22.3.07

LER OS OUTROS

"Em qualquer democracia, a contradição entre a biografia oficial do Primeiro-Ministro e os factos, é matéria noticiosa. Ora, se tudo estivesse bem, essa biografia não teria sido mudada há poucos dias, exactamente quando a controvérsia ameaçava passar dos blogues para os jornais (...) Esta não é matéria "de oposição" a não ser que existisse qualquer implicação criminal. Aí sim percebia-se que um partido suscitasse a questão. Fora disso, é uma matéria de opinião pública, que apenas implica uma sanção dessa mesma opinião, tanto mais livre quanto resultar da independência de todos, da comunicação social em particular. Convinha ser muito prudente em proclamações morais que normalmente acabam por cair em cima de quem as faz."

José Pacheco Pereira, in Abrupto

Adenda (minha): Silêncio sepulcral sobre o assunto nas televisões. A oficiosa e as outras.

4 comentários:

Arrebenta disse...

Pronto, alguém que o ama decidiu mesmo começar a investigação, e chapar, no "Público" com as primeiras conclusões.
Vêm aí, os preliminares, queridos!...
Nem vale a pena falar de outro asssunto aqui, nem sequer vou referir a importância do trabalho dos blogues nisso: "Ça va de soi"
Parabéns, António, parabéns "Braganza Mothers".
Ontem, na Assembleia, já a voz de porcelana lhe tremelicava, do alto dos saltos altos, quando o David do P.S.D. a toureava com a Ota.
Toda a gente sabe que ela é uma "Mulher" à Beira de um Ataque de Ota.
Hoje, dão-lhe um tiro nos Saltos Altos, e põem-lhe em causa aquilo que
é -- para lá da virilidade, suponho, senão não apregoava por toda a parte que namorava com uma mulher, como se isso não fosse uma evidência estatística... -- a Vaidade.
Uma mulher daquelas, no país dos Doutores, tinha de ser licenciada, pelo menos, para ser tratada por "Doutor", "Major", "Mister" -- essa do Mister é das coisas mais carinhosas que eu já ouvi, no Futebol...
Parece que a Licenciatura dela são um punhado de papéis mal enjorcados, e com a fachada calcinada.
Licenciada pelos Manuscritos do Mar Morto.
Mas, para mim, que sou um coração de ouro, já chorei hoje, acreditem, lágrimas sinceras, pelas palavras contidas naquele fax dirigido ao Mestre: "Caro Professor, aqui lhe mando os dois decretos (o de 1995 fundamentalmente) responsáveis pelo meu actual desconsolo."
O que eu chorei hoje, sobretudo 12 anos passados.
Felizmente que para tais "desconsolos" estão as "sex-shops" com as prateleiras cheias de veneráveis calibres.

Anónimo disse...

A oficiosa e as outras?! Não.
A oficial e as oficiosas.

Anónimo disse...

«Quando seremos uma República adulta em que os títulos académicos ficam à porta da actividade política, como nos países que nos rodeiam ?»
(Medeiros Ferreira, in "Bichos Carpinteiros")

Há Repúblicas adultas, Senhor Professor Doutor ?

Anónimo disse...

Como de costume, Pacheco Pereira - um amante das falácias - mistura as coisas e parte de uma ideia errada para concluir logicamente. Se os senhores (Pacheco Pereira e João Gonçalves que o cita) fossem engenheiros ou soubessem do que falam percebiam que a diferença entre engenheiro e licenciado em engenharia tem a ver com a Ordem dos Engenheiros. Nem todos os cursos de engenharia estão reconhecidos pela Ordem - e isso passa-se até no Técnico - e nem todos os licenciados em engenharia necessitam de estar inscritos na Ordem para exercer o ofício de engenheiro pelo que muita gente prefere nem se inscrever pois a quota anual não é barata. Nos casos em que os cursos estão reconhecidos, ao licenciado em engenharia basta fazer um estágio acompanhado por um engenheiro patrono e apresentar um relatório, que terá de ser aprovado pelo colégio da sua área de formação: Civil, Química, Naval, etc. passa-se então de engenheiro estagiário a engenheiro de facto com direito ao tratamento pelo título profissional de Eng. Nos cursos de engenharia que não são reconhecidos pela Ordem, os licenciados em engenharia têm de fazer um exame teórico e prático para provar que a sua formação os preparou para o ofício profissional de engenheiro. Claro que dando seguimento à tradição trata-se toda a gente pelos títulos quer ser seja licenciado em filosofia (um doutor) ou em engenharia (um engenheiro), mesmo quando num dos casos estamos a falar de uma função profissional e mesmo que esta não seja exercida.
Passa-se isso com Sócrates que ao que tudo indica (www.correiodamanha.pt/noticia.asp?id=235797&idselect=90&idCanal=90&p=200) se terá licenciado num curso de engenharia mas nunca exerceu engenharia ou requereu a entrada na Ordem dos Enegenheiros. A habitual falta de senso nacional faz com que se calhar faça sentido a correcção de engenheiro para licenciado em engenharia. Evitam-se os patetas que gostam de ser tratados por doutor (mesmo sendo apenas licenciados)mas já criticam o outro por usar de igual liberdade no uso do tratamento. A questão de haver dúvidas acerca do facto de se ter ou não licenciado parece muito mal explicada pelo Público (não é o tema que é de tablóide, mas é de tablóide a forma como foi tratado) e nada tem a ver com a distinção entre licenciado em engenharia e engenheiro. só com muita má fé é que se misturam as duas coisas. E eu até estou desejoso que Sócrates seja substituído por uma coligação PCP/BE.