1.8.11

AGOSTO

A foto foi furtada à Lourdes Féria. Abril costumava ser o mês "mais cruel" (Eliot). Todavia sempre desconfiei de Agosto, o da correria de entrada e saída das praias e dos montes, o da velha cidade deserta. Tudo isso acabou porque as próprias estações acabaram. Apenas sobrevivem em Vivaldi e nas redacções da antiga 3ª classe. Ou, com calor, na peça de Tracy Letts, August: Osage County.

6 comentários:

ana disse...

Não sei o espanto; há o velho ditado 1º de Agosto 1º de Inverno.

floribundus disse...

também desapareceram as classes sociais. agora há 40 ricos e 10 milhões de pobres, alguns duplamente por serem pobres de espírito.

adoro Lisboa em Agosto, mas com calor.

Anónimo disse...

A lamúria com a chuva, o calor excessivo ou "as estações do ano" parece já fazer parte do nosso quotidiano - demasiado amnésico das lições do Liceu; e povoado por noticiários alarmistas. Portugal continental tem uma posição geográfica que lhe garante pluviosidade em todos os meses do ano: quando tal não acontece, chamam-se "meses de seca" (Prof. Jacob, Santarém 1978). Pelo menos foi assim que aprendemos; e ainda se manterá a lógica, ainda que mudanças climáticas estejam em curso. Mas a rentabilização das férias e do dinheiro gasto nas reservas do apart-hotel exigem céu limpo e 35º sempre. As têvês-xungas intervêm decisivamente neste ambiente de constante procura do 'pé-ao-léu' - sendo que uma parte significativa das suas reportagens são imagens sem fim de carnes informes e adiposas crassamente expostas na praia. Também quando não há assunto, apresentam as (não)notícias ao som de música alarmente, de rítmo de marcha, batucante e de cariz parvamente marcial: a TVi e a SiC são peritas nessa parvoíce. As últimas pérolas "do alarme" são as utilíssimas indicações dos UV nas cidades portuguesas, do nível de Ozono; e os vários "alertas" - verde, amarelo, laranja e vermelho - tão bons para abrir um telejornal. No Reino Unido chapéus-de-chuva, gabardines e granizo são comuns e não perturbam frágeis velhinhas jogadoras de Pólo.
A desertificação do interior, o fim da agricultura, o crime e a psicopatia - isso sim - hipertrofiaram o flagelo dos incêndios florestais, fenómeno que a todos devia preocupar seriamente. Nada de poético - mas tem dado imagens espectaculares.

Ass.: Besta Imunda

Fernando Antolin disse...

Caro Besta Imunda:
desculpe tratá-lo assim, mas com este pseudónimo...:-)) , só uma questão, você foi aluno do Prof.Jacob,de Geografia, no Liceu de Santarém ? Eu também, uns anos antes, já que que fui finalista em 72/73.Sou de lá, você também ?
Abraço
Fernando Antolin

Anónimo disse...

Sou 'de lá' efectivamente. O Prof. Jacob foi professor de toda a gente. Até de meu Pai...que já conta "81 meses de Maio" à cintura. Custa-me a ir a Santarém: o movimento de comércio, agricultura, gentes e gados, que na nossa garotice existia, desapareceu; a cidade transformou-se numa fantasmagoria pobre. Paupérrima ex-capital do Reino... Cumprimentos, Fernando.

Ass.: Besta Imunda

Daqui, da linda Cidade de Tomar......... disse...

Santarém está entregue ao Moita...carrasco.