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«Eu não te vou ensinar, eu ensino-te é a combater o meio... o pá, um tipo que quer fazer carreira, se não for parvo de todo e for um bocadinho filho da puta... é facílimo... O meio literário é de cortar à faca, é muito fácil de penetrar. Eu, que nasci em Lisboa, via-os chegar da província, os Namoras, os Amândios César, os Paço d’Arcos, etc., andavam por aí a borbulhar, a deslizar, a ver quem chega primeiro. É como os espermatozóides. Agora combater o meio, isso é que é difícil, é o mais difícil... a questão é esta, estúpidos, conformistas, cobardes, é a maioria da malta...»
«O autêntico convívio resulta de nos pronunciarmos como somos, rigorosamente pessoais, cruelmente duros para os hesitantes e para os oportunistas (que são a maioria), sem respeitos humanos nem silêncios falaciosos.»
«...do velho Salazar, que também não era tão mal como isso... não era tão mal como isso... era péssimo, mas enfim... era péssimo, mas também não era como estes merdas que há agora...»
1 comentário:
Duro e frontal era como o Pacheco era. Conheci-o do convívio com livros pela uni verso ao nº 13 da rua do concelho em Setúbal. E sem medo de desancar cambadas. O Cândido Franco que publicou uns preciosos postalecos endereçados ao Raposão como ele chamava ao Raposo Nunes o mimou de «menino jesus»... Faz falta quem abane com acomodados escrivães «periodistas» como ele, Pacheco, os designava...
Encomenda após encomenda e romance após romance os novos júlios dantas da praça tudo têm e bem pagos são. Quem viva a escrita com ganas e raivosamente, morre. Paz, amigo!
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