Ter apelidado de sensato, no post anterior, Nogueira Leite valeu-me uma chamada de atenção do Filipe Nunes Vicente. Como é dos poucos a quem concedo isso, fui ver. De facto, não me esqueço do ex-secretário de estado de Pina Moura. Tão pouco das diatribes contra Ferreira Leite quando era chique derrubar a senhora a pazadas de passoscoelhismo temperado com demagógico socretismo betoneiro de circunstância. Ou da condição de assalariado de um "grupo" conhecido. Tudo isso, porém, não me impede de lhe reconhecer, em derradeiras intervenções públicas, um módico de tino. Se é a pensar na servidura da pátria em futuro governo passista (também será, naturalmente), é-me indiferente pois o Filipe sabe o que penso da generalidade das "figuras públicas" do regime, do Bloco ao CDS. Passos é só mais um nessa inconfundível balaustrada pejada de putativos salvadores de uma coisa que já não tem salvação. E Nogueira Leite conta um átomo nisso. Muito mais conta, por exemplo, Ângelo Correia que, não por acaso, detesta Cavaco, precisamente o único que, apesar do exagerado timorato papel presidencial, ficou para a história como o coveiro do "bloco central". A direcção de Passos, a formal e a informal, é assaz medíocre como, aliás, todas as restantes direcções partidárias o são. Não são escolas de virtuosos românticos nem de rigorosos amantes da causa pública. Os elogios da nomenclatura socialista à "responsabilidade" de Passos Coelho são bem mais eloquentes que todas as prédicas de Nogueira Leite. Seja como for, isto afunda-se. Esteja descansado.
3 comentários:
Eh eh eh ..."chamada de atenção", vírgula.
Obrigado de qualquer modo pelo esforço, mas, de facto, o indivíduo foi apenas mais um que, na altura errada ( certa para ele)puxou o tapete a quem avisava sobre o que aí vinha.
Aliás, o módico de tino foi quando assinou o protesto contra o TGV. Um pé dentro e outro de fora.
O nosso problma com todos esses rapazes economistas-gestores, muito competentes quando estão fora, é que, mal entram, têm de se confrontar com as fantasias criminosas dos chefes e perdem logo essa batalha. Como não amam o País - que aliás desconhecem - como não sabem o que querem e para onde vão, a corrida para o abismo é segura. A única maneira de botar faladura de modo legítimo é ser independente e patriota, ter 60 ou 70 anos, ter sido ministro noutro tempo, não precisar da malta para viver e ter sido competente. Existem poucos nssas condições. O resto são tretas - e vindas de gentinha que não distingue a obra-prima da prima-do-mestre-de-obras.
Ass.: Besta Imunda
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