28.1.08

A CORRUPÇÃO POLÍTICA

Abrir inquéritos criminais sobre inquéritos criminais cada vez que alguém diz que "o rei vai nu", não resolve um átomo do problema. O problema, como está perfeitamente descrito numa série de posts do José Adelino Maltez, é de natureza política. A democracia, enquanto plutocracia, comporta efeitos perversos, designadamente tráficos de influência que traduzem lances de pura corrupção política. Esta precede a criminal e não tem necessariamente de coincidir com ela. Por isso, qualquer inquérito parlamentar em torno da "corrupção" será sempre retórico e o criminal, uma interminável (e tantas vezes inconclusiva) caminhada. Não mudou nada, a não ser as célebres "circunstâncias ocorrentes", nesta frase de Salazar escrita no já longínquo Como se levanta um Estado: «o plutocrata age no meio económico e no meio político usando sempre o mesmo processo: a corrupção. Estes indivíduos, a quem alguns chamam também grandes homens de negócios, vivem precisamente de três características dos nossos dias: instabilidade das condições económicas, falta de organização da economia nacional, corrupção política

1 comentário:

Nuno Castelo-Branco disse...

Parece que sim, João e até o M. Soares passou a apontar os dedos à plutocracia, deixando-nos com a seguinte dúvida: quem manda afinal na Situação? Não serão os plutocratas que a sustentam? Ainda não há muito tempo, uma certa embaixada de "relevantes figuras da vida económica do país" ( a 3ª repúbllica também segue os jargões da 2ª e da 1ª), foi a Belém e de lá trouxe uma dissolução da A.R. De uma penada. Já há precedente!