1.7.08

A MOSCA DE WITTGENSTEIN

A conversa entre a Constança Cunha e Sá e a dra. Ferreira Leite devolveu-me uma metáfora de Wittgenstein, recordada por Manuel Maria Carrilho no seu livro Crónicas Intempestivas, noutro contexto. Há uma mosca dentro de um frasco de vidro. A mosca quer, naturalmente, sair o que a faz chocar, com persistência e método, contra a parede de vidro que constitui o frasco o qual, apesar de transparente, resiste. A diferença entre a conversa na TVI e a mosca de Wittgenstein é que ambas as participantes - Constança e Manuela - sabem que o vidro está lá e que resiste. Constança não "largou" os investimentos que Manuela não aceita sem os "estudos". Manuela não se cansou de afirmar que, enquanto não lhe derem os "estudos", não se cala. Quanto ao resto, e sem abandonar o filósofo do Tratactus, vale mais guardar silêncio em relação ao que não se sabe.

3 comentários:

Anónimo disse...

A entrevista foi boa .Quando é que MFL chama pelos nomes a arrogância anti-democrática do Governo?A claustrofobia democrática está cada vez mais grave.

fado alexandrino. disse...

A minha opinião (que está no meu blog) vale zero, mas MFL foi exemplar durante toda a conversa.
Colocou o problema no seu lugar real "Quem vai pagar e quando".
Mostou uma firmeza sem arrogância e por fim soube ser frontal na pergunta sobre os casamentos gays.

Anónimo disse...

A mim não me vieram metáforas à cabeça, veio-me uma pequena sensação de nostalgia.
Fez-me lembrar o debate das presidênciais entre Cavaco e Soares.