16.1.08

O IMPERATIVO CATEGÓRICO DA REALIDADE

«Sócrates deve estar feliz, conseguiu uma brutal alteração da distribuição dos rendimentos em favor dos mais ricos na esperança de daí vir crescimento económico e não só não teve que enfrentar grandes perturbações sociais como ainda se diz de esquerda e defensor de um estado social que só ele imagina. Sócrates continua a acreditar que um país de pobres é a fórmula adequada para que o país venha a ser mais rico, pouco se preocupando com o facto de a riqueza assim conseguida ser apenas de alguns.»

in O Jumento

5 comentários:

Anónimo disse...

Pelo menos o Dr. Salazar, perante o despaupério das finanças públicas herdadas da 1ª República, tinha a preocupação de justificar os fracos rendimentos dos portugueses, procurando compensá-los através do Estado Providência, denunciando a plutocracia ( o governo dos ricos) como "a flor do mal do pior capitalismo". Pelos vistos, o primado da economia sobre a política, dos nossos tempos, ditou que nada melhor que o investimento privado como forma de de garantir o progresso e o desenvolvimento do País mesmo que tal seja feito à custa de baixos salários.

João Gante disse...

Por acaso, a visão d' O Jumento de que Sócrates procurava criar um país pobre é estranhamente reminescente da escola de filosofia de Santa Comba (a política de Sócrates, não a visão do blogger). A teoria não é de facto descabida, tendo em conta a paranóia estatística deste (conterorisoconterorisoconter...) governo. Que vai desde a economia e os "devedores que não o são porque têm capital para pagar" de Correia "Morfina" Campos até ao encobrimento da morte de feridos graves de acidentes de viação com a tinta rosa da "evolução" da sinistralidade rodoviária. Um amigo dizia-me há uns dias que a oposição mentia porque, quando assistia a debates parlamentares, o governo apresentava sempre documentos e dados provando as suas teorias. Eu, é desses dados que tenho medo. Mas também dão para rir

Anónimo disse...

Este post é bom.
Prova isto: SÓCRATES=SALAZAR

Capitão Nemo disse...

Deixem o Salazar em paz. Comparem os tempos: os primeiros anos do século passado não coincidem de modo algum com os primeiros anos do sec. XXI. O Salazar encaixava-se no seu tempo. Sócrates, e os seus apaniguados, mesmo que muitos,são uma paragem no tempo Uma contrariedade na evolução.

Carlos Medina Ribeiro disse...

O champanhe do mendigo

A anedota protagonizada pelo Secretário de Estado que há dias disse que o aumento das reformas mais baixas ia ser processado em suaves prestações mensais (de não-sei-quantos cêntimos) com o argumento de que era para o bem dos beneficiários (que, assim, não o gastariam todo de uma só vez!), fez-me lembrar uma outra (também de humor-negro) que, salvo erro, é da autoria de Stuart de Carvalhais:

Trata-se de uma anedota ilustrada que mostra uma bondosa velhinha a dar uma esmola a um mendigo, recomendando-lhe, de dedo em riste:
-Tome lá 5 tostões, mas não vá agora gastá-los em vinho!
Ao que o infeliz responde, olhando para a moeda:
-Esteja descansada, minha benfeitora; com isto, vou comprar champanhe.
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[«Destak» de hoje]