31.7.08

OUTRA COISA - 2

A forma como os papagaios do costume reagiram nas televisões à mensagem de Cavaco Silva - os "escritores" Rodrigues dos Santos e Sousa Tavares, os jornalistas Magno e Resendes, este por sinal açoriano, e o prolixo Delgado, a man for all seasons - só serviu para demonstrar ao PR que a "mensagem" devia ter sido outra. Rodrigues dos Santos, novo mestre da propaganda e exímio prosador erótico moderno, foi ao ponto de perguntar ao Magno (um imitador barato e provinciano de Marcelo) se a "montanha não teria parido um rato". Eles todos é que precisavam de ir para outra coisa qualquer que os parisse. Bem feito para Cavaco. Pode ser que um dia perceba com quem anda metido. E que, daqui para diante, à medida que isto se afunda num pântano "moderno", é inevitável "meter-se" mais.

Adenda: A comunicação de Cavaco teve pelo menos o mérito de recordar a mediocridade geral que vigora no parlamento da República. O "estatuto" do Sr. César possuía oito inconstitucionalidades e mais dois ou três disparates pseudo-autonómicos. Deixaram-nas ficar para ver se passavam. Foi aprovado por unanimidade. Não se esqueçam. Unanimidade. Se fosse o "estatuto" do Jardim, o que é que estas falsas virgens comentadeiras não diriam.

Adenda 2: Duas pessoas que estimo, o Pedro Correia e o Tomás Vasques - sobretudo este último que pertence à maison socialista - estariam à espera que o PR fosse fazer a triste figura de comentador-mor do "estado a que isto chegou", que abrisse hoje um blogue ou que fosse o "convidado surpresa" da trupe da "Quadratura do Círculo"? Não estou por dentro da cabeça de Cavaco mas deu-me ideia que ele quis dizer que está atento aos detalhes. Isto é particularmente importante quando somos governados, a todos os níveis, por "generalistas" abstractos e por prosélitos pomposos e vazios.

Adenda 3: Comentários idiotas contra o PR não passam na "censura". Já deviam saber que eu não sou adepto "desta" democracia. E gosto do Sarkozy. Do regime dele.

17 comentários:

fado alexandrino. disse...

O que eu mais gostei foi do Grande Escritor chamar burros aos portugueses "que o assunto era muito complexo e que ninguém ia perceber".

Anónimo disse...

Definitivamente, não era importante. O Presidente perdeu mais uma oportunidade de ser verdadeiramente útil à Pátria. Será que alguma vez vai aproveitar?
É nesta altura, depois de uma orgia de brincadeira no banho da minha neta, que me lembro de Adolfdo Suarez. Céus, como a história é ingrata e a natureza cruel! Portugal mais uma vez adiado.

Anónimo disse...

os fala-barato televisivos ao pretender reparar os estragos fizeram mais rombos no casco do cacilheiro. resendes passou da chacota a gato-pingado do funeral laico e socialista. Joaquim Aguiar único sensato e competente.
depois de férias estragadas para vários políticos, vamos assistir a "cenas dos próximos capítulos"
PQP

radical livre

Anónimo disse...

Acho que toda a gente percebeu: foi um cartão amarelo a "vendedores" de "calculadoras" tamanho familiar, lâmpadas economizadoras, pantominices de chicos espertos e espectáculos circenses de baixo nível. Restam agora menos "novas oportunidades"...

Anónimo disse...

E que tal acabar com a tradição de reeleger o Presidente da República para um segundo mandato??

José Hermínio da Costa Machado disse...

Penso que o Presidente falou porque no fundo viu e confirmou que a «unanimidade» resvalou para o regabofe regional, que é o mesmo que dizer para o localismo, que o mesmo que dizer para o caciquismo. Foia Açores, podia ser a madeira, podia ser Viana do castelo ou outra «terrinha» a desejar a «furiosa autonomia» para fazer as coisas «à sua maneira». Falou para pôr na ordem do dia esta problemática que não é politicamente correcta: como é que se constrói o Estado? Que autonomias o corrompem e que descentralizações o favorecem?

Anónimo disse...

Não sei se o comentário é idiota, mas a verdade é que esta manhã avançava no meu blog com a aposta no conteúdo da intervenção de Cavaco e dizia " a montanha vai parir um rato". E pariu mesmo, embora faça uma leitura diferente sobre o objectivo da intervençao, que não terá sido tão inócua quanto possa parecer. Aguardem as cenas dos próximos capítulos, depois da "rentrée".

Anónimo disse...

Presumo que não tenha visto, na SIC-Noticias com Mário Crespo,
Joaquim Aguiar (21h).
Que diferença dos comentadores que refere.
A diferença entre quem pensa e quem anda por aí.
Esperemos por Setembro, para já.
E pelo que aí pode vir.
Bravo

Anónimo disse...

Uma réstia de esperança no futuro do meu país morreu hoje.
É este o meu sentimento.
Não estarei sozinha.

Unknown disse...

Joaquim Aguiar, em comentário na SICnotícias, interpretou o "tempo e o modo" (além do conteúdo,claro)da comunicação presidendial como um fortíssimo aviso à navegação.
Talvez tenha estragado algumas férias...

Dinis disse...

www.bolonhado.blogspot.com

Anónimo disse...

O que mais irrita depois destas coisas, declarações, entrevistas, debates, o que seja são os comentadores.
E o mais grave é que ainda há quem lhes pague....

Anónimo disse...

Eu também gosto muito do Sarkozy; também tenho a máxima consideração e respeito pelo nosso Presidente da República! Portugal não está habituado à integridade, à honestidade, ao cumprimento da Lei, todas estas qualidades que definem o carácter, a personalidade de Cavaco Silva, e, por isso mesmo, ele incomoda a grande maioria destes politiqueiros que desgraçadamente (des)governam!!!

Pedro Barbosa Pinto disse...

Reacções à comunicação ao país do PR? Aposto num déjà vu na Quinta da Fonte:

- A "ciganada" (PS) sai para a rua, indignada embora cautelosa.
Amanhã segue de férias e quando regressar, retoma a cara de amuo, e aceita tudo o que o Presidente da República EXIGIU.

- A "pretalhada" (PPD/PSD e CDS/PP) sai para a rua, festiva embora perplexa.
Amanhã segue de férias e quando regressar, retoma a cara de inteligente, e reúne para decidir qual o culpado pelo seu voto favorável ao Estatuto dos Açores aprovado.

- A restante “gentalha” (PC e BE) sai para a rua, reivindicativa embora confusa.
Amanhã, já de férias, reúne - uns no café, os outros na mercearia do bairro – mantendo a cara de intelectual. Inventam rimas, umas que justificarão a sua abstenção à nova forma do Estatuto dos Açores que será proposta, outras antecipando novas comunicações do PR que irão seguir-se, e entretêm-se a pinta-las em cartazes (muito necessários para os tempos que se aproximam) enquanto aguardam o regresso de férias dos colegas.


Post-Scriptum:
Gostei do Tabu do Presidente. Pelo menos por umas horas pude sonhar que os Espanhóis iam tomar conta disto.

João Manuel Vicente disse...

Parabéns ao Sr. Silva!

Ou age ou não age: de fábulas "Pedro e o Lobo..." já todos tivemos a nossa dose.

É que esgotar um capital que é raro e precioso, como seja a atenção do país, com adjacências apenas fará com que a sua palavra se desgaste e, por conseguinte, a "válvula do sistema" venha brevemente a ser simplesmente desconsiderada...

Por outro lado, que edificante ver a sra. Ferreira Leite a "surfar" a onda que lhe criou o Presidente da República: as verdades que o tempo desmente, ai memória, ai memória.....

Anónimo disse...

Aqualidade da merda que tem assento no PARLAMENTO ainda é pior do que eu julgava.
Então um Estatuto ferido de tantas inconstitucionalidades é aprovado por unanimidade? Que fazem de útil aqueles animalejos a quem somos obrigados a pagar? Se são incompetentes e não querem trabalhar para o bem comum, rua com eles, e já.

Anónimo disse...

Pois. Ali em baixo diz que a intervenção do Cavaco só se justificaria se fosse para dissolver o regime, depor o governo e o país, ou qualquer coisa assim grandiosa, como uma ópera do Wagner numa noite de raios e trovões. E aqui já diz que é bom que ele comunique ao povo na abertura do telejornal os "pequenos detalhes".