13.3.07

A FANTASIA


Em menos de uma semana, houve duas sessões sobre "novas oportunidades" de trabalho, sobre "qualificação". Os milhões, presume-se, foram os mesmos. A produtividade não medra, logo o emprego também não. A economia não cresce por haver outdoors a dizer que existem "novas oportunidades". Um regime, como uma pessoa, deteriora-se quando começa a trocar a realidade pelo desejo e pela fantasia. Quando se repete e só se ouve a si mesmo. Já não é só o mundo que está perigoso. Somos nós.

3 comentários:

Frederico Lucas disse...

Caro João Gonçalves,
Para que uma economia se desenvolva é preciso que as pessoas (enquanto trabalhadores e consumidores) se motivem em projectos e objectivos.
A comunicação é um vector fundamental nesse processo.

Um abraço

Anónimo disse...

A publicidadeterapêuticasubsistui-se à vontade dos cidadãos e tenta fazer passar a ideia de que algo está a mudar.

Na verdade, os cidadãos são racionais quando, em Portugal, abandonam os estudos precocemente, porque perceberam que uma licenciatura ou mesmo o 12º ano, não fazem sentido para trabalhar na Zara, na restauração ou em qualquer outro McEmprego.

Em termos económicos e estruturaiso país não apresenta, em nenhuma área, qualquer oferta de emprego qualificado, significativa ou atractiva.

Por isso, assistir a esta dissonânciapropagandística de oferta de qualificações em troca do desemprego ou da desvalorização acelarada dos títulos académicos, é algo de doloroso e revoltante.

Temos os "desígnios nacionais"(Expo, Euro, Ota, TGV) e os embustes (educação e formação).

O resultado só pode ser o do empobrecimento cultural e intelectual, em paralelo com o enriquecimento das mafias político-financeiras.

Fróide

Anónimo disse...

Provavelmente não se lembram...mas "no tempo da outra senhora" houve uma coisa assim...parecida.
Como as estatisticas sobre o analfabetismo eram vergonhosas o EN lançou a "Educação de Adultos"..
Escolas com horário alargado, aulas nas empresas, nas igrejas, nas juntas de freguesia etc. Tudo fácil... bastava saber assinar e tinha o diploma da 3ª classe... a 4ª era mais dificil.. tinha que se saber .. uns nomes..
Continuou tudo ignorante mas as estatisticas melhoraram muito.