17.8.10

CONTRA A ALARVIDADE


Há muitas formas de alarvidade. As touradas e as malfeitorias exercidas sobre animais são algumas delas. Partem, como não podia deixar de ser, dos homens, aquelas estúpidas criaturas de duas patas que, como dizia Michaux, sempre que nos esquecemos da sua natureza caímos na tentação de lhes querer bem.

20 comentários:

Marota disse...

Boa tarde Sr. João Gonçalves! Assim que entrei no link, assinei logo sem hesitar, mas ao observar melhor o site deparei com algo muito absurdo. Fiz um screenshot o qual poder ser visto aqui neste link

Cumps

Anónimo disse...

A RTP (o Estado) dá molemente as notícias dos maus-tratos aos animais e das leis "europeias"; mas logo a seguir reporta e promove mais uma sua tourada não sei aonde. E depois, à noite, transmite a coisa (com intervalos para fazer chichi e buscar bolachinhas). É a mesmo com "as drogas": reporta, com alarme fingido, que uma nova droga em forma de ficheiro informático contendo sons (!?) assola e perturba a juventude mundial (pobres anjos...); logo a seguir, a propósito, apresenta um honesto e útil trabalho jornalístico sobre uma loja de drogas onde são vendidos cachimbos, folhinhas, sementinhas, fuminhos, compremidinhos, funguinhos que provocão visões etc, ect - tudo com fins medicinais. E tudo publicitado por um tipo palrador em brasileiro - o comerciante - e comentado sabiamente por um imbecil barbudo, empastado e caixa-de-óculos - o cliente. É o Estado e o "serviço público" na sua missão formadora dos caracteres. Bem.

Ass.: Besta Imunda

APC disse...

Esta imagem seria daquelas que não precisaria de qualquer defesa ou comentário mais. Todavia, parece que para os fdp que apoiam estas torturas em animais não humanos, o sofrimento e o sangue que jorra, não basta. Não basta, porque são quase todos uns fingidos machões que andam em casa em bicos de pés para não acordar o periquito. E se as mulheres também lhes espetassem umas boas bandarilhas no meio dos cornos ?

Isabel disse...

Parabéns pela foto, tão bem escolhida que calará a boca a qualquer defensor das touradas como "manifestação cultural".Cristo condenou a " tradição " do apedrejamento da mulher adúltera, contudo, existem ainda alarves que não entendem que há tradições boas e outras que, por ultrajarem a dignidade humana (e animal, no caso das touradas), devem terminar.

antónio chulado disse...

Não entendo - nunca entendi - que a coberto da 'arte' de tourear ou cavalgar, os 'artistas' se tornem mais bestas do que os animais que maltratam; por isso, recuso-me a assitir a esses espectáculos.

Não aprecio arte selvagem.

Contudo, sem tirar importância aos defensores de abolição total das touradas, muito gostaria que 'algumas' organizações de defesa dos animais se preocupassem, também e, sobretudo, com o abandono, o ostracismo e a indiferença que 'oferecemos' às crianças pobres e desprotegidas.

O abandono ou qualquer forma de tortura a uma criança, não é um crime menor.

vasco f disse...

Já assinei. Obrigado.

Anónimo disse...

Primeiro a imagem foi manipulada-nas cores pelo menos- segundo só citadinos pós modernistas julgam que isto choca quem vive no campo e na companhia de animais.


lucklucky

José Domingos disse...

Desgraçadamente, não evoluímos.
Vergonha.
Também lembro, os animais mortos, nos incêndios, muitos, porque os seus donos, não os soltaram para não os perder, hipócresia suprema.
Curioso, sendo nós, um país maioritáriamente católico, sendo os animais, segundo a Biblia, também uma criação divina, a grande maioria gosta de ver os touros, mas claro, na graça do Senhor.

João Gonçalves disse...

Lucky... V. realmente distingue-se normalmente por comentários que merecem o comentário de Henri Michaux.

Anónimo disse...

"(...) O abandono ou qualquer forma de tortura a uma criança, não é um crime menor."

Não é, de facto. Mas que nunca o mal que o homem inflinge ao Homem sirva de pretexto para justificar, perdoar, relativizar ou ocultar a indizível barbaridade a que são sujeitos, por nossas acções ou omissões os animais ditos irracionais.

Um sofrimento não pode ocultar o outro. Esse é um argumento querido às bestas de duas patas (tantas!) que por aí andam. Agarram-se a ele como náufrago a um madeiro.

Costa

v disse...

Nem toda a gente que vive no campo tem cães acorrentados toda a vida a um bidon, como parece ser o caso do sr. lucklucky.

antónio chulado disse...

anónomo das 9:58 PM

Se me permite ... acrescentaria outras cavalgaduras, também de duas patas, às bestas a que se refere.

m.a.g. disse...

E porque nunca é demais insistir e tentar por todos os meios a extinção desta barbaridade.
Pela minha parte fico-lhe muito grata.

angeloochoa disse...

«Fiesta»
-- Que
graça
terá
cegar
touro
contra
vermelhão
e
de
seguida
com
covarde
mão
lhe
desferir
crua
estocada?

Isabel disse...

Irritante a sobranceria de quem "vive no campo". Eu vivo na capital, onde nasci, na companhia de animais, mais concretamente uma cadela e duas gatas, que são tratadas como família e retribuem com o carinho de que, às vezes, os humanos se esquecem. E...espanto dos espantos: as crianças do clã são as primeiras a ganhar com a sua companhia. Acreditem os labregos (não confundir com camponeses decentes), que quem maltrata um animal também maltrata uma criança, para não ir mais longe...

Anónimo disse...

João Gonçalves há quem pense que a cultura são Livros e Ópera. Os Livros e Ópera estão em cima da Tourada, mas só existem também por causa dela.. Quando as coisas correrem mal quero estar ao lado de quem faz touradas, são capacidades humanas necessárias, não de purificadores a quer instituir a "lei seca" do sal ou acabar com touradas.

Sobranceria? Não há mais sobranceria do que querer tornar o Homem virgem e puro. Ou seja acabar com ele.

Isabel disse...

Creio que este blogue não foi feito para altercações.Constato, contudo, com alguma tristeza, que o provincianismo se instalou bem nos lugares de poder e fala com voz grossa. Por mim, desde que me conheço, separo os civilizados dos que o não são, apenas para proteger a minha tranquilidade.Escrevi, em tempos um artigo de protesto contra o inefável Joãozinho e uma sua proibição de alimentar animais abandonados em Lisboa,Chamava-se o dito artigo" Do gato alfacinha ao touro de Barrancos" e nele se lastimava a supressão legislativa das simpáticas
"velhas dos gatos" alfacinhas.Parecia-me sobretudo chocante que se considerasse tradição a morte de um animal para gáudio da populaça e se tentasse aniquilar, em nome de uma certa assepsia,uma tradição benemérita da minha terra.Todos sabemos como a história acabou em Barrancos, com uma situação excepcional que considero vergonhosa. No país têm proliferado políticos habituados, de facto, a ouvir impassivelmente os gritos do porco na matança, a ver as mãezinhas a degolar galináceos ou a esfolar coelhos. É natural, por conseguinte, que protejam as tradições dos que sentem como iguais.A infância pesa muito, como bem constata a psicanálise e, assim, a provincianização deste pobre país vem avançando, de forma galopante, com resultados à vista.

v disse...

Barrancos? Barrancos é o epítome da falta de coluna vertebral do PS. Barrancos é Castela. Troca-se pela Galiza.

v disse...

Uma fulana que assinou umas páginas depois de mim escreveu: "chega de judiar e maltratar os animais!". Judiar... Não sou de revisionismos nem de patrulhar os arcanos da língua (e não, não assino a próxima petição para remover a palavra do dicionário), mas acho piada à permanência instintiva de um termo tão medieval. A História é fodida. Wittgenstein (o corrector automático do browser sugere "Frankenstein") é que tinha razão: não deveríamos abrir a boca quase nunca.

Artur disse...

Há Deus ou não? Eu acho que não. Estamos sozinhos. Querem mais coragem do que isto?