28.2.11

OS PASSOS EM VOLTA


Segundo o Público, o governo inventou até agora cerca de 70 grupos de trabalho, comissões, observatórios, grupos consultivos, uma coordenação nacional e "estruturas de missão" (gosto particularmente do "som" destas últimas) que envolvem à volta de seiscentas pessoas, umas funcionárias públicas e outras não. Guterres foi o campeão destas inutilidades que apenas servem para os respectivos membros ornamentarem o currículo e, em alguns casos, comporem a mensalidade. Na maior parte dos casos, senão em todos, o Estado tem organismos para fazer o que esta bonzaria eminentemente "reflexiva" faz ou deixa de fazer. Até existe um grupo de trabalho para a "promoção da bicicleta", uma comissão para "promover uma adequada conexão entre a justica e o desporto", outra para "reflectir" (sic) sobre a certificação florestal"ou para "definir claramente o conceito de voto em mobilidade". Ridículo? Aparentemente, sim. Mas, entre nós, nada obedece forçosamente à lógica, ao rigor ou ao bom senso. E, depois, diz-se que a Europa é que deve dar "os passos certos" sob pena de nos afundarmos apesar da bondade patriótica do governo (o "esforço") e das suas "medidas". Como se nós não andássemos há anos a fazer mais nada a não ser "passos em volta", com a devida vénia a Herberto Helder.

7 comentários:

Vítor Coelho da Silva disse...

De facto, é fodido!

E mais fodido ainda porque eu não sou convidado para estas coisas ;-) !!!

Tá mal...

João Gonçalves disse...

Deve estar a falar de si. Aliás, atento o conteúdo a prosa, por que é que não aproveita as novas oprtunidades para limar a ordinarice da sua prosa?

fado alexandrino. disse...

Ouvi dizer que vão criar o Dia Nacional do orgasmo e outro das zonas húmidas.
Quem me dera que me dessem uma bolsa para investigar se não se podiam juntar num único.

Carlos Dias Nunes disse...

Levado pelo link do acima "comentador" Coelho, cheguei à notícia de que a eminente "escritora" Lídia Jorge acaba de perpetrar novo "romance".
Não há, portanto, lugar a surpresas: estamos no reino da total bacoquice.

a.marques disse...

Eu, grupo de trabalho unipessoal a custo zero dou de bandeja sobre o eduquês:

A amplitude e consequências futuras de uma abordagem coxa do tema soluções de educação, reclama e merece um debate competente, sério e transparente para além da contabilidade caseira de cartaz e interesse obscuros da apertada e carreirista malha partidária. Medidas atabalhoadamente avulsas e apressadamente conjunturais não encaixam num sistema de ensino que se pretende produtivamente escorreito. Enquanto enviesadamente se entender que em cada legislatura, um governo, qualquer governo, pode tudo baralhar e dar de novo não se ataca a raiz do problema, e principalmente os mais jovens são indecorosamente sujeitos ao papel de cobaias nas mãos de rascas experimentadores de ocasião. O sistema educativo terá que ser visto como uma questão de regime, bem afinada para durar décadas sem sobressaltos. Assim, nem tempo temos para aferir resultados. Acontece que, a exemplo de muitas outras e diversificadas instituições, as escolas privadas podem prestar um serviço público. A realidade ensina, que perante a recorrente incapacidade e prepotência do Estado, em muitas áreas sociais como em muitos outros quadrantes, o contributo particular pode diversificar e contribuir sem que daí retire benefícios chocantemente indevidos. Por desgraça tem mesmo que se substituir aos inorgânicos órgãos do poder, como por exemplo quando a fome aperta. Até pode acontecer que o omnipresente e prepotente estado tema a demonstração comparada da eficiência e dos resultados. No que respeita á justiça da comparticipação do orçamento do País que todos somos, uma regra simples e bem calibrada basta. Abertura nos privados para acesso universal a todas as camadas sociais sem encargos adicionais para famílias abaixo de um determinado rendimento, e a partir do qual a classe dos bem instalados teria que abrir os cordões á bolsa. É tudo uma questão de forma e de fórmula. Em doses excessivas o Estado mata. Mas não se mate o Estado em obediência a interesses privados que muitas vezes os próprios agentes políticos na sombra representam.

Gallião Pequeno disse...

Li esta agora:

Primeiro-ministro diz que «Europa já fez erros demais» e «Se a execução orçamental vier a revelar que são necessárias mais medidas, nós tomá-las-emos. Mas não é isso que mostra a execução orçamental de Janeiro».

Isto é de ficar a espumar de raiva!

Anónimo disse...

Carlos Dias Nunes: tu sabes onde nasceu a Lidia Jorge??? Na terra do fenomeno...não não é Emtroncamento...foi em: