19.11.06

MÓNICA E O CAMPONÊS


O "diário" de hoje, domingo, de Maria Filomena Mónica na Pública intitula-se "Salazar e os grandes portugueses". A tese é simples. Salazar emerge em 1928, num país rural e analfabeto, e só um e num país rural e analfabeto Salazar - inteiro produto desse país rural e analfabeto, com a "inteligência e a cultura" que o seminário lhe propiciou, senão não passaria de um vulgar burgesso, que é como Mónica aprecia a "tribo rural" (sic) - poderia pastorear. Por consequência, não se deve ter medo da evocação do nome do ditador (ou seja, a RTP também teve aqui o seu lado burgesso apesar da socióloga ter achado "graça" e se ter "entretido" com o programa), até porque - é a única coisa sensata do artigo - o nosso "fascismo" não foi propriamente "fascista" e ele, o ditador, jamais voltará dado que o país deixou de ser analfabeto e rural. Aquele andar de bicicleta pelas ruas de Oxford, bem como as descidas ao rés-do-chão envolta apenas num casaco de peles para se entregar aos puros prazeres da carne, entre outros prodígios cosmopolitas e "civilizados" que perpetrou em Inglaterra, tornaram Mónica numa espécie de supra-Saramago, uma intelectual portuguesa sem uma Azinhaga onde possa acabar a derramar a sua incompreendida genialidade e a dar autógrafos. Não creio que os adjectivos que Mónica usa para "classificar" a "tribo rural" e, de seguida, Salazar, sejam exclusivos dessa "tribo": "um exército de gente tacanha, manhosa, hipócrita, desconfiada e sobretudo avessa a riscos". De facto, mediante o recurso a estes "predicados", Mónica acaba por fazer um retrato da democrática "pequena burguesia de espírito" em que vegetamos, na cidade e nas serras. Quer, Maria Filomena Mónica, melhor exemplo disso do que o seu original artiguinho?

Adenda: Sobre isto, ler o Luís Naves, no Corta-Fitas.

11 comentários:

Anónimo disse...

Uma sugestão :
- vamos todos ajudar a Dra. Maria Filomena Mónica a ter sua Azinhaga...afinal ela não é menos que o Zé Saramago !
Cumprimentos

Anónimo disse...

Porra é quase plágio à Maria Velho da Costa!
Ai se o bombyx mori falasse....

Anónimo disse...

Uma socióloga que fala do país e do povo que o habita, mas que diz que ir até Cascais é uma tortura porque fica muito longe de sua casa (suponho que na Lapa) diz tudo sobre a arrogância daqueles que ganham a vida escrevendo sobre aquilo que desconhecem. Não admira que goste tanto de Eça, que viajou pelo mundo inteiro mas nunca conheceu o seu país nem o império colonial, e isso nunca o impediu de falar mal de Portugal e dos portugueses.
Eça, tal como Mónica, da sua viagem ao Egipto e à Palestina, a única coisa que escreveu foi uma farsa como a Relíquia. Por muito cómica e bem escrita, nada diz sobre o destino daquelas terras que tanta importância tinham no século XIX e que viriam a ter ainda mais no século XX e XXI.

Anónimo disse...

As imbecilidades hoje escritas por VPV no Público estão ao mesmo nível das que foram escritas pela Sr.ª em questão.

Fodei-vos todos, mas não me chateiem...


Pelos vistos o Frederico Lourenço está a roubar mercado aos titulares dos departamentos que fenecem...

António Torres disse...

eheheheheheheh!!!!
Haja quem aponte a nudez dos reizinhos...
O país terá mudado em algumas coisas, mas a nossa pequena burguesia bem pensante, ainda pensa como pensava... e dificilmente mudará.
Mas tem a vantagem de nos divertir, o que já não é mau.

Anónimo disse...

pois claro, o problema do país é a existência de gente como a Mónica e o Vasco, isto sem eles é que era bom. Eu próprio quando tiro os espelhos lá de casa deixo de ver a minha "fronha" com um ganho efectivo de estética

Anónimo disse...

Este portugalito (país) não merece a Maria Filommena Mónica nem o grande EÇA!!!

Livra !!!!!...

Anónimo disse...

Não resisto:Pena nunca ter ido a Oxford e ter podido ser eventualmente "descoberto".É que dizem que quem não tem sorte ao jogo acerta com as mulheres... e como nunca mais vem o euromilhões...

Anónimo disse...

Essa senhora devria estar caladinha.
Porque há gente que sabe:
- que a dita chumbou na tese em Oxforf, e que foi o Vasco (o Pulido Valente), que lhe deu um ´toque para aquilo passar;
- que como socióloga, não vale nada. Escreveu sempre sobre coisas que já tinham passado "de moda": os operários, as elites, etc.
- ou então, sobre aquilo que já tinha tudo escrito: Eça de Queirós.
Ela é fraca e só reina porque navega na mediocridade. Quem sabe o que ela não vale, nem está para se maçar em desmascará-la.
Vai sendo tempo de a menina se acautelar porque há pequenas grandes merdas que lhe podem dar cabo do prestígio que vai tendo na caras e no Público de domingo.
Ela é uma arrivistazinbha pedante que perdeu a noção do perigo que ainda corre.

Anónimo disse...

De certeza que chumbou em "Oxforf"... Santo Deus um burro invejoso com "ameaças"

Anónimo disse...

..é, um burro invejoso e analfabeto: escreve-se DEVERIA e não devria!!!