«Transformada em Parque-Expo, [a Expo] teve tempo para produzir uma ninhada de empresas (no mínimo, sete e quase sempre deficitárias), para se meter indevidamente no domínio do Estado e para se afundar numa dívida directa de 225 milhões de euros. Não vale a pena falar da idiotia seguinte, o Euro 2004 de futebol, que fora afervorar o patriotismo, normalmente calmo, de meia dúzia de loucos, não nos trouxe qualquer forma de benefício e nos deixou quatro ou cinco estádios, que ninguém quer e se arriscam hoje a apodrecer ao sol, sem uso ou propósito. Depois desta viagem por uma loucura colectiva que durou 20 anos, só agora a ministra Assunção Cristas nos tenta devolver a um módico de realismo e de sensatez, dissolvendo a famigerada Parque-Expo e privatizando o que puder privatizar das sete empresas que ela entretanto acumulou. Não é com certeza a nossa salvação. Mas talvez convença os portugueses que o respeito da Europa e do mundo não se consegue disfarçando a desordem da sociedade com fantasias sem sentido.»
Vasco Pulido Valente, Público
9 comentários:
Bem haja.
Está no rumo certo acabar com as manigâncias, na esperança de ainda ver responsabilizar pessoalmente os manigantes.
Se o Governo assim fizer, é "desculpável" a violação das promessas eleitorais.
Ao contemplar e recordar na foto aqueles carrinhos, outros fantoches com rodas, bicicletas gigantes e disparates cenográficos volantes - tripulados por comediantes que antes arrumavam carros a 40$00 (escudos) no Saldanha - não posso deixar de imaginar quantos indigentes (mentais) deste género a "sociedade-guterrista-garantidista" não fabricou, quantos não serão os ninhos do tipo 'chapitô' que passam por 'agentes de cultura' e que se habituaram a ter 'a verba' - transformados em interlocutores que podem 'reivindicar' e pressionar Viegas. Oxalá os 'cojones' que a Natureza lhe deu sejam tão grandes como os de Cristas.
Ass.: Besta Imunda
Sempre a mesma conversa... o "politicamente correcto"...
Todos os países querem ter estas organizações. Porquê? Porque dão prejuízo? Se não se tivesse investido onde estava o dinheiro? Nas ilhas caimão? Tenham juízo.
Naturalmente tanto dinheiro implica esquemas de corrupção que convém denunciar e extinguir.
Mas esquecer a requalificação da cidade na zona da Expo, o consumo e receitas turísticas em ambos os eventos, e o apoio ao futebol que é uma das maiores indústrias nacionais é menoridade intelectual...
Que Assunção Cristas nunca seja atingida pelo cansaço nem de dor nas mãos. Vá em frente sempre, corrigindo e eliminamdo o que considerar torto.
E que os outros ministros lhe sigam o exemplo.
É preciso limpar Portugal.
E ainda, ninguém foi acusado, pelo MP, de gestão danosa, má fé,.......
Alguém teria de devolver, uns trocos, e o país agradecia, e ficariamos a saber, quem roubou.
Li a crónica do VPV e, com excepção da extinção da Parque-expo e empresas associadas que aplaudo, considero positivas, ao contrário do articulista, a Europália que divulgou, em Bruxelas, a cultura portuguesa através da apresentação de uma série de bens culturais de grande valor artístico que fazem parte do nosso legado cultural. Na altura, e a nível internacional, foi considerada uma grande exposição.
Quanto ao CCB que ele também critica, parece-me, hoje em dia, que foi uma iniciativa louvável. Basta ver a festa da música e os múltiplos espectáculos operáticos e outros na grande sala do CCB que têm sido um grande sucesso. Questiono se, de facto, a concessão de várias salas expositivas para o museu Berardo foi uma medida positiva. Mas atendendo aos diversos eventos do Museu Berardo e à falta de meios existentes por parte das entidades do Estado responsáveis e às dezenas de milhares de visitantes qual seria a alternativa possível.
Quanta hipocrisia senhor besta. Se é o senhor encobre-crimes que vai a uma cidade, o retorno financeiro compensa o investimento porque sim e porque sim (excelente argumentos que apresentou). Já a Expo98 não existe retorno porque não e porque não (também são excelentes argumentos).
Expo98 que por sinal foi um exemplo de sucesso de algo que na altura não tinha nome mas hoje é identificado como uma área em que o nosso país se sobressai que é o turismo capital e na qual várias cidades se têm sobressaído. No norte do país, por exemplo, Porto e Guimarães são exemplo disso. Braga foi nos primeiros anos após a reabertura do Theatro Circo e Famalicão igual durante alguns anos.
Dois pesos, duas medidas senhor besta... que só revelam a sua tremenda hipocrisia.
Expo 98 e Centro Cultural de Belém foram projectos do cavaquismo.
Até o Besta não não gosta do Cavaco.
Vai lá se saber porquê!
Ex.mºs Srs. 'lixados' ou 'indignados' com o meu comentário:
Nunca gostei de Cavaco, e o descontrolo na questão do CCB é a menor das minhas razões. Trabalhei como técnico numa pequena parte do projecto do CCB, e acompanhei - ainda que a espaços - a Obra. Cedo se percebeu que os custos iam disparar (antes de aparecer na 'RTP do Estado'...). É o fado lusitano (ainda não ultrapassado...) dos orçamentos iniciais estupidamente optimistas QUE TODOS OS POLÍTICOS EXIGEM, não querendo nunca saber do verdadeiro custo e promovendo constantes alterações aos projectos. Ainda muito comentador andava de calções na secundária (galambas, adões, daniéis-oliveiras) e já eu presenciava a "tomada de decisões políticas": aplicadas a projectos e a obras, são ainda mais desastrosas e nojentas. Com a 'Expo' - para a qual também trabalhei com arquitectos e engenheiros - passou-se exactamente a mesma coisa (com a agravante de que era nítido, já em 98, que depois da Expo, NÃO HAVIA MAIS NADA PARA FAZER NO PAÍS). Todos os investimentos públicos de então para cá foram mais ou menos artificiais, inúteis, feitos para criar empregos improdutivos e insustentáveis, para 'aguentar a malta' e financiados por crédito (empréstimos absurdos) que agora temos todos que pagar. Admito que algum investimento é necessário de quando em vez sem esperar total retorno (ou mesmo nenhum, como por exemplo em esgotos, redes de distribuição de água, etc); já não estamos na década de 1930!. Mas cá no burgo passa-se sempre o contrário: quase nunca um investimento dá retorno; e como as contas são sempre secretas, aldrabadas ou ininteligíveis nunca se apura responsabilidade ou novos métodos para evitar futuros desastres. As minhas ideias acerca da maltrapilhagem que se quer (quis) promover à categoria de 'artistas' não mudaram. A Parque-Expo devia ter sido extinta passado pouco tempo - e não deixada à solta para criar mais 'jobs', mais empresas para amigos , mais empresas camarárias, mais mata-borrões de dinheiros públicos. Sabem quem é que a Parque-Expo contratou para assinar (e talvez fazer) um 'Plano de Pormenor' lá para um cabeço do Concelho da Amadora? apenas e só o Arq. Norman Foster - um dos mais caros, senão o mais caro do mundo. Deve ser a isto que se chama 'investimento'. Coisas do PS.
Ass.: Besta Imunda
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