25.1.08

UM CONTO E A REALIDADE


Estreia hoje a ópera - ainda encomendada por Paolo Pinamonti a Emmanuel Nunes -, baseada num escrito de Goethe, Das Märchen. A coisa dura quatro horas - 4 - e vai ser difundida, via satélite, para localidades tão ansiosas por conhecer a obra do mestre como Ponte de Lima, Vila Flor, Faro ou Aveiro. Não faço ideia quanto custa esta peripécia. Nem vou ao ponto, seguramente mesquinho e "inculto", de estabelecer uma relação entre o custo e o benefício. Que alguém beneficia com isto, de certeza. Porventura o povo que vai encher os teatros das localidades durante as intermináveis quatro horas? Talvez. Nunes? Com certeza. Vieira de Carvalho, musicólogo, doutrinador e secretário de Estado? Sem dúvida. Basta atentar na vasta publicidade paga nos jornais da qual constam conferências e "portos-de-honra", algo que faz muita falta à cultura pátria. Sei que o argumento é reaccionário e populista, mas, num país onde morrem pessoas porque caem das macas numa urgência hospitalar, a prioridade chamar-se-á Emmanuel Nunes, Porto em "honra" não sei de quem ou várias transmissões "satélite" a lembrar a nefasta "dinamização cultural" de 75?

16 comentários:

lusitânea disse...

Eu só me admiro de ainda não terem arranjado um daqueles ranchos folclóricos de mulheres africanas nuas da cintura para cima para receber chefes de estado no aeroporto... isso sim é que é cultura com futuro garantido.A ministra anda desatenta, isto para ser meigo, que para o BE já deve raiar a xenofobia.

Fernando Antolin disse...

Tinha graça e estava de acordo com o multiculturalismo vigente,mas também podíamos usar,com o devido respeito,os Pauliteiros de Miranda,os Sargaceiros da Apúlia ou o Rancho Tá-Mar da Nazaré,meu amigo,folclore e ranchos é coisa que cá não falta...

Fernando Antolin disse...

Ainda a respeito do dr.Constâncio,bem podia ficar conhecido como "o osciloscópio" ou "o sinusoidal"...

Anónimo disse...

Independentemente do marketing e de outras coisas à volta e sobre esta ópera, interessava saber se Nunes tem provas dadas na composição e se a ópera que vai ser estrada é ou não de qualidade. Quer em termos musicais quer em termos da interpretação e da encenação.
Como não a vou poder ver, e não sei avaliar, principalmente tratando-se de música contemporânea, gostaria que os especialistas a criticassem, para além dos aspectos caricatos ou anedóticos ou das simpatias ou antipatias pessoais.
Será que vai ser possível? É que a crítica a uma produção destas, independente e sem preconceitos, é um serviço público que prestam, uma vez que se trata de dinheiros públicos!
Xico

Anónimo disse...

Lá está a velha impressão lisboeta de que na província as pessoas são todas iguais e andam todas preocupadas com o fecho das urgências. Não há muita gente que goste de Ópera certamente, mas concerteza também haverá muita gente interessada em assistir ao espectáculo. Isto claro, se tiverem lugar para estacionar a burra.

Anónimo disse...

Olhe: Saúde é saúde; agricultura é agricultura e Cultura é Cultura, não faça confusões nem DEMAGOGIA!!!

Nunes é xatíssimo de se ouvir (e ver, haja Deus!!), ponto final parágrafo!!!!

Ou porque cai gente das macas nos hospitais, devido à INCOMPETÊNCIA do Ministro e também dos que lá trabalham, temos de dizer mal da Cultura, mais especcificamente da ópera?? Acha que o dinheiro que se emprega na Cultura devia ir para os hospitais?????

Cada MACACO NO SEU GALHO, diz-se!!!

Estou farto de DEMAGOGOS!!!!!!!!

Anónimo disse...

O Emanuel Nunes é um bom compositor. Os doentes não deviam cair das macas. As macas estragadas não deviam servir para acamar doentes. O Ministério da Cultura já passou das marcas... e não tem cura à vista!

Anónimo disse...

Para esta gentinha "é como se faz lá fora".
Continuamos amarrados às queirozianas corridas de cavalos
em Belém...
O Dâmaso continua no alegado "Ministério da Kóltura"...

Nuno Castelo-Branco disse...

Acho muito bem, essa dos Portos de honra. É uma coisa que cheira a caruncho que se farta e da qual já me esquecera. É BOM!!! Ainda por cima, se calhar até vão servir um Puerto de Honor made in Leon. Poupam-se uns cobrecos e sublinha-se ainda mais o "rimming" inter-froteiriço. Já estou a ver as notabilidades do costume, de meia branca e sapato de verniz, já com el naso a ir do bordeaux ao púrpara, a cambalear e a trautear "Os Peitos da Cabritinha" (Quim Barreiros). Olha!, talvez o convidem para o fim do espectáculo! Terão sala cheia. G-A-R-A-N-T-I-D-O!

Anónimo disse...

Só há uma coisa que me preocupa...como é que o Silveira,vai contar todos aqueles compassos?4 horas e tal a dissecar píanissímos,fortissímos e o que mais houver.
E consta que há muito.
Vai ser uma noite de muita masturbação.
Vai,vai...

Anónimo disse...

Custou quatro milhões de euros. QUATRO. MILHÕES. Com tantas amigas na ópera, ainda nenhuma lhe tinha dito? Ou será que foram obrigadas a fazer boquinha de siri para não perderem os convites?

Anónimo disse...

... mesmo dor, mas menos
... logo se verá

Anónimo disse...

Um dos Projectos cujos assuntos administrativos tenho que tratar tem a vêr com este “site” - http://meteo.ist.utl.pt/mapa-portugal-frames.html
São PREVISÕES METEOROLÓGICAS solicitadas por várias entidades que se “borrifaram” para o Instituto de M. e Geofísica ...
Os dados que penso virem dos EUA são tratados e, as previsões são actualizadas de 12 em 12h.
Dá jeito ... pois dá-nos uma ideia, do tempo para 3 dias.
Tambem dá jeito
- para “escolher-mos” a roupa, para não nos “constiparmos” ....!
- se pudemos ou não ir para a praia
- se pudemos ou não ir para a neve
- etc. ...

Outro, entre cerca de + 11 Projectos é www.extensity.pt
Tudo está relacinado com uma QUINTA na Covilhã
Cá estou a trabalhar com Pai e, agora com o Filho + Esposas de ambos ... e, por este andar com os Netos, pois não me deixam sair ... havendo assim “colegas” que querem o “lugar” e, só destabilizam ...
3 x mais trabalho (e, isto é para quem a ADSE recomenda trabalhos MODERADOS)

Huuum ...... passa RECIBO VERDE?
Até logo ...
Bj.

VANGUARDISTA disse...

Cultura espetáculo, cultura publicidade ou cultura para encher o olho ao povo do país profundo, uma vez por ano, em grande, tipo Berardo.
O pior é a falta de estratégia cultural, porque cultura é "tudo" na vida de um povo, é aprender, formar, transmitir, conservar, apoiar (sem subsidios para os amigos), tudo o que o povo fez e faz, cá e no "mundo": teatro, ópera, cinema, revista, música, foclore, canto e cante, pintura, escultura, literatura e livros, arquitectura, património ( não o dos roteiros do Sr. Cavaco) , museus, etc. etc.
Esta Srª. Ministra Pires de Lima, quando finalmente for corrida do MC, vai para presidente de uma agência de publicidade multinacional ! Quem aposta ?

Anónimo disse...

O Ministro da Saúde é o vírus da gripe das aves do Ministério da Saúde.

A Isabel Pires de Lima é HIV do Ministério da Cultura.

Quanto ao Emmanuel Nunes é mais um a viver à custa dos impostos da maralha, mas em troca ainda nos dá «música»... Os dois de cima, e o respectivo grupo Parlamentar, só nos dão merda.

Anónimo disse...

Num ponto tem bastante razão: "o argumento é reaccionário e populista". O que é que a ópera tem a ver com ambulâncias e hospitais? Tem algum indício de quantas pessoas não receberam assistência por causa deste espectáculo? E já agora, não só deste, mas de qualquer outro?
Se não, o que é que interessa misturar alhos com bugalhos?