6.8.08

SOARES E A "SAISON" IDIOTA

Afinal, o dr. Soares foi acometido de uma indignação pantomineira quando achou "inoportuna" a intervenção de Cavaco Silva, a semana passada. De acordo com o Público - e a memória da época que, pelos vistos, não funciona para todos - «o Estatuto Político-Administrativo dos Açores parece ter "uma certa propensão para ser vetado". Quem o diz é Mota Amaral, ex-presidente do governo regional açoriano, lembrando o veto que Mário Soares usou, em 1986, para chumbar a revisão do Estatuto, que também tinha sido aprovada por unanimidade. Para o então Presidente da República, ainda no seu primeiro mandato, a questão prendia-se com uma norma da qual derivava um tratamento equivalente entre a bandeira dos Açores e a bandeira nacional. "Foi um veto político, que resultou de uma diligência feita pelos altos comandos militares que foram recebidos em Belém", lembra Mota Amaral, evocando ainda que Soares fez uma comunicação ao país. O hino nacional marcou o início e o fecho da intervenção presidencial. Corria o mês de Setembro.» Eu estava na tropa, em Tavira, e recordo-me que, poucos dias depois disto, Soares foi aos Açores. E tudo correu bem. Soares devia estar acima da "saison idiota".

4 comentários:

Teste Sniqper disse...

Pedindo antecipadas desculpas pela “invasão” e alguma usurpação de espaço, gostaríamos de deixar o convite para uma visita a este Espaço que irá agitar as águas da Passividade Portuguesa...

Anónimo disse...

Se há coisa a que hoje em dia Soares pertence em permanência é à desvergonhada season.

Anónimo disse...

Confesso que não ligo nada ao que o dr. Soares diz. Soube das últimas deste dr. pela leitura de alguns títulos de jornais e através deste blogg. O processo começou quando, dizendo-se ele socialista, meteu o socialismo na gaveta. Terminou quando numa das suas presidências abertas, dizendo-se ele humanista, brindou um polícia com a célebre frase "desapareça sr. guarda" (exemplo enorme de humanismo, só ultrapassado pelo exemplo que um Presidente da República deve dar sobre o respeito devido a todo e qualquer agente da autoridade). Já nem refiro a falta de educação porque a (boa) educação não é, em meu entender, uma Virtude. O facto de se saber estar à mesa e de se saber mastigar convenientemete, não faz de ninguém um Virtuoso. Mas a forma como tratamos aqueles que socialmente ou hierarquicamente estão abaixo de nós diz muito sobre as nossas virtudes.
O meu “desinteresse” pelo dr. Soares fundamenta-se em coisas que considero mais importantes. Abreviando, se ele, em determinado momento chegou à conclusão que o Socialismo como utopia não respondia aos problemas do País, mais do que enfiá-lo em qualquer gaveta, devia pô-lo em questão como seu ideal de desenvolvimento, capaz de lhe fornecer sempre os príncipios orientadores para as questões que se apresentam na procura da sociedade ideal que, sendo uma utopia, deve ser o fim último, o objectivo de toda a acção política. Do meu ponto de vista, dessa forma o dr. Soares assumiu ser uma pessoa para a qual os ideais (e logo os princípios) servem apenas quando dão jeito, quando se encaixam. Neste processo, confesso, também teve importancia o clima de quase sempre guerrilha institucional com os vários governos que, sempre que pôde e lhe interessou, promoveu em seu benefício enquanto presidente da República, contrariando o interesse de Portugal. Concluí por isso que o dr. Soares não está genuinamente preocupado com o País, com o Homem e o Mundo. Estou profundamente convicto que esse dr. pensa só e exclusivamente em função do seu interesse pessoal. Acredito que muitas reformas de que Portugal precisa há muito não foram sequer anunciadas e promovidas pelos vários governos eleitos durante os seus mandatos presidenciais porque, com aquele presidente, isso seria usado para promover a contestação (e com sorte até a revolta) social da qual ele emergiria como o grande e poderoso salvador. Acho que foi “dessa recordação de si próprio” que surgiu, na última campanha presidencial, a acusação de que essa seria a atitude do Dr. Cavaco Silva caso fosse eleito presidente. Acho que ele, narcista e vaidoso pensa que todos ambicionam ser como ele.
O sucesso do dr. Soares tem que mais que ver com, numa primeira fase, a "credibilidade de anti-fascista", deportado e exilado político (um insulto se compararmos com o que sofreu, por exemplo, Alexander Soljenitsin) e, numa segunda fase, com a capacidade (pioneira em Portugal) de adivinhar e dizer aquilo que as pessoas (o Povo) queriam ouvir. A ajuda Americana e a amizade com o seu amigo François Miterrand fizeram o resto.
Apesar deste meu ... – porque não dizê-lo – desprezo pelo dr. Soares, quando ele morrer eu não sairei para a rua a gritar e saltar de alegria porque sei que estará sempre em causa a vida de um homem. Mas essa será a minha reacção porque não sou um humanista como o é o dr. Soares.
Descansem os apreciadores do estílo, ele deixa sucessores, embora não tão completos e sofisticados.

Anónimo disse...

e os meus impostos que vao para o bolso desse homen e aquela mulher que ao lado de ele fazem comentariso e nos levam uns milho~~es do orcamento que e de todos nos e n dele ele. Eu ate pensava que o individuo jatinha morrido ou tava xexe! O carnaval xa acabos....