O FIM DE LOUÇÃ

Um dia ou dois antes das eleições, a pernóstica Amaral Dias vaticinou que o dr. Louçã era um líder "à rasca". Na noite delas, Daniel Oliveira - antigo assessor de imprensa do Bloco dos melhores dias - falou numa brutal derrota e, julgo, na necessidade da direcção da coisa ir embora. A manta de retalhos esquerdino-caviar que era o Bloco desfaleceu à primeira abanadela. Tinha, aliás, começado a desfazer-se com as duas derradeiras eleições presidenciais. Em 2006, Louçã concorreu mas a referida Amaral Dias integrou o "soarismo" serôdio. Daí para diante nunca mais se entenderam. Oliveira, fascinado por integrar a primeira linha da brigada televisiva dos opinion makers, "independentizou-se" apesar de ter estado com Louçã ao lado de Alegre já este ano. Mais dia menos dia alguma desta gente será convidada integrar o PS. Faço a justiça de acreditar que Daniel Oliveira não aceitará. Quanto a Amaral Dias - a quem Medeiros Ferreira misteriosamente atribui qualidades políticas quase napoleónicas - decerto estará pronta a juntar-se, por exemplo, a esse monumento de moderação e de bom senso que é Ana Gomes ou a outros quaisquer que, no PS, alimentem mitologias chiques inconsequentes. Louçã, esse, acabou. Como costumo dizer, não se perde nada.