21.12.09

PASSEAR A ESPIRITUALIDADE

O jornal Público, que é um misto de jornal de referência - dentro do que se pode arranjar - com celebrações masturbatórias trendy, apresenta um rapaz chamado Ricardo Mealha como o designer gráfico mais "cotado" de Portugal. Acresce, também para o retrato, que é gay. Também diz lá no papel que se vai casar amanhã com o "David", em Portugal, e numa discoteca com uma lista de convidados que vai das 300 às 500 pessoas. Este é, para começar, um bom retrato de um homem médio extraordinariamente activo, livre de problemas e um exemplo do sucesso massificado comparável ao do primeiro-ministro que, simpaticamente, viu o seu nome mais uma vez ligado a uma ocorrência que lhe dá votos. Uma espécie de apresentadora de televisão, em funções de mandatária, a passar creme na cara na televisão. Mealha arrota umas coisas que, pressupõe-se, acredita serem a assinatura da sua competência e confunde-se onde acha precisamente que não faz confusões. Diz ele que "espiritualidade e sexualidade não têm nada a ver" e, realmente, têm pouco. Contudo, convém distinguir o sentido tornado natural e inevitável das coisas daquilo que a criatura poderá querer sugerir ao utilizar a palavra "espiritualidade". Esta gente que, ao jeito do melhor design gráfico para um panfleto, assume em charivari as fanfarrices pífias onde circula e que não interessam a ninguém que tem a vida prática para enfrentar, pode bem ir passear a sua espiritualidade ao Lux. Passeie lá mais alguma coisa, por favor. Que se aproveite.

3 comentários:

Anónimo disse...

Caro João Gonçalves,
Perfeitamente de acordo com as suas linhas acerca do assunto. Também li o artigo.
O que me faz mais impressão não é ele casar, sendo gay. Não me faz rigorosamente impressão nenhuma, muito pelo contrário, se os intervenientes estão "nessa". óptimo (agora falta o Estado aceitar formalmente a coisa, ainda que seja pelos princípios mais duvidosos. Já que a Igreja, na minha opinião, não tem nada para aceitar nem nada a comentar - não lhe diz respeito). A mim o que me faz MUITA impressão é: em primeiro lugar, que uma personagem deste calibre possa, através de um Jornal dito de referência, só por circular por certas "vielas" e de desenvolver um determinado estilo de vida, ter conquistado poder, relevância, tempo de antena (apesar de tudo é o Público, pá, nã é o "I"!...)todos estes "trunfos" e poder vir dizer à pequena Humanidade cá do burgo, pelo menos a que lê o dito pasquim, uma data de enormidades. Confundir Circo de Vaidades com Direitos Humanos é "Foda", como diria o Grande Oscar Niemeyer (que acabou de fazer 102 Anos). Finalmente, e muito importante, e o mais errado, e o mais triste, neste assunto, é que este País é "isto" - "isto" está certo, é fixe, é alegria, é tolerância, amizade, modernidade, "pintarola", trendy, "muito à frente", coragem, príncipios, amor. Este País fabrica protótipos destes regularmente (numa fábrica made in Portugal, mas como boa fábrica portuguesa que é, não emprega ninguém e se empregasse, empregava pouca gente e pagava mal). "isto" é actualmente o nosso País no seu esplendor de "alta gama.
Obrigado,
Pedro de Figueiredo
Lisboa
PS. Tenho apenas uma proposta de correcção: O Sr.Mealha não "arrota".

João Gonçalves disse...

Pedro, apenas uma nota formal.O autor do post é o António Leite-Matos (ALM).

Severo disse...

Já agora dava uma sugestão de borla ao senhor Mealha. Porque não casa em Junho, aproveitava as noivas de Stº António !!!!

Cps
S.G.