Assunção Esteves, Assunção Cristas, até Maria de Belém, Vítor Gaspar, o fim dos governos civis, etc., etc. são sinais de ar novo em tempos sombrios. Em menos de quinze dias foi possível introduzir alguma "normalidade" na vida pública e a ela precisa de gestos simbólicos para sobreviver. O desmoronamento da falácia política instituída em torno do dr. Louçã e de mais dois ou três fiéis é outro sinal. É lamentável, todavia, que pessoas inteligentes persistam em coisas deste jaez que, repito, equivalem ao argumento do segundo ano da escolaridade obrigatória de que "os políticos são todos iguais versão são todos situacionistas" que denotam um péssimo sinal de puro revanchismo intelectual e de uma vaidade íntima tão incomensurável quanto solipsista. Uma derradeira nota pessoal. Guilherme Silva foi o mais votado dos vice-presidentes da AR. Os seus pares, de todas as bancadas, homenagearam da melhor maneira um homem honrado e competente por vezes cretinamente "estigmatizado" por ser natural da Madeira. O parlamento, em suma, represtigiou-se simbolicamente. Bom sinal.
16 comentários:
ENCHER OS PULMÕES
Acabe-se com o fantasma das segundas escolhas e o mito dos insuperáveis e infalíveis. A essência da democracia reside na elementar possibilidade e vital capacidade de abrir caminhos e ponderar alternativas que nunca diminuem a fina selecção nem os que finalmente eleitos se tinham disponibilizado. A sensação que se respira é de libertação e alívio, com cidadãos que para além das competências que venham a demonstrar, dão uma imagem de pessoas normais prontos para a tarefa sem ilusões nem esconderijos. O exemplo de simplicidade lúcida, abertura, transparência e alegria de servir sem sofismas, dado pela Senhora eleita Presidente da AR, foi um hino ao carácter, á seriedade e aos altos valores que revelou transportar consigo. Portugal vai ter que combater a doença, mas nota-se que já caminha e respira sem constrangimentos nem grilhões. Em todos os quadrantes da sociedade sopra uma saudável aragem. Apesar das vozes de burro, algumas em prematura juventude fóssil.
Pacheco Pereira tornou-se uma criatura demasiado condescendente com a sua intelectual pessoa. Pior que o situacionismo político de Sócrates, Passos, etc., é o situacionismo do próprio Pacheco Pereira. Há anos que nos enche a paciência, cuspindo para o ar: vejam como sou independente, vejam como sou indomesticável e, sobretudo, vejam como isso não me traz boa imprensa. Ora, ora, um tipo que escreve em tudo quanto é lado, que tem vários programas de televisão, blá, blá, blá... Pobre bípede! É isto um intelectual? É isto espírito crítico? Por mais que viajem e por mais livros que leiam em inglês, como dizia o outro (seja ele quem for) isto é sem cura.
Pacheco Pereira devia ter a lucidez de se retirar da vida pública, já que não é capaz, como prova por este e outros escritos, de outra que não a cada vez mais recorrente atitude de se julgar, afirmar e propagandear, acima de todos os outros, ou, pelo menos, dos que não pertencem ao seu "clube" de iluminados.
Como se lembra noutro comentário, vindo de quem tem tempo de antena de sobra (e até não se percebe por que não é esse tempo distribuído por tantos outros tão ou mais sábios...)esse choradinho de eterno perseguido ou sabotado já não cola. Que tenha juízo e deixe de nos impor o seu imenso umbigo!
Não podia estar mais de acordo com o teu post. Mas que se passa com Pacheco?! Parece que, tal como Sócrates, desenvolve a vocação inglória de ficar a falar sozinho ou de ser violentado pela realidade.
Assunção Esteves, pelo que disse e como disse, encheu-me as medidas. Começo a acreditar em Portugal, meu caro. Venham mais sinais de competência, frescura ética, amor ao Povo Português, finalmente.
Governar é fácil porque governar é Amar, isto é, Servir um Povo. Amar/Servir é que tem sido difícil.
A propósito de PP: o ser livre mas gregário sabe que a sua liberdade acaba quando começa a dos outros... Se não aceita a liberdade dos outros é um selvagem, tem que viver só. Às vezes sinto-me assim, mas tenho a noção. PP parece que não tem.
Quanto aos "sinais"... Foi com entusiasmo que votei "nestes", em grande parte para correr com "os outros", em especial com o doente da cabeça que agora parece um cão vadio faminto (não é, eu sei). Mas não os tomo por milagreiros, nem prevejo sucessos espantosos. Por isso, sinais e atitudes certas são fundamentais. Quase todos os dias.
PC
Pacheco Pereira tem sempre rãzão antes do tempo.
Não vamos ter ilusões!
Dia 21 de Junho foi para mim um dia feliz!E por três razões:
-a 1ª.por ver concretizado o sonho de me ver livre daquelas múmias que empestavam a vida pública no país,a começar pelo tal da independente que agora mais parece realmente um cão raivoso. Curioso ver a facies do malhador,e dos demais capangas,sem esquecer aquela sopeira que era ministra do trabalho ou a tal de canavilhas,armada em vamp e com o desplante de se atrever que,depois,irá pedir contas ao 1º.ministro se as coisas não correrem como ELA julga que devem correr!Fantástico!
- a 2ª.por ver o discurso do Dr.Passos Coelho,com aquela tranquilidade de quem sabe que está a dizer o que sente,a ler o que lhe vai na alma,com verdade,sem perguntar ao Luis se assim fica melhor ou pior. A certeza de uma pessoa honesta,despretenciosa,que sabe bem das dificuldades que o esperam,das quais não deve nunca esquecer-se que lhe podem advir do PPortas,esse vaidoseco que vai com os da feira e vem com os do mercado!Para mim não é fiável,e já o escrevi nos locais próprios!
-a 3ª.foi o autêntico hino à sensibilidade,à alegria de viver,à vontade de servir e reformar aquele velho parlamento onde vão aparecendo alguns sinais de rejuvenescimento!Foi uma satisfação ver a Dr.Assunção Esteves.E comovente,até!
E acrescentaria uma
-4ª - o facto de quer o Dr.Passos Coelho quer a Drª.Assunção Esteves,serem TRANSMONTANOS! E honrados!
Para nós,transmontanos,que até prezamos os valores e a honestidade,foi realmente um dia memorável!Oxalá que outros dias cheguem!O País precisa!
Caro alberico.lopes,
Canavilhas teve, de facto, o atrevimento e a gireza petulantes próprios dos idiotas - coisa que ela é em larguíssima medida. Pode até querer 'parecer vamp'; concordo consigo. Mas ambos sabemos que 'ela' não é isso - a não ser para velhos súcias do Rato e para jovens deputados impúberes, fáceis de contentar. Por debaixo daquela 'túnica' justa que lhe desenhava lamentavelmente o glúteo gordo (vestimenta mais apropriada a ambientes de esplanada com Bolas-Nivia) está um corpo de mulher madura, já gasta e gravítica, muitos sinais, muita ruga, muita gelha, muita fenda, muito papo, muita cena encravada (pen-pin) - e tudo isto devastado por mil massagens revitalizadoras com lama, frutos, conchas, pedras, fumos, cremes; em vão. A boca de Canavilhas está sempre rebeldemente (tontamente) pintada (esborratada) de vermelho - um vermelho de extintor, de marco de correio, de tomates em conserva, de sinal de perigo - constante tentativa de um chamariz lascivo e bestial prometendo tudo. Mas tudo tem o seu devido lugar; pode ser que, com tanta sala lá para S. Bento, Gabriela (Gabrielle) encontre uma bem confortável onde hipnotizar rapazes e encantar senadores.
Ass.: Besta Imunda
O João que me perdoe o comentário ao comentador. Mas tenho de o fazer:
Excelente texto, Besta Imunda.
Há mais de uma década que insisto em admirar Pacheco Pereira, insensível aos altos e baixos da sua visibilidade e da sua aceitação conjuntural.
Sem nunca ter trocado palavra com ele, Pacheco conquistou aquele lugar perverso no círculo de amigos imaginários que, cada um de nós, menos inconscientemente do que cremos, acaba por construir.
Como tal, Pacheco não esteve sempre acessível e, às vezes, era eu que o afastava por uns tempos (normalmente, exausto da sua persistência) - mas estava sempre lá quando era finalmente chamado pela minha vontade outra vez: quando era, enfim, necessário ou simplesmente solicitado, ao que sempre acorria com a sua constância (tão precisa) de inteligência, tenacidade e crença.
Como se faz com os amigos - que são sempre poucos - aprendi a respeitar Pacheco. E regozijava-me de cada vez que o encontrava (num artigo, no flashback ou, depois, na quadratura) com opinião parecida com a minha, o que variava com o calor do momento, dado que Pacheco teimava em não abandonar os seus, defendendo-os, por vezes, para lá do absurdo - mas sempre com a inteligência e a tenacidade que já lhe assaquei.
Assim, entre muito mais...
Vi Pacheco a defender o cavaquismo dos seus mais mordazes críticos, mesmo quando Cavaco se tinha já tornado a caricatura de si próprio e os que o rodeavam não conseguiam já disfarçar a putrefacção de uma década de poder executivo endinheirado.
Vi Pacheco a criticar implacavelmente o período áureo do Guterrismo, quando ainda não estavam à vista os seus vícios e o seu desnorte, e quando era quase suicídio mediático atentar contra a suposta superioridade intelectual da terceira via.
Depois...
Vi Pacheco a zurzir Pedro Santana Lopes como ninguém e a exibir, com o poder que poucos tiveram, a insanidade dos seus 6 meses de Governo.
Vi também Pacheco, sem receios, e sem tergiversações, condenar implacavelmente a liderança de Menezes - a quem nunca deu tréguas, nem fez concessões (pelo menos, ao vivo e a cores...) - enquanto, com a mesma ferocidade e empenho, denunciava Sócrates nos seus "momentos Chávez" e punha a nu as diferenças que existiam entre o país que Sócrates publicitava e aquele que realmente existe.
Sempre - fosse ou não possível concordar com ele ao longo de tantos anos - com a constante de que o que Pacheco dizia transpirar crença: olhava-se para Pacheco e ele, de facto, resplandecia, pela única razão de que o homem - por arte ou genuinidade - simbolizava uma espécie (muito particular e cheia de cambiantes) de discurso livre (e que se algum interesse servia era apenas o seu, o que nunca me repugnou particularmente). O comprometimento era apenas com a sua agenda - e da sua agenda, parecia sempre constar o que lhe parecia justo e são, não obstante as modas e a maioria das restantes opiniões.
Provavelmente vítima de si próprio, Pacheco Pereira é hoje uma sombra do que descrevi.
Está sombrio e rezingão. Opaco. Exuberantemente desinteressante.
Por um único motivo: porque a sua agenda lhe impõe hoje que defenda pouco mais que nada.
Fiel a si próprio, Pacheco fala hoje apenas em honra a si e aos seus ódios (justificados ou não). E, portanto, o país passou a estar completamente ausente das cogitações que subjazem às suas críticas, aos seus remoques e ao seu azedume.
Só percebi agora que, durante todos estes anos, fosse a opinião de Pacheco a que fosse, o que a tornava interessante e válida era o facto de o país, mais ou menos remotamente, ser sempre a razão última das coisas que, mal ou bem, ía dizendo (e, logo, da sua agenda).
Hoje, o país já lá não está. E Pacheco, perdido, tacteia erraticamente à procura de uma qualquer fé que não se resuma a acreditar nele próprio.
Sem brilho, claro.
Até depois.
HDF
www.arruadas.blogspot.com
Têm razão, sopra uma aragem fresca. Se não fora o odor do acordo ortográfico - um tremendo odor a gente vendida - diria até que cheirava bem.
O problema do Guilherme Silva não é ser natural da Madeira, mas sim ter apoiado Alberto João Jardim em algumas posições indefensáveis. Mas isso não anula as suas óbvias qualidades.
Tempos novos, tempos velhos - já leram os comentários miseráveis e mesquinhos do Sr. Basilio Horta sobre este governo, ministros e probabilidades de atingir o fim da legislatura ?
Caramba, esta gente não desaparece de vez ?
Como diz o Abrunhosa- não posso mais !
O JPP não gosta do PPC; como não gostava do PSL. Em 2009, em plena campanha para as legislativas, na descida da Av. da Igreja, mal apareceu o candidato às eleições seguintes (CML), JPP mudou para o passeio contrário, começando aí (desajeitadamente, diga-se) a distribuir propaganda. Depois foi o apoio descarado ao Costa...
JPP gosta dele próprio (eu, por acaso, também gosto dele... são coisas...) mas, como se fica sempre pelo meio-caminho, sente-se injustiçado pela História porque "esta" nunca teve a amabilidade de o alcandroar ao lugar que ele sente merecer.
É a vida (Guterres dixit). Deixemo-lo, livre e crítico, com as suas dores. Faz-nos falta. E a PPC também.
Realmente este JPP está transformado num velhaco!
Com sacrifício vi ontem a Q.Circulo em que ele próprio se deve ter sentido deslocado pelas aleivosias que vituperou,em que mais uma vez conseguiu transmitir toda a sua perfídia,julgando-se superior na sua intelectualidade bem pensante!
Foi confrangedor,quando se pôs a dissertar sobre o porvir e sobre o novo governo,com indirectas rascas ao P.Passo Coelho,sempre com aquele azedume próprio dos derrotados!
Que diferença para a maneira brilhante como o Lobo Xavier nos transmitiu uma mente sadia,vigorosa e cheia de esperança na mudança que urge conseguir!
Até o próprio Costa se mostrou surpreendido com as tiradas filosóficas abstrusas do Pacheco!Via-se pela sua facies que realmente não concordava nada com o que aquela luminária afirmava petulantemente!
Era bom que a SICN repensasse aquele programa,doutra forma,não vai prosseguir por muito tempo,o que também não se perde nada.Com efeito,se se parte do princípio que cada um dos comentadores representa um dos partidos-PSD,PS e CDS,que razão assiste para que aquele troglodita se arvore em representante do PSD?Quem lhe passou procuração?
Faço notar que já escrevi ao dito troglodita sobre este assunto.Claro que não respondeu. Mas como sei que ele lê os blogs,pode ser que se debruce sobre o que aqui se diz e,duma vez por todas,tenha um acesso de lucidez e de amor próprio e se deixe ficar lá pela Marmeleira,onde,com certeza,pode continuar a receber os Mários e joões Soares deste mundo e assim ajuizar do que tem andado a fazer!A favor do partido que o tem acolhido,não tem feito nada com certeza.Pois eu até considero que ele,pelas atitudes que vem tomando é mais um submarino do PS e do Costa.
Em tempo:em alternativa à sua estadia na mansão da Marmeleira,talvez pudesse voltar para Boticas,(se porventura ainda o quisessem receber)essa linda terra onde Cavaco o foi desenterrar quando ali ministrava um curso de filosofia que,infelizmente,lhe abriu as portas da ribalta,sem qualquer vantagem para o comum dos cidadãos e muito menos para o país!
Guilherme Silva, um homem honrado? Talvez, mas não isento de pecado: um vice-presidente da AR que é advogado do governo regional da Madeira não prima pela isenção. Bem fez Passos Coelho. Quanto mais ele se livrar destes momos, melhores condições tem para governar o País. O PSD/M em termos de gastos públicos, mordomias e tachos para os fidelíssimos não é exemplo para ninguém. Basta referir as falidas sociedades de desenvolvimento da região para concluirmos que em nada divergem das empresas públicas tão criticadas e bem - por estas bandas.
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