8.1.08

FIGURA DE PARVOS?


Sócrates tem um compromisso com o país acerca do "tratado reformador" e da sua ratificação. Não adianta o eufemismo de que "não é a mesma coisa do que a constituição europeia" para ir a reboque do "bruxelês". É exactamente a mesma coisa, sem bandeira, um hino e umas alíneas. Apesar da sua especialização em fazer tábua rasa de quase tudo o que andou a defender em campanha eleitoral, Sócrates não deve abusar da sorte. O "tratado de Lisboa" afasta-nos da "Europa" e não simplifica nada. "Debater" a Europa a propósito de um refendo significa falar também de nós. Eu sei que custa e que o que há para falar é feio e não se recomenda. Todavia, a democracia é isso mesmo: conflito e risco, risco e conflito. Sócrates não deve levar a "higienização" da política e dos costumes a um ponto de não retorno que, em última análise, lhe será oportunamente devolvido como um "boomerang". Apesar de os portugueses não comerem "bruxelês", é bom que se lhes pergunte se têm noção do papel que lhes está reservado na Europa próxima futura. Não lhes perguntar nada, é assentar definitivamente na figura de parvos que, cá e lá fora, as "instituições" apreciam que eles façam.

5 comentários:

Zé Luís disse...

E do estado da da Saúde a mesma coisa. O comportamento do ministro Correia de Campos no Prós & Prós a que, no fim de cada terapia higienizante, se propõe a inefável Fátima Campos (?) Ferreira, uma entre as consagradas entrevistadoras do regime televisivo da concordância com o poder, foi absolutamente intolerável.
Ameaçou com todas as letras o bastonário em exercício da Ordem dos Médicos, num autoritarismo repelente a que faltava o directo em televisão.
Mas no dia seguinte, nenhum programa informativo da RTP pegou no tema que entrara pela noite dentro anterior e da produção da própria RTP.
Pior, confrontado por diversos autarcas, entre inconformados e traídos como em S. Pedro do Sul, o ministro acabou queimado na própria fogueira, desmentido por todos e sem responder a vários, com o desplante de não esclarecer ninguém e, à boa maneira socratiana, ditar números de ambulâncias para aqui, equipamentos para ali, consultas externas assim, operações assado, números e números que não disfarçam o caos instalado pela pressa em fechar, fechar, fechar até se parir nas auto-estradas ou morrer... nos hospitais.
Uma vergonha. O programa que tem uma moderadora que não se sabe calar. O ministro que não tinha buraco onde se meter e foi salvaguardado pela omissão informativa do dia seguinte e o Governo que não escapa à vergonha que é toda a sua governação.
Soube-sem por fim, que nenhum critério técnico prevalece.
O ministro da Saúde matou de vez o assunto: no fim prevalece a escolha política.
Ora, precisamente do que se suspeitava e os autarcas foram em peso confirmar que estavam excluídos por serem de concelho de cor política diferente.
Só espinhos para quem não tiver rosas.

Anónimo disse...

PARTE I

O "herói" do "trapalhado" de Lisboa, o senhor chefe do governo, que nos desgraça dia a dia, não cabe em si de contente e, ao demonstrá-lo, pavoneia-se por aí com desmedida vaidade.

Na minha terra, a um vaidoso arrogante como ele chamamos de CAGÃO. (e, neste capítulo, está tudo dito).

PARTE II

Depois das explicações, por sinal incompreendidas, de um imbecil a demonstrar, pùblicamente, que os "abonados" reformados deste país iriam beneficiar (imagine-se !!!) com um aumento mensal de 68 centimos, durante 14 meses, talvez não haja nada a comentar; contudo, entendo que há algo a dizer : FILHOS DA PUTA.

Fim das 2 partes.

Anónimo disse...

"Beggars can`t be choosers"...

José Amador disse...

Pois é. É por causa do "boomerang" que o nosso primeiro tem medo do referendo. Já não é a primeira vez que os portugueses aproveitam um acto eleitoral para mostrarem o seu desagrado às políticas de um governo. Não foi por causa de umas eleições autárquicas que o Guterres bateu com a porta?
Quanto aos 68 cêntimos para os reformados repartidos por 14 meses é, no mínimo, indigno e vexatório. Num dia em que soube que 50% dos 1850 funcionários das Estradas de Portugal possuem carro da empresa e tem cartões de crédito para a gasolina! À custa do contribuinte claro!

Carlos Medina Ribeiro disse...

A propósito deste assunto, há um prémio, oferta da editora gradiva, [aqui]
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