19.5.08

A ESQUERDA ADITIVA


O sítio do Instituto da Droga e da Toxicodependência parece que tem um subsítio que ensina a consumir drogas, a fazer "charros" e porventura outras actividades edificantes. O subsítio tem um dicionário onde o "malta" pode aprender o que ainda não sabe bem como as tradicionais "faq". Nada disto seria importante se o Instituto não fosse pago com o dinheiro dos contribuintes. Antes do coro, aviso já que possuo uma posição altamente reaccionária acerca da droga e dos drogados, desde os do vulgar "charro" até aos chiques da coca. Aliás, incomoda-me que a nossa jurisprudência obrigue a tratar a toxicodependência como uma doença crónica e os toxicodependentes como uns coitadinhos que precisam de amparo. Um Estado que é desleixado no essencial, rápido em multar por tudo e por nada, perseguidor de hábitos alimentares que não fazem mal a ninguém, etc., etc., devia ter vergonha em privilegiar inutilidades voluntárias. É isto que é ser de "esquerda" e da "moderna"?

16 comentários:

Carlos Sério disse...

Não, as politicas neoliberais é que reduzem o papel Social do Estado à ajuda dos miseráveis,"dos que não deram certo" e os drogados estão seguramente neste caso. Isto é que é ser um neoliberal da modernidade.

Buriti disse...

Na sua "posição altamente reaccionária" não está só. Tenho exactamente a mesma posição e aplaudo quem tem a liberdade de dizê-lo. Neste país em que as opiniões se formam a partir de uma matriz gerada por alguém a quem se atribuiu um estatuto divino, apenas as opiniões que partem de um espírito livre são importantes.

Diz o Padre António Vieira no "Sermão da Sexagésima": "Veio o Espírito Santo sobre os Apóstolos, e quando as línguas desciam do Céu, cuidava eu que se lhe haviam de pôr na boca; mas elas foram-se pôr na cabeça. Pois porque na cabeça e não na boca, que é o lugar da língua? - Porque o que há-de dizer o pregador, não lhe sai só da boca; há-de sair pela boca, mas da cabeça. O que sai só da boca, pára nos ouvidos; o que nasce do juízo, penetra e convence o entendimento."

Anónimo disse...

"de repentemente" o sociais-fascista e outros que tais desantaram a impingir-nos a ideia que os "drógados" (junkies ou white trash) são doentinhos. se querem meter coisas estranhas no organismo tornem-se paneleiros que ficam mais baratos aos contribuintes. deixou de haver vicios:a rabichada e as fufas também são doentinhas por terem ihv e sida. aquilo que se adquire por vontade própria não é doença
PQP
balde-de-cal

Vítor Amado disse...

Boa malha.Subscrevo.

Anónimo disse...

João Gonçalves, aplaudo vivamente o seu post! A verdade, nua e crua,aí está.
O Papa João Paulo II dizia, acerca destas políticas levianas e irresponsáveis de tratar a questão da droga, que não se devia combater um mal com outro mal (porventura maior, digo eu).
A filiação partidária do presidente do IDT é bem conhecida...

Anónimo disse...

Ó João Gonçalves,também eu acho um absurdo que pessoas que têm comportamentos desviantes sejam consideradas doentes.Se fossemos por aí,um assassino seria um pobre coitado que sucumbiu à fraqueza da ambição.
Qualquer outra perversão ou desvio seria motivo para que o criminoso se convertesse em pobre vítima.
Só as pessoas normais e respeitadoras das regras,num passo em falso,seriam causticadas pelo rigor das leis,no fundo isso já acontece um pouco.

Nuno Castelo-Branco disse...

É, é isso mesmo. E duvido muito que exista sequer a mínima intenção de combater a praga. Quando alguém "de autoridade" for jantar ao Bairro Alto, sugiro que entre pela Rua da Rosa (na D. Pedro V) e desça-a a caminho da Rua da Atalaia. Será um milagre se a "excelência" não for abordada por pelo menos uma meia dúzia de comerciantes do ..."queres branca? queres cavalo? queres bolota? queres ache? queres pólen? queres pastilhas?"...

*Queres levar um chuto no pandeiro?!

Pedro Malaquias disse...

Só uma pequena pergunta: chegou a visitar o sítio do IDT?

RPL disse...

Tanta ignorância. Tanto ódio.

Aliás é o que mais ressalta neste blog, neste post e em muitos dos que comentam: ódio.

Donde vem tanto ódio? Ainda por cima em supostos cristãos...

Anónimo disse...

Ok!

A solução existente é péssima, mas diga-me qual é a que propõe?

Tendo em conta que na base elementar do problema está um agricultor que recebe mais por cultivar coca ou papoila, do que por cultivar trigo, fruta, etc.

Veja o problema que está a dar a valorização do trigo e afins, pela procura para bio-combustivel.

segue-se toda uma cadeia de transportadores, transformadores e corruptos, que finaliza em alguém que julga ganhar o céu, acima da chapa 500€, numa versão, noutras "por moda", "conseguir altas performences", etc?

Pelo menos, o site teve o mérito de vos alertar que esta relidade existe, como existe a realidade do "telemóvel do Porto", que se espalharam, qual óleo, muito amis do que imaginam.

E claro, nenhum candidato do PSD ou outro olha para aí ....

Catarina disse...

O sr. JG deveria saber que não cabe ao estado avaliar as "causas morais" das doenças ou das perturbações psicológicas. Um suicida tem exactamente o mesmo direito ao tratamento que todos nós. Pouco importa que tenha cortado as veias ou que tenha sido outro a lho fazer: é tratado em igualdade de circunstâncias. Os médicos, os psiquiatras e afins estão para cuidar, não para fazer juízos morais. Se a conduta médico-social se baseasse em pressupostos da culpa, era um poço sem fundo. A começar pelos fumadores e a terminar nos deprimidos. Pelo meio as inefáveis anorécticas, que, como todos sabem, insistem em morrer sozinhas pondo caritativamente cada prato de comida que lhes damos para o lixo ou para a sanita. Porque é que os seus impostos têm que servir estas adolescentes execráveis? Pense lá um bocadinho, que é capaz de lá chegar, se deixar para trás as suas birras e reacionarismos de pacotilha. Há que ver as coisas - digamos - de um modo mais alargado, isto não é o "não gosto de drogados, que se fodam", fodidos já eles estão. E a maior parte dos comentários acima só me dá vontade de rir. Coitados, que gente tão frustradazinha.

Anónimo disse...

Confesso que a mim não me dá vontade de rir. São comentários de ódio,como já alguem notou,e o ódio com base em segmentos da sociedade é fácil de alastrar,como a História abundantemente demonstra. O J.Gonçalves odeia os drogados,os seus seguidores odeiam os homossexuais,é só aguardar os próximos capítulos,pois devem estar a despontar os pretos,os imigrantes em geral,e porque não os judeus,para tudo ficar como é preciso. E como "limpar" a sociedade de todos estes perversos e anómalos? Exterminação acelerada,como propunha um vosso antepassado? Os campos de concentração,que não lhes desagradariam,saem caros. Expulsão do novo país purificado,mas para onde? Voltemos então aos bons e confirmados métodos. A fogueira no Rossio ou no Terreiro doPaço para todos estes degenerados. Avancem,assumam,proponham! É o tempo da "limpeza do sangue".Vão até ao fim das vossas convicções!

Anónimo disse...

A maior parte dos comentários a este post é de uma inanidade e de uma insanidade difíceis de classificar. O problema da droga não tem uma solução fácil, se porventura a tivesse já estaria resolvido.

Porque será que os "comentadores" se insurgem contra os drogados e não contra os traficantes de droga, os grandes traficantes, entre os quais se inclui (ou incluía) o Vaticano no tempo do famoso arcebispo Marcinkus, braço direito de João Paulo II. Se não houver tráfico de droga, não haverá drogados. Se o Estado permite o tráfico de droga, às claras, então tem responsabilidades relativamente aos drogados.

Não sou um defensor da droga, antes pelo contrário, mas é preciso bom senso, diria mesmo bom senso e bom gosto.

Como escreveu o anónimo das 12:47 AM é preciso muito cuidado com as propostas "levianas" de exclusão (ou eliminação) social. Sabe-se como as coisas começam, mas nunca se sabe onde acabam. Parafraseando Brecht, diria que primeiro são os drogados, depois os homossexuais, depois os ciganos, os pretos, os imigrantes em geral, depois talvez os comunistas, e porque não os fascistas, e assim por diante. Correremos o risco de despovoar todo um país.

Seria salutar que os "comentadores" reflectissem um pouco antes de escrever os dislates que preenchem grande parte dos comentários.

É que não se pode brincar impunemente com coisas sérias. E isto, a bem da Nação!

Anónimo disse...

Creio que a resolução do problema da droga não passa pela eliminação pura e simples dos drogados, dos vendedores e dos produtores de droga.
Mas a droga é um flagelo que deve ser eliminado. E não será com panos quentes que tal eliminação se conseguirá.
A todo o indivíduo que se drogar, mesmo que seja o Presidente da República, porque o exemplo tem de vir sempre de cima, deve ser retirada a liberdade apenas pelo período de tempo necessário para que a falta de droga, que deve ser absoluta, produza o efeito indispensável. No período em que há perda de liberdade estará ocupado a trabalhar, porque o trabalho constituirá uma terapia de cura.
Para os vendedores e produtores, haverá perda da liberdade durante cinco anos, na melhor das hipóteses, durante os quais terão de trabalhar na limpeza de matas, na abertura e reparação de estradas, na construção de edifícios públicos, aeroportos, portos, etc.
As reincidências ou fugas ao cumprimento das penas serão sempre punidos com o agravamento das penas para o dobro

Anónimo disse...

Creio que a resolução do problema da droga não passa pela eliminação pura e simples dos drogados, dos vendedores e dos produtores de droga.
Mas a droga é um flagelo que deve ser eliminado. E não será com panos quentes que tal eliminação se conseguirá.
A todo o indivíduo que se drogar, mesmo que seja o Presidente da República, porque o exemplo tem de vir sempre de cima, deve ser retirada a liberdade apenas pelo período de tempo necessário para que a falta de droga, que deve ser absoluta, produza o efeito indispensável. No período em que há perda de liberdade estará ocupado a trabalhar, porque o trabalho constituirá uma terapia de cura.
Para os vendedores e produtores, haverá perda da liberdade durante cinco anos, na melhor das hipóteses, durante os quais terão de trabalhar na limpeza de matas, na abertura e reparação de estradas, na construção de edifícios públicos, aeroportos, portos, etc.
As reincidências ou fugas ao cumprimento das penas serão sempre punidos com o agravamento das penas para o dobro

Anónimo disse...

Lamentavelmente a ignorância permanece bem viva na nossa sociedade. Acho k o hitler teria muitos apoiantes por ca...
Essa visao redutora da problematica da toxicodependência mantem o estigma social dos consumidores de drogas ilícitas... Partindo do princípio científico que comprova que o alcool é mais toxico e prejudicial k a cannabis, e que toda a gente abusa do alcool (estando este bem enraizado na nossa cultura), sendo este uma DROGA lícita, então somos "todos" toxicodependentes... Pois, se ainda nao sabia, agora ja sabe... E lembre-se: nunca diga nunca!!
As pessoas nao escolhem ser toxicodependentes. Há imensos factores que levam um indivíduo a consumir, e é sobre estes problemas que os cuidados devem incidir.
Esse site que tanto o revolta, é educativo: facutar informação, educar, ensinar boas práticas, prevenir situações de doença, acompanhar, etc...
Pense na educação sexual nas escolas. Certamente nao ensinam os jovens a ter comportamentos de risco, mas sim a identificá-los e saber preveni-los...
E certamente os toxicodependentes sao pessoas doentes, sao doentes. Nao por consumir drogas, mas pelos efeitos e sequelas dos consumos, e sem dúvida o estigma social tem a sua quota parte de culpa. É engraçado pensar que um indivíduo "não-toxicodependente" é considerado doente mental se tiver um surto psicótico ou uma depressão... Mas se for um "toxicodependente", já nao tem direito a ser tratado como tal, não pode ser doente mental...
Gostaria que a sociedade fosse mais humana, principalmente no que toca aos problemas dos outros...