13.2.10

OLHAR O LUME E ASSAR CASTANHAS


«E uma palavra final para esse destroço do naufrágio geral, que voga à tona das águas, agarrado a uma bóia de salvação que diz "procurador-geral da República". De há muito que, por outras e variadas razões, defendo a gentileza da sua demissão. Na esteira dos seus antecessores, já se sabia que ele nada pode, nada manda e pouco sabe do que se passa na casa que supostamente dirige. Agora, ficou a saber-se que já nem em si próprio manda e que gasta o melhor do seu tempo a redigir comunicados a desmentir e a contradizer os seus próprios e anteriores comunicados. Num dia recebe o encargo solene do ministro da Justiça para apresentar medidas que ponham termo à bandalheira da violação do segredo de justiça e, no dia seguinte, declara no Parlamento que nada há a fazer quanto a isso. Há, sim, dr. Pinto Monteiro: uma reforma na aldeia, a olhar o lume e a assar castanhas.»

Miguel Sousa Tavares, Expresso

3 comentários:

caozito disse...

Nos Estados Unidos da América o procurador-geral é eleito pelo povo.

Assim, quando o homem se comporta menos bem, é o povo que o manda para casa assar castanhas.

De nihilo nihil disse...

Aproveito a caixa para manifestar o meu pesar à "Justiça" e a todos o seus justos elementos por tão fraca representação. Então ao nível de bastonários, procuradores e outros elevados representantes a "ceguinha" tem andado bem servida e de olho bem aberto.

Anónimo disse...

O Miguelito, para quem a teoria do aquecimento global estava certa porque nos últimos dois anos não tinha usado sobretudo (e há quem pague por "análises" destas!?), tem agora que engolir a teoria do Sócrates-vítima de todos os boatos. E é melhor que se vá preparando para a sobremesa: a teoria do Pinto da Costa-santinho do porto.