2.8.10

UM MAU INTÉRPRETE


Demitiu-se a directora do Mosteiro de Alcobaça. A directora do parque arqueológico do Vale do Côa vai embora em Setembro, um mês depois da inauguração de um Museu cujo funcionamento futuro é candidato "material" a fenómeno do Entroncamento. Ao contrário do que é costume, a senhora de Alcobaça declarou que não o fez por questões pessoais embora o chefe do IGESPAR, Gonçalo Couceiro, dissesse que sim. Conheci - e conheço mas é provável que ele tenha deixado de me conhecer - o Gonçalo Couceiro. É uma jóia de pessoa mas nada de especial o indicava para presidente do IGESPAR onde foi substituir o actual secretário de Estado da Cultura. Também nada o recomendava, a não ser a geografia e uns cavalos, para ter sido o delegado do ministério da Cultura no Algarve (cargos estes, de delegados regionais, que devem ser extintos) e ele foi. Na realidade, suspeito que o verdadeiro presidente do IGESPAR continua a ser Elísio Sumavielle, o SEC. O Gonçalo é apenas o intérprete e, a avaliar pelos resultados, um mau intérprete.

8 comentários:

Ritinha disse...

Em cheio.

Anónimo disse...

Alcobaça é todo um edifício gigante e magnífico; fundado lá muito para trás, acrescentado várias vezes, modificado, transformado da sua feição original - no pórtico e nas torres; a sua nave central (e única, na altura) foi transformada numa das naves laterais de uma igreja muito maior (a que conhecemos hoje), coisa que não é nada comum neste país de pequenas obras "fechadas" e de medos de ampliação ou ostentação. A abadia foi, à escala ibérica, uma das mais importantes, ricas e maiores do seu tempo. Até os reis católicos nos terem deixado definitivamente para trás.
Toda esta corja politiqueira do flato-fácil devia ser amarrada e posta axialmente no centro da nave principal, de barriga voltada para cima; e serem obrigados a contemplar - calados. Para ver se percebiam que os seus intestinos e as suas patéticas roupinhas de marca vão degradar-se e corromper-se na cova. E depois, quando derem lugar a outra caixa de pinho, os seus restos estarão misturados no entulho.

Ass.: Besta Imunda

floribundus disse...

mais um tacho
da rataria voraz.
tem sabor a fim de festa.

parece uma barbearia
«o freguês que se segue»

Ritinha disse...

E lembrar-me eu que um governo maioritário foi extinto por causa da demissão de um secretário do desporto, de quem apenas recordo não o nome mas a cara porcina.

Só na cultura:

Dalila Rodrigues,
Paulo Henriques,
Paolo Pinamonti,
Christoph Damman,
António Lagarto,
Carlos Fragateiro,
Jorge Vaz Carvalho,
Orlando Farinha,
Bairrão Oleiro,
Joaquim Caetano,
Barreto Xavier,
Pedro Mexia,
Vasco Wellenkamp,
Cecília Gil

and counting.

aristófanes disse...

uma verdadeira "reforma" (revolução?) cultural. Nem o Mao teria imaginado tanto.

Anónimo disse...

Pelo contráro, Gonçalo Couceiro tem sido um bom intérprete do "Caderno de Encargos" do SEC.
Quanto à extinção dos cargos de delegados regionais, agora não se chamam assim, mas directores regionais (equiparados a directores-gerais) isso são contas de outro rosário.Porque não extinguir o Igespar?
Também quanto à jóia de pessoa, como diz, nem queira saber a opinião dos quadros técnicos do Igespar!

VF disse...

Eu sempre desejei ser o Director do Museu de Arte Antiga. Mas ninguém me conhece, nem tenho um nome sonante. Também não vou dizer as ideias que tenho sobre a gestão e promoção do sítio. Não as mostro porque aqui (em Portugal) seriam roubadas, nacionalizadas, politizadas... como já me fizeram antes. Uma vez entreguei um projecto numa Câmara Municipal, com o plano de um projecto... Na altura ninguém viu a mais-valia do projecto. Éramos um putos saídos da faculdade... Quando a mesma ideia foi subscrita por uns quantos trastes decadentes de outra faculdade (os mesmos que fazem os acordos ortográficos), passou a projecto de excelência nacional. Portanto, fico calado. Não vale a pena trabalhar nesta terra. Sobretudo com Câmaras Municipais - esse antro de serventes imbecis. Vão à merda, meus senhores. Vão à merda.

Anónimo disse...

"A cultura é ter um olho"...

Ass Shemale de macau em má tradução do Mandarim que mais acertadamente seria "A cultura é levar no olho".