17.8.08

FRAGMENTO CRUEL SOBRE A CRUELDADE DA VIDA COMO ELA É


«Todas as coisas que amei ou acarinhei me foram roubadas. (...) Morremos albergando em nós uma miríade de amantes e de tribos, de sabores que provámos, de corpos como rios de sabedoria onde mergulhámos e nadámos contra a correnteza, de personalidades como árvores a que trepámos, de medos como grutas onde nos escondemos. Quero tudo isto marcado no meu corpo quando morrer. Acredito nessa cartografia - quando é a natureza que nos marca, em lugar de apenas inscrevermos o nosso nome num mapa, como os nomes dos ricos nas fachadas dos edifícios. Somos histórias colectivas, livros colectivos. Não somos escravos nem monogâmicos nos nossos gostos ou experiências. Eu só desejava caminhar por uma terra assim, onde não existissem mapas.»

O Doente Inglês, Michael Ondaatje

2 comentários:

Anónimo disse...

o passado não me envergonha. já o conheço. os meus objectivos centram-se no fugaz presente e o futuro incerto. vivo de desafios.
por estas razões nasci em portugal mas mentalmente não sou português
também nunca seria socialista. sou eu que, bem ou mal, construo o que há-de vir. com persistência. apesar-do estado e dos "sons of a beach"
dia a dia desta brevitate vita procuro criar o locus amoenus de weltenbummler sem taedium vitae
tudo é provisório; definitivo só o estado de cadáver.
"aproveita o dia" que passa e não volta

radical livre

Anónimo disse...

Tanta asneira em tão pouco espaço (comentário de "radical livre") é obra! Parabens!