"Les plus beaux paradis sont ceux qu'on a perdus", lê-se na entrada desta homenagem de Pierre Bergé a Yves Saint-Laurent patente no Petit Palais em Paris. No meio deste infernal "registo" médio e abaixo de médio que se vive por todo o lado, coisas destas têm o sabor de uma época perdida para sempre. No fundo Bergé, podendo fazê-lo publicamente, prolonga sob aquela forma o seu amor por Laurent como se ele estivesse vivo. Isto contraria Duras quando escreveu que todo o amor é luto do amor. Laurent gostava de homens mas amava as mulheres a quem dedicou, afinal, a obra da sua vida e a vida da sua obra. Mitterrand considerava-o um dos maiores de França. Em certo sentido foi-o precisamente pelo que ficou dito sobre tal obra e tal vida. Fora do museu, a turba ululante marchava para o Trocadero para ver a bola numa tela gigante porque a vulgaridade é insidiosa como a mancha negra de Obama. Repito, algo desapareceu sem volta. Les plus beaux paradis sont ceux qu'on a perdus.
4 comentários:
para Brito Camacho «só mundam as moscas»
no inverno visto pronto a despir de Saint Laurent que comprei em saldo.
soube verstir os dois sexos com gosto.
assim que se perdeu o paraíso Caim matou Abel
internem-me no dia em que disser 'adoro viver neste paraíso socialista'
Mas alguma vez foi diferente? Só no Mito.
Vulgaridade é insidiosa e perigosa. Até os velhinhos dos lares são colocados em frente dos televisores para verem os jogos! Será para se livrarem deles mais depressa, sendo sabido que muitos são cardíacos? E, por falar em futebol, por que razão se fala tanto de Mandela, quando o assunto é Africa do Sul e se "esquece" o seu admirável presidente polígamo, que deveria ser obrigado a ler "Disgrace",ao serão, com um explicador ao lado.
"Les plus beaux paradis sont ceux qu'on a perdus."
Será JG?
Ou será uma lição de vida!
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