23.7.08

O EMBUSTE


Estamos em Julho. Em qualquer país "médio" da Europa, as temporadas de ópera já estão, de há muito, anunciadas. Por cá, o melhor que a OPART - que gere em conjunto a Companhia Nacional de Bailado e o nosso único teatro de ópera, o São Carlos - consegue anunciar é um eterno "Quebra-Nozes", dançado no palco do S. Carlos, lá para Novembro e Dezembro. De ópera, nem um pio. O dr. Pinto Ribeiro, numa das suas raras intervenções como ministro da cultura, não se mostrou agradado com a OPART, um embuste que serviu apenas para remover Paolo Pinamonti da direcção do Teatro. Está mais do que na hora de tirar daí as devidas ilações.

13 comentários:

Anónimo disse...

Ópera?
ópera é para operários, como dizia o outro.
Olhe, podiam aproveitar o momento actual e encenar uma "mix" com "O Trovador" e o "Porgy and Bess". Actores não faltam....!!!!
Xico

João Gonçalves disse...

Leu em alguma parte do post que o dr. Ribeiro demitiu o PP? A OPART, criação da Vieira de Carvalho e Pires de Lima, foi apenas para o que serviu, para correr com PP.De resto, é um embuste, uma treta para usar um termo mais "popular" e entendível.

Fernando Vasconcelos disse...

João: Tem razão. Fiz uma leitura errada do seu post. Em todo o caso como dizia o facto é que se mudou para muito pior.

Anónimo disse...

A ópera só interessa a meia-dúzia de privilegiados, o país tem coisas muito mais graves e urgentes para serem tratadas. Fechem a porcaria do São Carlos que é menos dinheiro que se desperdiça.

Fernando Vasconcelos disse...

Bernardo: Claro que tem coisas muito mais importantes para resolver. Uma delas é precisamente a ópera apenas interessar a meia dúzia de pessoas, não forçosamente priveligeados.

Anónimo disse...

Curioso, este acrónimo. Pela primeira vez acertaram em alguma coisa, no caso um anagrama invertido de TRAPO. Faltou acrescentar "encharcado nas trombas", mas não se pode ter tudo.
De qualquer forma, parece ser isso mesmo (um trapo encharcado nas trombas) que o Estado português acha que se deve dar ao povo, à laia de cultura. Isso e música pimba, é claro.

Karocha disse...

Desculpe bernardo, mas não estou de acordo consigo.
Um povo inculto,vota como vota,e é isso que querem!
Acha que os Austríacos estão mal?

Anónimo disse...

Tem toda a razão Bernardo. E já agora acabem com o subsídio à selecção nacional, que aquilo não presta para nada e aos jogos olímpicos que a maioria não vai poder ver e às SCUT! Assim como assim, promova-se um auto de fé nos nossos estádios e façamos um suicídio colectivo que acabam-se logo com os problemas graves e urgentes.
Xico

Anónimo disse...

À excepção de Portugal, a ópera continua florescente por toda a Europa. É um espectáculo caro? Sim, com certeza. Mas porque não voltar a apresentá-la no Coliseu, como nos velhos tempos. Torná-la acessível a todas as bolsas. Isso amortizaria (pela lotação do Coliseu) as récitas do S. Carlos.

Acontece que o S. Carlos pratica preços quase iguais aos dos teatros de maior renome europeu, talvez com excepção de Viena, Milão ou Londres. E o nível de vida da Europa, pelo menos da ocidental, é muito superior ao de Portugal.

Então, reveja-se de alto a baixo a política operática, recrie-se uma companhia portuguesa de ópera, que tanto contribuiu para a divulgação da ópera em Portugal no tempo de Serra Formigal, utilize-se o Coliseu e o Centro Cultural de Belém, etc. E mantenham-se em repertório as óperas tradicionais que são elas que possibilitam a afinação do gosto para voos mais sofisticados.

MINA

Anónimo disse...

Bernardo,
olhe que a ópera interessa pelo menos a outro meia-dúzia de NÃO privilegiados...e muito...e esta,hem?

Mina,
na "mouche"!!!
Porque é que a ópera não vai mais ao Coliseu? Formou muito os gostos.
Quase toda a temporada do S.Carlos ia ao Coliseu e a preços bem mais baratos, fumava-se ainda na sala e os bastidores cheiravam a fortíssimos desifectantes por causa dos animais de circo, e vá lá perguntar a quem ainda nos finais da década de 80(!), e até mesmo no início da década de 90,lá cantou se não tem saudades daquele público...

Porque o CCB nunca apresentou uma temporada de Ópera?

Já se deram conta que a Gulbenkian, ainda que em versão de concerto, começa a abordar Óperas das que se apelidam como "mais populares"?

Já repararam como os "Pavilhões Atlânticos" se enchem com com "Carminas Buranas" e espectáculos de óperas mais populares,onde a esmagadora maioria das pessoas "come" gato por lebre,porque estes "pavilhões", são acusticamente um pavor para este tipo de espectáculos, sem referir o embuste de toda a produção a nível artístico?...

A Ópera se bem divulgada e inteligentemente "vendida",é um "produto" tão apelativo,como outro qualquer, já para não falar da famosa descentralização...há salas a Norte que deveriam começar a receber ópera...

A Ópera,caro Bernardo,é
"O ESPECTÁCULO TOTAL"!

O Neo-Liberalismo é que lhe tenta roubar o protagonismo e pelos vistos só dá MAUS muito MAUS resultados...tornado-se pois no pior "espectáculo" para o mundo...

G

Anónimo disse...

... mas voltando à questão QUEBRA-NOZES, esta produção anunciada, com cenários e figurinos de Artur Casaes, foi oferecida à CNB pelo Ballet Gulbenkian, quando já naquela altura estava VELHA, CANSADA e ULTRAPASSADA!... Estamos a assistir a um retrocesso em absoluto, pós Ana Pereira Caldas e Jorge Salavisa, ressuscitando agora a estética balética Armando Jorge! "Oh tempo volta pr'a trás", deve ser o lema instituído pelo anterior Secretário de Estado, e que ainda prevalece!... A cultura do nosso país no seu PIOR! E o que diz a isto tudo a digníssima Secretária de Estado da Cultura, que foi em tempos vogal da CNB? Estarão a fazer de nós parvos? Não restará ninguém na OPART com alguma réstia de sentido estético, ou temos que continuar a chorar o desaparecimento, há 12 anos, do Dr. José Ribeiro da Fonte (director arístico de S. Carlos de 1988 a 1992)! SIM! Porque aquela ideia que o Dr Pinamonti tinha sido o melhor director de S. Carlos dos últimos 50 anos, não foi mais que uma enorme afronta à memória de Ribeiro da Fonte! E feita por um crítico musical da nossa praça, que assim se esqueceu dum seu amigo. Confrontados com o facto da anterior Ministra e seu Secretário de Estado terem acabado com o Prémio Revelação Ribeiro da Fonte (instituído pelo Ministro socialista Carrilho), só confirma o ESTADO DAS COISAS, – não se quer PREMIAR nada de NOVO, nem a jovem CRIATIVIDADE!...

Anónimo disse...

Nota-se nestes comentários a quantidade de invejosos que por aír proliferam a relação ao OPART! Com um trapo encharcado nas trombas deveria o Ministro da Cultura dar nas trombas do pseudo artista que fez a porcaria da estátua que a CML aceitou (porque o trabalho foi oferecido=borla) colocar no Largo São Carlos e que diz chamar-se Fernando Pessoa! Esta estátue é que é um verdadeiro UMBUSTE, um ATENTADO à ARTE e à CULTURA! O pobre do Fernando Pessoa é que passa a ser IMAGINADO (sim porque a estátua não tem rosto...) com livro nas trombas....o tal pano que devia ser dado bem encharcado nas tais trombas de quem autorizou semelhante atentado à sensibilidade de cada um de nós!!!!

E deixem o Opart seguir o seu caminho porque ainda está para fazer MUITA INVEJINHA a MUITA GENTINHA!!!!

Anónimo disse...

Os anónimos fazem o seu coro ... corro, correr com o M. Cultura.