1.6.11

UMA AVE DE MAU AGOURO

«Para os clássicos latinos, os obscena dicta eram palavras de mau agouro. E de mau agouro, por isso mesmo obscenae, também o eram as aves do monte Aventino que tinham aparecido a Remo (mons avibus obscenis ominosus). É esse o caso das arengas de José Sócrates: são uma perfeita obscenidade política (obscenus significa também impudico) e seria uma obscenidade de muito mau agouro que tivessem algum resultado significativo no próximo domingo. Votar PS seria portanto uma imbecilidade obscena e funesta do eleitorado. Portugal não pode ter um Governo que, além de obscenamente incompetente, escamoteie as obrigações negociadas com a troika e assumidas perante a comunidade internacional. Dessas obrigações e do que significam, o PS, o seu líder e os seus aflautados tenorinos nem falam. Nem da bancarrota.(...) Tem de ser assegurado aos portugueses que o Governo socialista está a preparar todas as alterações negociadas, incluindo as relativas ao contrato de trabalho, de modo a que a transição governamental se faça sem prejuízo do cumprimento do novo calendário, note-se, ajustado pelo Governo socialista sem qualquer intervenção do PSD e do CDS. E tem de explicar aos portugueses que serão tomadas todas as medidas e que é dessas medidas, que é exactamente das medidas que o seu Governo negociou com a troika e recalendarizou no Ecofin que derivará a reformulação assaz penosa de vários aspectos do nosso Estado social. Se o Governo socialista não o fizer, estará a colocar Portugal numa situação de incumprimento de consequências imprevisíveis e a contribuir para agravar ainda mais a bancarrota em que lançou o país. Mas disso, José Sócrates não fala. O seu silêncio nesta matéria é também uma obscenidade cúmplice. Talvez venha ainda a ameaçar baldar-se, como último meio de pressão sobre o eleitorado, ou talvez não esteja mesmo a fazer absolutamente nada para as medidas urgentes serem cumpridas a tempo.»

Vasco Graça Moura, DN

5 comentários:

Anónimo disse...

VGM é um profundo conhecedor dos clássicos e um artista. Também conhece os 'clássicos' portugueses de gingeira.
Tudo no PS e em sócrates é obsceno e sujo - pois tudo é escondido e só a muito custo alguma 'informação' tem vindo a público; geralmente por entidades externas/internacionais, ou pelo TC (ainda tímido), ou por Carlos Costa (um governador finalmente não-domesticado, ao contrário de Constâncio que ficou à espreita enquanto sócrates roubava as uvas), ou pelo INE que agora tem de ter uma metodologia (!...), ou por algumas (poucas) pessoas sérias em alguns (poucos) jornais e televisões. Bem que pinto-de-sousa e a camarilha-PS não queriam o 'FMI': uma vez entrado pela Portela, o FMI jamais iria pactuar com a ladroagem e o fingimento - que é justamente o modo de vida e de proceder da cáfila-gangster que nos conduziu à bancarrota. O Aventino (e as suas 'docas' fluviais) também devia ser um bairro bem mafioso...embora nem se compare com as traseiras e as 'fronteiras' do Rato - onde a delinquência e a burla-sorridente são praticados às escâncaras de há 6 anos para cá.

Ass.: Besta Imunda

Anónimo disse...

Tudo de bom para nós.

Não é todos os dias que um velho da nossa organização vai chegar a PM. E ele esteve lá. Ia lá onde ia o C. de F. Quando quisemos fazer o nosso 23F.

Os democratas vão dar-nos razão.

Mesmo com a porcaria toda que ele fez, com o crime de sequestro que cometeu como nós, esteve lá de pé no dia em que iamos sair para apanhar o Mario Soares.

Cavaleiro, Cavaleiro, Cavaleiro!

Anónimo disse...

Votar em Socrates é ser uma especie de corno manso.
É saber que se é enganado, que se vai continuar a ser enganado, que a galdéria não tem emenda e ainda assim não querer mudar de vida, preferindo a desculpa piedosa que ela no fundo até "é boa pessoa".
Se este estupor ganha as eleições vamos ser a anedota da Europa.

Ass: Romão

Anónimo disse...

Não tenho nenhuma dúvida de que este comportamento de comprometimento do país para dias depois das eleições, numa altura em que nem sequer Governo em acção haverá ainda, constitui, na minha modesta opinião, um acto criminoso, agravado pelo esconder das alterações. Assim que o PS começar a queixar-se do incumprimento daí resultante, e dependendo de como o fizer, ficaremos a saber até que ponto vai a gravidade deste acto.

Anónimo disse...

«Obsceno», diz respeito à esquerda em latim!

Como era a mão que usava as pedrinhas -versão na época do papel higiénico- ficava fora de cena e escondia-se atrás das costas, em sinal de respeito por quem estava.