«Lucros indevidos, meros proveitos eleitorais e resultados oportunistas não servem a recuperação nacional. As medidas de austeridade, para merecerem acolhimento benévolo dos cidadãos, têm de ser acompanhadas de forte intervenção na correcção de desequilíbrios inaceitáveis e de provocantes atentados à justiça social. É hora para pôr cobro à atribuição de remunerações, pensões e recompensas exorbitantes, ao lado de pessoas a viver sem condições mínimas de dignidade. Os Bispos propõem caminhos de conversão, dentro do autêntico espírito evangélico, como grande esperança para o futuro. Todos devem sentir-se responsáveis pelas causas motivadoras da actual situação, uma vez embarcados no consumismo do supérfluo e seduzidos pelos bens materiais como centro de uma vida feliz. É hora para repensar as atitudes éticas e cívicas com lucidez vigorosa, com coragem para congregar as energias necessárias no esforço de reformas profundas no estilo de vida, e alicerçada com esperança no humanismo aberto à transcendência e para muitos alimentada no Pai comum que a todos irmana.»
Conferência Episcopal Portuguesa
10 comentários:
"Pregar no deserto"...infelizmente....
Muito bem. E é estranho (ou talvez não) que sejam sempre estes homens a falar disto, como um corpo e uma referência moral. Estranho é também que sejam sempre eles, as misericórdias e outras instituições de voluntariado a feferir que há FOME. A esquerda - sobretudo a esquerda trotskista do flato-fácil - nunca fala às 'televisões' em "fome" e nos cidadãos que, à noite, se alimentam de contentores. Preferem falar em "dificuldades", "ataques a regalias e direitos" e nos "bairros problemáticos".
É a 'decadente e deslocada' Igreja Católica a amparar os que estão fora das estatísticas da dona andré e os deserdados - como Cristo e S. Francisco.
Ass.: Besta Imunda
Até que enfim a Igreja vem protestar contra a escandaleira das reformas e vencimentos milionários e obscenos à custa dum país de contribuintes pobres e doentes.
Neste «estado sucial», muitos querem catalogar a Igreja com mais um «parceiro social».
Ora, a Igreja não é nenhum «parceiro social» e deve dar o grito de alerta contra esta sociedade alicerçada nas roubalheiras, no esbulho, no saque e na mentira.
Deverá também chamar à pedra todos aqueles politicos que se vangloriam de ser «cristãos» e que estão em todos os partidos, mas que no fundo só vão ao domingo à missa bater no peito, enquanto nos outros dias da semana são capazes de explorar, aldrabar e humilhar o seu semelhante.
Já que não temos Forças Armadas, ao menos a Igreja venha para rua e para os púlpitos defender o povo, os mais pobres, os humilhados, os proscritos e os injustiçados desta sociedade doente e corrupta.
Gente boa que fala tarde de mais.
Estes bispos deveriam zelar pela espiritualidade e por princípios que pregam. Não os vi de forma clara a rejeitarem o casamento "paneloka" ou mesmo a legalização do aborto. Resignaram-se...
Agora põem-se em bicos de pés? Para quê? A Igreja não é só (nem principalmente) caridade.
É por estas e por outras que agora há uns gurus que fazem umas sessões "motivacionais" que deixam em êxtase muita cabeça ôca.
PC
Corajosos e esclarecidos. como referência moral são, cada vez mais, imprescindíveis.
“Aqui está a sabedoria. Quem tem entendimento calcule o número da besta, pois é número de homem. Ora, esse número é seiscentos e sessenta e seis.” (Apoc. 13:18). Quem sera ela, ou melhor, seria ela?
Era só o que nos faltava: uma besta convertida.
Não deve haver maiores cumplices do Socrates e do PS que estes. De mão dada com Sócrates e o PS, sempre muito interessados no clientelismo das almas, no privilégio e em relações especiais. Apesar de Sócrates quando quiz atacar a Igreja o fez sem problema. Não admira a Igreja portuguesa há muito que não é Igreja.
A trajectória do País com a via do endividamento e viver muito acima das posses também nunca os preocupou.
lucklucky
Caro Joao,
Neste ponto da religiao e onde mais discordo de si.
Nao pela crenca num deus ou algo sobrenatural.
Mas nas pessoas que lideram esta seita.
Lembremo-nos de todo o mal que a Igreja fez a humanidade e poderiam alimentar o mundo por seculos e ainda ficarem em deficite.
Nao digo que os seus actuais lideres, incluindo o Papa, nao sejam pessoas bem intencionadas. Mas a Igreja peca precisamente no modo como ve a sociedade. Na moral que prega. Na incapacidade de ver a humanidade na sua individualidade. Na incapacidade de transmitirem as pessoas que viver a vida nao e pecado.
A felicidade que a igreja tenta transmitir e uma vida que comeca pesada, quando ja se nasce com um pecado. Custara entender que o pecado e a sociedade e as suas instituicoes? Que procuram formatar o Homem duma forma artificial?
Mais nao direi por respeito ao seu blogue.
Mas, no que toca a Igreja, bem prega Frei Tomas...
João Gonçalves:
Vêm agora porta-vozes de Bispos Portugueses se insurgir contra pensões mordomias reformas acumulações de reformas e tenças de políticos e jurisconsultos e autarcas e etc. (cambada vasta) de «opulência» que brada a céus contra miséria alastrante de quem vive contando de um a quinhentos ou mesmo de um a mil euros mês nos limiares da envergonhada pobreza.
Meus aplausos, não contando com alguns padres ou freires ou episcopado próximo a essa «opulência» e a viver também à grande.
Não são algumas ovelhas ranhosas que desautorizam a voz do pastor.
Mas adiantam tais porta-vozes que «isso», sua cristã indignação justíssima, não envolve crítica a governo.
A quem então, em matéria de César, envolver senão César.
Acaso pensa porta-voz ou porta-vozes de Episcopado que esses da abastança vão mudar coração de pedra só por ouvirem suas melodiosas vozes?
Vão tomar-se da noite prò dia de caridade cristã?
Vão abdicar do que lhe é doce veneno?
Ou não será o Estado melhor o Governo seja ele de que cor for a ter que pôr cobro nessa bandalheira de esbanjamento e opulência, não permitindo que do panelão de todos se saque para uns enguias e para outros minhocas?
Isto já vai cansando, mas cansando a voz.
Ochoa
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