Beethoven, 4º andamento da 7ª Sinfonia. Carlos Kleiber. Do foro, em vias de extinção senão mesmo extinto, do génio.
11 comentários:
Anónimo
disse...
O Dr. Gonçalves foi logo remexer no "meu" compositor preferido e no andamento mais poderoso duma das sinfonias mais poderosas que Ele escreveu. A 4ª e a 8ª, geralmente mal-amadas, são duma força extraordinária. Permito-me o atrevimento de recomendar uma transcrição de Liszt da 7ª para piano-solo. Kleiber só ouvi em "gravação histórica". O segundo andamento já foi poluído de maneira revoltante num qualquer anúncio de sapatilhas para jovens-étnicos-que-correm; ia-me rebentando o aneurisma. Quando puder, Dr. Gonçalves, "poste" aqui qualquer um dos quartetos Op.59.
O João proporcionou-nos uns minutos muito agradáveis. O sorriso e o entusiasmo contagiante de Carlos Kleiber em frente da sua orquestra deu para entender quão exigente e perfeccionista teria sido.
Por acaso acho a 4ª superior à 7ª. A sétima soa-me a fanfarra - ao género de Harnoncourt, que transformava tudo numa gritaria de pífaros. A 4ª, ao invés, bebe da mesma água inspiradora do concerto para violino - que para mim continua a ser a obra mais exemplar de Beethoven, ainda que não seja a mais difícil.
O "bau-bau" era o tratamento dado por Vergílio Ferreira ao "escriba" (vide Dr. gonçalves) Baptista Bastos. BB, por seu turno, considerava VF um "enfermiço", pois nos seus diários este fazia referência às suas dores-de-cabeça de velho. De VF ficou-nos a obra - goste-se, pouco ou muito. De "bau-bau" ainda não nos "ficou" nada, a não ser folclore televisivo e frases hermanianas do tipo "onde estavas tu no dia 25 de Abril de 1897". E uma micro-polemicazita sobre moradas camarárias, prontamente sufocada nas "redacções independentes e criteriosas". Ludwig Van Beethoven (1770-1827) chegou a ter, alugadas ou compradas do seu bolso, 10 a 12 casas em Viena - para onde e de onde se mudava constantemente, sem despejar os "vasos de noite" e numa irrascibilidade-de-surdo para com a criadagem, que o não suportava. A música (a grande) estava toda na sua cabeça e o resto (patronos, imperadores, coisas práticas) não tinham a mínima importância.
Muito folgo em ver o número de comentários que este "momento musical",entre os que de tempos a tempos nos brinda o dr.Gonçalves,suscitou na multidão dos seus leitores,quase sempre mais voltados para a martelada política do que para a apreciação destas "grandezas". Não sei se titularia "Génio" ou "Génios",pois um intérprete como o Kleiber pode considerar-se tão genial como o compositor que cria ou recria. Sou entusiasta do Kleiber desde a sua primeira gravação,o extraordinário "Freischutz",em 1973, e a raridade das suas aparições,gravações,inexistência de entrevistas e de "social",despertaram-me a curiosidade por tão curiosa figura. Exactamente o contrário do Karajan,que não perdia uma para se mostrar no barco,no automóvel,no avião,no chalet com os quadros sa mulher,etc,etc. Por mim prefiro o secretismo do Kleiber,conjugado com o seu rigor e inspiração,e a conhecida exigência nos ensaios.
11 comentários:
O Dr. Gonçalves foi logo remexer no "meu" compositor preferido e no andamento mais poderoso duma das sinfonias mais poderosas que Ele escreveu. A 4ª e a 8ª, geralmente mal-amadas, são duma força extraordinária. Permito-me o atrevimento de recomendar uma transcrição de Liszt da 7ª para piano-solo. Kleiber só ouvi em "gravação histórica". O segundo andamento já foi poluído de maneira revoltante num qualquer anúncio de sapatilhas para jovens-étnicos-que-correm; ia-me rebentando o aneurisma.
Quando puder, Dr. Gonçalves, "poste" aqui qualquer um dos quartetos Op.59.
Ass.: Besta Imunda
O João proporcionou-nos uns minutos muito agradáveis. O sorriso e o entusiasmo contagiante de Carlos Kleiber em frente da sua orquestra deu para entender quão exigente e perfeccionista teria sido.
Por acaso acho a 4ª superior à 7ª. A sétima soa-me a fanfarra - ao género de Harnoncourt, que transformava tudo numa gritaria de pífaros. A 4ª, ao invés, bebe da mesma água inspiradora do concerto para violino - que para mim continua a ser a obra mais exemplar de Beethoven, ainda que não seja a mais difícil.
http://www.youtube.com/watch?v=UxG0Eg1kP90
Mas a versão de Cluytens/Oistrakh é bem melhor do que aquela que deixei acima. Não encontro o raio do video para provar o que digo... Helás.
Qual Beethoven qual quê. Sobre a nossa condição, e numa acepção pastoril, não há nada como Marin Marais numa absoluta versão de flauta maricas:
http://www.youtube.com/watch?v=aF5lb0QG7vY
Ré Menor é fino.
Uma nova manhã - acordar com brilho - pensar na tragédia do trabalho - depois fazer apenas aquilo que é bom:
http://www.youtube.com/watch?v=ARnq0drTFdY
O "bau-bau" era o tratamento dado por Vergílio Ferreira ao "escriba" (vide Dr. gonçalves) Baptista Bastos. BB, por seu turno, considerava VF um "enfermiço", pois nos seus diários este fazia referência às suas dores-de-cabeça de velho. De VF ficou-nos a obra - goste-se, pouco ou muito. De "bau-bau" ainda não nos "ficou" nada, a não ser folclore televisivo e frases hermanianas do tipo "onde estavas tu no dia 25 de Abril de 1897". E uma micro-polemicazita sobre moradas camarárias, prontamente sufocada nas "redacções independentes e criteriosas".
Ludwig Van Beethoven (1770-1827) chegou a ter, alugadas ou compradas do seu bolso, 10 a 12 casas em Viena - para onde e de onde se mudava constantemente, sem despejar os "vasos de noite" e numa irrascibilidade-de-surdo para com a criadagem, que o não suportava. A música (a grande) estava toda na sua cabeça e o resto (patronos, imperadores, coisas práticas) não tinham a mínima importância.
Ass.: Besta Imunda
Sabe o João Gonçalves que a DG editou uma caixinha dedicada a Carlos Kleiber?
Anda por aí.
Muito folgo em ver o número de comentários que este "momento musical",entre os que de tempos a tempos nos brinda o dr.Gonçalves,suscitou na multidão dos seus leitores,quase sempre mais voltados para a martelada política do que para a apreciação destas "grandezas". Não sei se titularia "Génio" ou "Génios",pois um intérprete como o Kleiber pode considerar-se tão genial como o compositor que cria ou recria. Sou entusiasta do Kleiber desde a sua primeira gravação,o extraordinário "Freischutz",em 1973, e a raridade das suas aparições,gravações,inexistência de entrevistas e de "social",despertaram-me a curiosidade por tão curiosa figura. Exactamente o contrário do Karajan,que não perdia uma para se mostrar no barco,no automóvel,no avião,no chalet com os quadros sa mulher,etc,etc. Por mim prefiro o secretismo do Kleiber,conjugado com o seu rigor e inspiração,e a conhecida exigência nos ensaios.
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