21.1.08

ESPAÇOS VITAIS


O mais assustador no argumentário do dr. Constantin, do dr. George e do senhor da ASAE (um "modelo" de regulamento ambulante), no Prós e Contras da dra. Fátima, é o ar cândido com que o defendem. O "Lebensraum", afinal, não é um exclusivo dos defensores da supremacia racial. Há democratas que apreciam gerir o nosso "espaço vital" de acordo com as suas convicções "saudáveis", porventura para prolongar a "utilidade social" do corpo humano. O que é, aliás, compatível com o aumento do tempo útil de trabalho previsto pelas "modernas" reformas da segurança social com paragem definitiva praticamente à beira do crematório. Como diria o outro, isto está tudo ligado. E é perigoso.

8 comentários:

Anónimo disse...

Alguém que informe aqueles senhores que espaço público é diferente de espaço de utilidade pública. É que a este até é isentado o pagamento de certos impostos. Se se gera a confusão, ainda vamos ver as discotecas pedirem a isenção do pagamento do IMI, por serem espaços de utilidade pública.
Alguém que explique também que as criancinhas não podem entrar em discotecas. Ou podem?
E também que expliquem que o Estado não tem o direito de defender o bem estar dos cidadãos. Tem é o dever, assim o queiram os cidadãos! De contrário vejo o estado a defender-me de comer os pastéis de nata que entender!
O único argumento contra o direito dos proprietários é na realidade o dos trabalhadores. Porque os clientes só lá vão porque querem e não porque precisem.
Xico

Anónimo disse...

Bem melhor fiz em ter ido à cinemateca: "The magnificent Ambersons", (O quarto mandamento) Orson Welles, 1942.
Podendo ver uma estória do início do fabrico dos automóveis Morgan: «quanto mais depressa andamos, menos temo temos».
Chegado a casa, na RTP1 dicute-se o sexo dos anjos.
Talvez que os governos pós-modernos, dirigidos por uns iluminados meio tontos, estejam convencidos que vão transformar os homens em anjos.

Anónimo disse...

estes extraterrestres que nos desgovernam podem tirar-nos tudo, até o corpo, mas não podem tirar-nos a fé.
são uns bois capados.
Y.

João Gante disse...

Cada cigarro que fumava enquanto via o programa me sabia melhor que o anterior. Gostei especialmente de como os dois cheerleaders da esterilização lambiam os lábios de cada vez que alguém falava de controlar a obesidade, o sal, etc. Para além das habituais tentativas de transformar diálogos em monólogos - do costumeiro "não me interrompa" ao "não se zanguem" próprio de matriarca pacifista. Interessante até que ponto o termo discussão se tornou anátema para este governo. Nota só para a claque do Pulmões Limpos FC. Será que já se zangam com amigos quando estes decidem fumar em jantares? Provavelmente não passa uma ocasião em que não os alertem para os malefícios do tabaco - que um Xô Dotor fez questão de explicar no programa, numa revelação bíblica. A corja sonasol reforça-se

Anónimo disse...

“Mal saio do elevador, atenção que estou num espaço público…” aparentemente nacionalizado pelo Estado, digo eu. Fiquei com a sensação que o Dr. George e o Dr. Constantin, verdadeiros arautos do “mundo clean”, encontraram na saúde pública um nicho de mercado e peras.
Uma saúde pública embirrenta para com os cidadãos, preocupada com muitos peanuts mas sem sustentação na monitoração de parâmetros físicos, hipócrita. Que tal este Estado preocupar-se com as descargas na ribeira dos Milagres ou com os níveis de CO2 nos parques subterrâneos de estacionamento?

A incompetência no poder, tem resultados destes. Faz-me lembrar a intransigência do porteiro a quem lhe foi dado um poderzinho que ele não sabe usar…

Anónimo disse...

... moi aussi ...

Anónimo disse...

Concordo inteiramente consigo, apesar de muitos intelectuais da praça insistirem - quem sabe, em negação - em analisar tudo como se fosse um acto isolado, sem correlação com coisa nenhuma. Aparentemente, o escândalo é populista - mesmo quando é, efectivamente, um escândalo. E as senhoras de bom tom nunca fazem peixeiradas; e, em Portugal, todas as senhoras são de bom tom. Mas nada disto se relaciona.

João Gante disse...

Basta ver a vontade reprimida de rir que pelo menos metade da plateia evidenciou no Prós & Contras, quando um dos intervenientes do "Contra" se referia ao risco de disseminação desta doença-da-limpeza. Basta este fundamentalismo pisar certos calos para que muitos bravos e altruistas apoiantes desta lei se encontrem do lado dos fumadores que desprezam neste momento.