16.7.08

«ALGO VAI TER DE ACONTECER»

«Para o optimista, não pode haver problema sem a respectiva solução, de preferência sob a forma de uma "medida concreta". E assim vivemos as últimas décadas em Portugal, de "medida" em "medida". Estamos atrasados? Auto-estradas. Continuamos atrasados? Educação. Alguém reparou que as taxas de crescimento económico nunca pararam de descer? Tal como o pessimismo não é sinónimo de lucidez, o optimismo também não é de eficácia.Até agora, os que argumentavam a favor de reformas em Portugal, irritando igualmente pessimistas e optimistas, pouco mais puderam do que fazer exortações. Sim, já quase toda a gente decorou qualquer coisa acerca da nossa natalidade ou endividamento. Nada, porém, chegou para abalar a indiferença nacional. Não apenas por a fé em "salvações" ter decrescido (como notou Vasco Pulido Valente), mas sobretudo porque, no passado, nunca houve alarme que tivesse tido sequência. Em 1985, já se falava da absoluta urgência das "reformas estruturais". Foi até o pretexto para romper o Bloco Central. Mas logo a baixa do preço do petróleo e o dinheiro europeu vieram dispensar complicações. Pouco se fez e tudo correu bem. Só que, entretanto, o mundo mudou, e também neste país onde nada acontece algo vai ter de acontecer. Há quem não queira ver: uns por optimismo, outros por pessimismo.»

2 comentários:

Anónimo disse...

"no pasa nada"
o governo vai continuar de férias.
o conde dráculo do fisco leva os últimos tostões.
a cgd perdeu 40% do seu valor.os meus mil euros a prazo devem valer 600.

radical livre

Nuno Castelo-Branco disse...

Rui Ramos, isto é a "república" no seu melhor... Já agora, seria interessante saber como é que o senhor Cavaco se integra neste imbróglio?
É que a função dos 16 milhões/ano, parece santificar.