«A questão é muito simples. Neste momento, para que serve o PSD? É um Partido que tem de ganhar as eleições nacionais de 2009, para mudar Portugal e o Sistema político? Ou apenas se deve remeter à sua normal institucionalização como Partido, para servir o Sistema, e para deixar tudo mais ou menos como está, incluso Sócrates e uma certa subserviência a Bruxelas? Mas, para além de estas questões terem que ser decididas de uma vez por todas, antecedem-nas outras. Quem tem de resolver a questão? As Bases do Partido e os seus Dirigentes patriotas, os que militam com os olhos postos no Povo e no futuro do Estado? Ou apenas os barões e os baronetes que se apropriaram do Partido e que, nos respectivos narcisismos, estão indiferentes ao futuro dos Portugueses e do Estado, apenas querem dirimir os seus ajustes de contas pessoais e sustentar um Sistema que os faz gente, mesmo que deixando o poder aos socialistas? E quem tem de pensar tudo isto, bem fundo, e decidir? As Bases e os Dirigentes patriotas, no seu íntimo e na sua força do voto secreto? Ou as Bases e os Dirigentes patriotas se deixarem arregimentar pelos grupos e grupelhos dos barões e baronetes? As Bases e os Dirigente patriotas se deixarem orientar por uma comunicação social de “esquerda”, como já sucede há muito tempo, e por “comentadores” afectos ao Sistema e neste pagos, sendo assim o Partido Social Democrata orientado e condicionado de fora para dentro? Quem, errados, vem seguindo o “politicamente correcto” que definha o País, estagna o Sistema e anula a força que o Partido Social Democrata pode ter? Ou não será tempo de, sem medos e pudores, voltar aos caminhos de vitória e de dinâmica nacional, combatendo e denunciando as ideias-feitas que os agentes do Sistema instalado, há tanto tempo sistematicamente nos enfiam? Tudo isto que, agora, decorre no Partido Social Democrata, é o cúmulo! É uma fragmentação balcanizada, em que os barões e baronetes tudo fazem para impedir a unidade do Partido, um Partido forte, a uma só voz. É o derrotismo de não ter por objectivo ganhar as eleições de 2009, avançando candidatos que se sabe nenhum deles ter condições, presentes ou de passado, para vencer Sócrates e os socialistas. É a negação da própria Ideologia do Partido, na colagem deste ao Sistema político caduco e na obstaculização de todos quantos pretendam alterar, DE FUNDO, a situação em que Portugal está mergulhado. É a falta de Sentido de Estado. Afinal, foi para isto que se fez o Partido Social Democrata? Foi para isto que tanto Militante anónimo lutou, teve esperança, encheu o peito com fervor patriótico e, na sua opção de Serviço ao País, tantas vezes muito arriscou, sofreu, batalhou? Basta!Isto não pode continuar assim!Mas também não estejam à espera de D. Sebastião ou de D. Quixote. Porque, hoje, ninguém vai levianamente para batalhas, ou faz do “cavaleiro da triste figura” que olha para trás, vê gente a abanar a cabeça que sim, mas que não se mexe e se deixa embalar, tipo paixão futebolística, pelas diversas equipas dos barões e dos baronetes que só lutam para não descer de divisão. O Partido Social Democrata tem um Património de Valores e um potencial de Vontades que pode mudar Portugal. Mas, para mudar Portugal, obviamente que tem de derrotar Sócrates e os socialistas, em 2009. E, antes, já em Outubro deste ano, tem o azar, num clima destes, das dificílimas eleições regionais nos Açores, obstáculo complicadíssimo. Para derrotar Sócrates, é necessário um líder que ganhe o apoio da maioria dos Portugueses com sede de Esperança, e não quem apenas se satisfaça em ganhar o Partido, sabendo-se que não ganha as eleições nacionais. Para derrotar Sócrates, é necessário refundar a Aliança Democrática, mobilizando e unindo todos os Portugueses que não são militantes socialistas, nem comunistas. As Bases e os Dirigentes patriotas do PSD, agora, no actual momento, recorrendo à discrição do voto individual e secreto que não dá satisfações a quem quer que seja, é que têm de decidir, desde já, se querem uma autêntica Revolução no Partido. Se querem deixar de ser manipulados pelos instalados no Sistema. Quer dentro, quer de fora do Partido Social Democrata. A se manter este quadro negativo, é legítimo perguntar: para que serve o PSD?!…Para sustentar este Sistema?… A culpa é de… QUEM?!…»
*artigo de Alberto João Jardim publicado no Jornal da Madeira
3 comentários:
AJJ, uma inteligência brilhante, visionária, o único político com garra, determinação e coragem para mudar alguma coisa.
Os barões lêem pela mesma cartilha do Sócrates e se ganharem, vão ocupar o espaço da não oposição, tirando dividendos disso no futuro.
O "grande interesse nacional", se nada mudar, é...estrangeiro.
Tenho pena que AJJ não avance. Mas percebo que os continentais talvez não o mereçam.
2Bs
Se gosta tanto do PSD; se considera que há muitos cuja acção, no seio do partido, só o tem prejudicado; se é necessária uma nova liderança; se as bases do partido são o Portugal Profundo e não a burguesia de Lisboa e do Porto, então, porra, avance com a sua candidatura e não tenha medo de perder! Só que Jardim apenas joga em terreno seguro sabendo, à priori, que será sempre ganhador. Ao bom estilo ditatorial das democracias populares. É bom ficar de fora e zurzir naqueles que tiveram a coragem de avançar, coisa que falta ao Alberto João.
Falou e disse. Na verdade, goste-se ou não do estilo, Jardim captou bem a situação actual do "maior partido da oposição"(?). O futuro esteve, está e estará nas mãos dos baronetes. É uma pena e para verificarem o que lhes acontecerá, folheiem qualquer obra que descreva sumariamente o Partido Regenerador no período 1900-1910. São eles, os mesmos.
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