É justamente por isso que, amaralescamente, as escutas não podem ser divulgadas. Não é , porém, por aqui que se deve abrir uma crise política. Quando muito, trata-se de uma crise generalizada de carácteres. Uma crise permanente e, pelos vistos, sustentável.
Adenda (de um leitor devidamente identificado) e que ajuda a entender determinadas "especificidades" insulares pelos vistos comuns aos, na expressão do leitor, pequenos césares locais:
«Segundo o Público (10Out07), «César não queria Cavaco na Câmara de Ponta Delgada», uma autarquia do seu principal opositor. Portanto, para o presidente do governo regional dos Açores (do PS), o PR e primeiro magistrado da República, não deveria permitir-se, quando em território nacional, no caso território insular, visitar ou encontrar-se com que muito bem entender (caso de um autarca do PSD). A ética republicana em todo o seu esplendor. Um governante local, a pretender balizar os passos do PR! Nada de novo hoje, tal como há vinte e poucos anos, nos Açores. Repete-se assim o espectáculo dos primeiros anos da década de oitenta durante a visita do então PR ao arquipélago dos Açores, então com um governo local de outra cor (PSD/Mota Amaral). Uma vez terminado o programa oficial do dia, o PR entendeu visitar, e de forma particular, uma personalidade local das suas relações. Na madrugada seguinte e antes do início da continuação do programa oficial, o chefe do governo local entendeu manifestar o seu desagrado por esse contacto. O PR seu convidado, ter-se atrevido a visitar um seu inimigo de estimação! Um ataque de histerismo de quem, por ter ganho as legislativas dos Açores, ter constituído governo, e ter convidado o PR para visitar o arquipélago, se entende dono do território. E não permitir que o PR pudesse visitar alguém do seu desagrado, eventualmente um seu adversário/inimigo político. O acontecido não terá então transparecido para a comunicação social, como o agora sucedido. Outros tempos. Era, na realidade, demasiado ordinário para tal. Surgido intempestivamente no palácio de pernoita do PR e comitiva, excitado e colérico pelo sucedido na noite anterior, talvez atingido na sua dignidade e autoridade locais com a forma de proceder do seu ilustre visitante, assim se iniciou esse dia de exercício do poder democrático. Pesem as palavras de apelo à calma da primeira-dama ali presente e a impassibilidade de outros presentes, o senhor das ilhas assim se permitiu iniciar esse novo dia do programa de estadia do PR. O esforço de contenção de um PR de certo modo fundador do regime democrático, a par do seu poder militar de encaixe, terá permitido continuar o desenrolar do programa oficial em conjunto com o governante local. Hoje, e com a credibilidade popular em que temos a classe política, agora mais uma vez dignificada nos Açores com o democrático desagrado revelado pelo presidente César do governo regional, de pouco nos parece ter servido o esforço de pedagogia do PR do início do regime democrático. Mais do que tratar tais acontecimentos através de adjectivações políticas e democráticas, não dispenso uma outra e mais basilar forma de tratamento. A da falta de educação.»
Adenda (de um leitor devidamente identificado) e que ajuda a entender determinadas "especificidades" insulares pelos vistos comuns aos, na expressão do leitor, pequenos césares locais:
«Segundo o Público (10Out07), «César não queria Cavaco na Câmara de Ponta Delgada», uma autarquia do seu principal opositor. Portanto, para o presidente do governo regional dos Açores (do PS), o PR e primeiro magistrado da República, não deveria permitir-se, quando em território nacional, no caso território insular, visitar ou encontrar-se com que muito bem entender (caso de um autarca do PSD). A ética republicana em todo o seu esplendor. Um governante local, a pretender balizar os passos do PR! Nada de novo hoje, tal como há vinte e poucos anos, nos Açores. Repete-se assim o espectáculo dos primeiros anos da década de oitenta durante a visita do então PR ao arquipélago dos Açores, então com um governo local de outra cor (PSD/Mota Amaral). Uma vez terminado o programa oficial do dia, o PR entendeu visitar, e de forma particular, uma personalidade local das suas relações. Na madrugada seguinte e antes do início da continuação do programa oficial, o chefe do governo local entendeu manifestar o seu desagrado por esse contacto. O PR seu convidado, ter-se atrevido a visitar um seu inimigo de estimação! Um ataque de histerismo de quem, por ter ganho as legislativas dos Açores, ter constituído governo, e ter convidado o PR para visitar o arquipélago, se entende dono do território. E não permitir que o PR pudesse visitar alguém do seu desagrado, eventualmente um seu adversário/inimigo político. O acontecido não terá então transparecido para a comunicação social, como o agora sucedido. Outros tempos. Era, na realidade, demasiado ordinário para tal. Surgido intempestivamente no palácio de pernoita do PR e comitiva, excitado e colérico pelo sucedido na noite anterior, talvez atingido na sua dignidade e autoridade locais com a forma de proceder do seu ilustre visitante, assim se iniciou esse dia de exercício do poder democrático. Pesem as palavras de apelo à calma da primeira-dama ali presente e a impassibilidade de outros presentes, o senhor das ilhas assim se permitiu iniciar esse novo dia do programa de estadia do PR. O esforço de contenção de um PR de certo modo fundador do regime democrático, a par do seu poder militar de encaixe, terá permitido continuar o desenrolar do programa oficial em conjunto com o governante local. Hoje, e com a credibilidade popular em que temos a classe política, agora mais uma vez dignificada nos Açores com o democrático desagrado revelado pelo presidente César do governo regional, de pouco nos parece ter servido o esforço de pedagogia do PR do início do regime democrático. Mais do que tratar tais acontecimentos através de adjectivações políticas e democráticas, não dispenso uma outra e mais basilar forma de tratamento. A da falta de educação.»
7 comentários:
o facto do distribuidor de subsídio se chamar assim é uma ofensa ao grande politico Caius Julius Caesar
É a falta de ética política no seu esplendor.
Pobre país, que tais políticos tem.
E pobres de nós, que temos de aturar esta cambada de gente acéfala e sem vergonha.
Cps
Scaramouche
É incrível como um ser notoriamente mentiroso e incompetente, como o falso engenheiro, consegue vergar tanta gente ante os seus caprichos… Claro que alguma dessa gente, em particular a que vergonhosamente impede a divulgação de escutas que provam a verdade, é vítima de uma chantagem sórdida. Mas, e os restantes? São todos idiotas úteis porquê
Alves Pimenta
Pergunta correcta.
Porque será?!
Sem querer ofender os açoreanos, que muito respeito e admiro, tenho de dizer que tudo isto se enquadra num complexo de inferioridade e numa tacanhez própria das ilhas (deslocada e injustificada, a meu ver). É uma variação insular, ou variedade alotrópica, da tacanhez e pequenez nacionais. Em certa medida, os Açores ainda são uma sociedade de feição medieval. E Bosco sabe disso e nisso se apoiou a apoia. E César também. Lá, uma pessoa modesta vale ainda menos do que no continente. A um influente, ou ao "chefe" local, o cidadão dos Açores não se opõe, não barafusta, não responde, não gesticula, não protesta. É nessa mentalidade fechada e de temor que os reizinhos locais, entronizados pela constituição de 76, se movimentam e dão ordens. Assim se desmonta e explica a ousadia desordenada e malcriada de Bosco e César. E a longevidade de Jardim.
Ass.: Besta Imunda
Ó Besta,
E as Felgueiras e os Sócrates e os Pretos e os Valentins e os Isaltinos e os Adelinos Ferreira Torres e tutti quanti que pastam aí na matrópole e arredores são o quê? Gente de uma sociedade nórdica? Essa pestilência aí de Lisboa, ignorante do resto da "Provincia", são o verdadeiro cancro do país. São eles que, em matilhas alternadas, nos desgovernam há séculos e não o Sr. Bosco ou o Sr. Jardim. Será que V.Exa, sua Besta, ainda não percebeu essa verdade elementar? Que se o país está como está é por quem nos desgoverna da matrópole e não por causa dos ablador de gravadores ou do bobo Jardim?
Deixe lá as ilhas em paz homem.
Não fique escamado, John. Até lhe digo que se o mal, a tacanhez e o caciquismo existem nas ilhas, sem dúvida que foram importados; e que são uma variedade do que existe no continente. E tudo o que refere é por mim - por todos - conhecido. Nas ilhas - e não estou a fazer graça - falta espaço e sítio para haver conflito. Até conflito físico, se necessário. A balbúrdia do PREC não poderia ter tido nas ilhas a dimensão que aqui teve. Se o meu caro John é de facto dos Açores ou da Madeira, sabe certamente da noção de "fechado" que refiro. Para seu gáudio digo-lhe que a provinciana zona de Santarém, a minha, foi e ainda é bem servida de caciques, escroques locais, batoteiros, melros e pilha-galinhas partidários. Felizmente não é uma "Região Autónoma". Só a ideia ou o nosso conceito de "Região Autónoma" faz-me bolsar. A "Autonomia" é uma falácia. Ela só é verdadeira para países, regiões e autarquias quando há dinheiro verdadeiro, metálico, notas, coisas. Coisas como minério, porcos e criação, petróleo, receitas, baguinho, guita, graveto, pilim, arame, pasta, dinheiro. Sem dinheiro não há autonomia. O desgoverno de há séculos, que refere, é viver-se acima das possibilidades reais, sem conseguir criar riqueza. Também não ignore o facto de à volta de Lisboa viverem 3 milhões de pessoas. Ora os lisboetas verdadeiros são pessoas modestas, remediadas e são menos de 200 mil...De onde virão os outros?
Para finalizar digo-lhe que os Açores são a mais mágica e poderosa paisagem natural que alguma vez o minha pouco viajada carcaça poude contemplar. E isso não tem preço.
atentamente, seu
Besta Imunda
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