«Numa época de vacas magras - muito mais magras do que ele esperava - [Sócrates] precisa de recuperar o voto da esquerda, sem perder o voto da direita. Ora, para recuperar o voto da esquerda não basta a retórica do costume e as pequenas concessões que ultimamente vem fazendo (um recuo geral está por natureza excluído). E, para não perder o presuntivo voto da direita, precisa que no PSD a presente balbúrdia não acabe. Mas se em 2009 o PSD se conseguir apresentar com o mínimo de decoro e um "chefe" que o país leve a sério, o seu fiel eleitorado talvez não o abandone à sua sorte. Se, por acaso, isso acontecer, Sócrates cairá pelo buraco, que ele abriu, entre a hostilidade da esquerda e a natural preferência da direita pela própria "família".»
Vasco Pulido Valente, in Público
3 comentários:
Ora ora, cá está o VPV a fazer vir acima, a sua simpatia pela "causa liberal". É uma verdade tão evidente como a de monsieur de La Pallice, mas duvido muito que encontrem um aspirador industrial, capaz de tirar as teias de aranha ao muquifo em que o PPD se transformou (já estou a aderir aos brasileirismos que ademais, são bastante expressivos).
Parece-me um pouco tarde para a esfregadela, até porque a nomenklatura é a mesmíssima. O socratismo com ou sem Sócrates prosseguirá por mais uns tempos. O que virá a seguir, ninguém adivinha.
Pequenas concessões? O homem até é já está a entrar no contorcionismo. O seu mestre até lhe ensinou que não é vergonha faltar às promessas; vergonha é perder! De resto, ainda há aquele princípio de dar um passo atrás para ganhar balanço. E a coisa dita com convicção, tipo feira do relógio, ainda leva muitos crédulos. A memória é curta e ninguém espera que um político dos que nos sairam em rifa, seja uma pessoa de palavra.
Socrates, jamais!
Até os burros aprendem...
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