A "mobilidade" dos funcionários públicos dá para tudo. Dá para despedir, para colocar na prateleira, para não deixar sair do lugar de origem, para deixar sair com a promessa de não regressar, para regressar, etc. etc. Um tribunal concedeu provimento a uma providência cautelar de umas dezenas de funcionários do ministério da agricultura relativamente ao acto que os colocou na situação de "mobilidade especial". Regressam, portanto, aos respectivos postos apesar de o ministro já ter anunciado que vai recorrer e que não tem funções para lhes distribuir. Isto é só política e, como tal, deve ser aceite bovinamente pelos destinatários porque o PS tem uma maioria absoluta? Ou isto é uma questão laboral que pode, se for necessário, ser discutida em tribunal? Penso que tem um pouco da primeira questão e tudo da segunda. Por exemplo, se o governo quer substituir o regime de nomeações definitivas por contratos individuais de trabalho, deve estar preparado para passar a vida nos tribunais. Na abstracta "reforma da administração pública" da campanha eleitoral de 2005 cabia, pelos vistos, tudo. Os alvos é que não sabiam. Agora vale tudo.
6 comentários:
Fica provado que para fazer uma reforma há que ter capacidade e conhecimento. Não basta oratória. Só com oratória e com a pressão da vaidade de mostrar obra feita, sai apenas obra: obra-se. E disso já estávamos nós fartinhos.
E não haverá maneira
de aplicar à maioria desta maioria,
um qq processo de mobilidade?
Todos os dias mostram à evidência aquilo que já alguém afirmou antes: São fortes com os fracos e fracos com os fortes.
À prepotência e à arrogância chamam reformas e legitimidade.
Ainda bem que ainda há quem não diagnostique um cancro ao olhar para a função pública em portugal
E quem paga tudo isto? Todas estas carambolas?
(Ora, era uma pergunta retórica.)
Já te digo o que para os "rotativos" quer dizer mobilidade: bem, vão da CGD para o BCP; do ministério das Obras Públicas para uma cimenteira, do ministério da Saúde para uma empresa farmacêutica; dos Transportes, para a ANA; de presidente para uma Comissão da Fraternidade de Qualquercoisaemaisalguma. É a mobilidade. E no entanto, ela move-se!
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