esta gente que nem Cristo conseguiu agradar a tantos crédulos com idéias e interesses tão diversos?

Frioleiras disse...

Pois............. o que é engraçado é que vim aqui por curiosidade... apenas! Porque sabendo que estiveste recentemente nos USA quis saber a tua opinião.

E concordo contigo! E.......... também com com a dos outros dois comentadores anteriores...

Um abraço Moura

(eu não acho graça ao Obama, nem à Pallin nem aos outros mas... )

Frioleiras disse...

sobretudo a do
ahahahaha!!!

concordo... plenamente!

Unknown disse...

"Não se pode prometer o que não se pode cumprir",foi a razão principal da vitória de Obama, argumentou-se hoje no 2º canal do Governo (SIC. Os eleitores perceberam, defendeu o analista, que não seria possivel a tese de Maccain de baixar impostos e reduzir o deficit. Não tenho a certeza que tenha sido esta a lógica dominante, mas uma coisa estou certo: de que elegeram o Obama, não para castigar Bush (como alguns brilhantes analistas sugerem), mas porque acreditam que será o melhor para o país. Depois de um longuíssimo e profundo escrutínio.

Em Portugal as coisas não são bem assim. Sócrates foi eleito em 3 semanas para castigar o infortunado e ingénuo Santana e o (menos infortunado e menos ingénuo) Barroso. Não porque acreditassem que Sócrates fosse o melhor para o pais, mas porque estava ali mesmo à mão de semear. E passaram-lhe o cheque em branco da maioria absoluta, com os brilhantes resultados de governação que hoje Sócrates tenta disfarçar a todo custo com a crise internacional.

Mas o que está em causa é que como acreditar que Sócrates possa ser o melhor para o país se não podemos confiar no que diz. A não ser que o melhor para o país seja um mentiroso compulsivo. Porque no país de Sócrates, e com esta comunicação social, ninguém pode estar convencido que sabe onde está a verdade. E na crise BPN, mais uma vez ficou provado que Sócrates e o seu governo são mentirosos compulsivos. O Governo andou meses a dizer que o sistema financeiro Português estava à prova de bala. Desde domingo que foi anunciada, a propósito da pulga BPN, a injecção de capital de 4 mil milhões de euros para reforço da solvabilidade dos bancos. E uma lei de nacionalizações tão simplex que o ministro das finanças, acordando mal disposto, poderia tomar conta de qualquer empresa por despacho. Talvez para outra emergência surpresa como foi o BPN.

Como é possível continuar a pensar que gente deste calibre é o melhor para o país e portanto para todos nós?

Ao ver as sondagens de popularidade do governo dir-se-ia que "Engana-me que eu gosto" é o moto do povo Português, o qual gosta de passar cheques em branco a quem não conhece de lado nenhum. Sócrates, em retribuição, passa cheques sem cobertura ao povo. Como ninguém tem dinheiro, não há problema, a Europa cauciona.

Unknown disse...

Foi patético ver o volumoso especialista em assuntos americanos Ribas e o gorduroso especialista em b* ao governo Crespo a passearem-se pelas ruas desertas de Washington, "entrevistar" meia dúzia de desgraçados que vagueavam pela rua, e concluir exaltadamente sobre o momento histórico que viviam. É isto o jornalismo de carnaval da SIC.

Anónimo disse...

Concordo com (quase todo) o comentário do nosso co-comentador Anatácio. Excelente comentário.
Acho apenas que houve muito boa gente nos EUA que votou em Obama para "castigar" Bush.
E ao Obama os americanos também "passaram" um cheque em branco, só que, numa verdadeira democracia como a americana, isso é menos perigoso do que em países a caminho de se tornarem repúblicas das bananas, como o nosso.

Anónimo disse...

Amigo Miguel Neto,estou consigo no que respeita às motivações dos eleitores de Obama.

Quanto à verdadeira democracia,depende do que entende ser a substância da mesma.

Mandar torturar,matar,invadir países estrangeiros com falsos argumentos,para lhes roubar os recursos naturais,fazer experiências em humanos,ter milhões de pessoas que não têm recursos para cuidar da saúde,uma justiça para pobres e outra para ricos,muito esbanjamento de dinheiros públicos,milhões de indigentes e fortunas fabulosas concentradas nas mãos de bilionários,etc,não me parecem dignos do cardápio de uma "verdadeira democracia".

Anónimo disse...

Amigo Raúl, eu referia-me à essência da democracia americana, não à substância. A ideia de que cada indivíduo, com as suas responsabilidades e os seus direitos, é a essência e o núcleo da Nação e do Estado.

As vergonhas que foram as justificações para a guerra do Iraque e Guantánamo, não sei se noutro país que se considerasse em guerra haveria tanta liberdade para que tantos críticos se manifestassem tão abertamente (não sei a que se refere com "fazer experiências em humanos" - e em sentido lato isso é feito em muitos sítios: por exemplo, as "experiências" educativas do nosso Ministério da Educação são experiências com humanos).

Considere qualquer país. Vai ver que os problemas não são muito diferentes e, muitos deles, são menores ou menos graves nos EUA. Nos EUA os cidadãos têm um elevado nível de participação na vida pública das suas comunidades e têm mais liberdade e são mais solidários do que, por exemplo, em Portugal

Quanto ao resto, qualquer país (Portugal, China, Brasil, Rússia, França, Angola, ...) na defesa dos seus interesses só não prejudica os dos outros se não tiver puder para isso. E nesse princípio os EUA não são diferentes, são é mais fortes que a maioria.

Resumindo, os EUA são um grande país e nós portugueses e / ou europeus não estamos em condições nem temos moral para lhes dar lições seja do que for.

Anónimo disse...

Amigo Miguel Neto,tenho opiniões muito próximas das suas.
Bem sei da melhor qualidade do regime nos EUA,pela mais rica participação da sociedade civil na vida política.
Isso no entanto não os afasta da preponderância que os grandes detentores de riqueza têm nas várias instâncias da sociedade,longe estão do patamar satisfatório.
A democracia,como tudo na vida,não é um absoluto.

Quando falei em experiências em humanos não fui explícito,parti do princípio de que os leitores conhecem os factos.
Referia-me às experiências em soldados do exército,sem conhecimento prévio das cobaias,na utilização de substâncias radioactivas e substâncias químicas,para fins militares.
Serão um grande país...em decadência!
Vivi sete anos nos EUA e os pés do ídolo são de barro,como sempre.

Na questão de quem dá lições de ética a quem abstenho-me de comentar,parece-me que estão num despique lamentável.
Cumprimentos.