5.5.08

OS DONOS


Parece que o café "A Brasileira", do Porto, à Sá da Bandeira, vai fechar. O edifício foi adquirido por um banco - de que porção de Portugal ou de que português não é dono um banco qualquer? - que não se entende com o arrendatário. Os bancos, cujas administrações praticam transumância com as direcções dos partidos e vice-versa, têm-se revelado altamente prejudiciais à qualidade de vida. "A Brasileira" era o meu "poiso" preferido para almoçar quando ia ao Porto. Sozinho ou acompanhado, foi à mesa ou ao balcão que ruminei, entre outras, conversas tidas ou a ter com personagens da cidade como Manoel de Oliveira ou Agustina. Nessa altura, ainda era vivo como o café. Daqui faço votos para que não vença, uma vez mais, a cupidez, o outro nome da estupidez rapace.

14 comentários:

Anónimo disse...

de acordo com a OCDE 5 milhões de portugueses vivem fora do rectângulo. a diás-porra dos portugueses é superior à dos judeus. fogem à fome e à miséria. a promiscuidade bancos/ partidos políticos devora o país conjuntamente com os 11 mil ricos e o fisco do conde drácula
balde-de-cal

Anónimo disse...

Tenho uma vaga memória de que um dos objectivos do PM era construir uma democracia à imagem dos países nórdicos. É já evidente que se tratou de mais uma promessa esquecida, já que as veredas por onde nos tem desviado apontam para outros rumos. É neste contexto que vamos alijando, como coisa imprestável um precioso lastro cultural, como este se insere. A preservação de memórias, de referências, não faz parte do programa dos novos bárbaros e as promessas são letra morta.

Unknown disse...

Questão de latitude - estamos condenados , "ad aeternum",a ser o Marrocos de Cima...
Convenhamos que a "fauna" também não ajuda...

Anónimo disse...

Mas ... pontes velhas a 'cairem' de velhice, estradas esburacadas, intransitáveis e perigosas, edifícios particulares (antes arrendados e destruídos pelo uso) podres e irrecuperáveis, património nacional em ruínas, pelo desleixo e incúria dos responsáveis ao "serviço" (?) do estado, a 'CULPA DE TODOS OS MALES SOCIAIS' ser (sempre) do anterior governo ... então tudo isto - e mais as mazelas do dia a dia - não será a "PRESERVAÇÃO DE MEMÓRIAS" ???

David R. Oliveira disse...

Ó meu amigo!passo-me!
Inda temos muito que espumar. Isto não tem solução. Repito: Nâo tem solução!Já não vai lá com comportamento respeitosos, troca de opiniões, exercício de contraditório, legitimidades e escrutínios. Não vai!

Um nojo!
Estes gajos são um nojo. Eu borrava a minha cara de merda se alguma vez uma televisão um jornal o que fosse me convidasse, e aceitasse, em ser filmado de olhos lacrim(ijentos) junto ao túmulo do meu avô. São uma bosta! Não sei se o avô valeu de facto alguma coisa. Não tenho idade para isso! mas que o neto –Frederico Delgado Rosa - é, como homem, uma grande merda, ai isso é.
Ele é e os que o secundam, tanto ou mais.
Ontem na televisão “esse”, o neto, Frederico Delgado Rosa, via televisão contou-nos assim, como se passaram as coisas. Assim «... ao passarem o meu avô (Humberto Delgado) disse para a secretária: “Já ali estão! estava ali um carro...” A secretária respondeu-lhe: “Sim! eu também reparei”»
Mais adiante, o neto, conta-nos que «pararam o carro aqui... e dali de cima do cerro apareceu, descendo em sua direcção, o Casimiro...Não! o meu avô caiu de joelhos no chão...» A filha-da-putice, a miséria humana não têm limites.
Estes gajos são porcos... mais porcos que os porcos!

David R. Oliveira disse...

...saem donde menos se espera!
O professor Adelino Maltez "amanda" com uma destas: «Reparo agora como as taxas de desemprego têm sido corrigidas com a continuação da nossa emigração, à procura, noutras partidas, de emprego estrutural e de direito à felicidade.»
Ora, porra! o quê?!!! onde andou até agora?
Chiça! ou reparou agora e só porque « um dos meus filhos, farto de recibos verdes, que procurou noutras paragens a sua realização profissional como trabalhador científico»...
POOORRRAAA! não é possível!
em quem posso depositar o pouco que me resta de confiança e de esperança?

joshua disse...

Gosto muito do A Brasileira e é um local obrigatório do meu dia-a-dia portuense. Um grande mestre da música, autodidacta da sabedoria extrema, meu amigo, não teve como evitar uma caganeira mortal depois de comer um bolinho de nem-me-lembro no A Brasileira.

Quanto ao resto, que Pena! Há cada vez menos portugueses e Portugal é cada vez menos deles.

A próxima vez que cá vieres, temos de tomar um café e juntar o agradável ao agradável, João.

Abraço

PALAVROSSAVRVS REX

Nuno Castelo-Branco disse...

Falando de democracia à imagem dos países nórdicos, adivinhem quem chegou hoje a Portugal? A decência de uma instituição que faz por cá muita falta.
Quanto à Brasileira do Porto. Espero que não seja transformada num monturo de caixilharias de anodizados, balcões em plástico e chão a imitar mármore. Enfim, mais um banco. Uma pouca vergonha.

Nuno Castelo-Branco disse...

Oh David Oliveira, fiquei como ficaste. Uma coisa que não percebi: o Delgado não estava só na companhia da tal secretária? Assim sendo, como é que o netíssimo desencantou o putativo diálogo entre ambos? Através de uma sessão em mesa de pé de galo? talvez...

*LOL!

Anónimo disse...

Um futuro assegurado (e sustentável para alguns):
Continuarmos a assitir à redução da taxa de desemprego;
Por via do aumento da imigração;
Aliás, para quem será o País dos mega projectos do governo, senão para uma população de metade da actual, refugiada na orla costeira?
A «comunidade poli-nucleada» da zona Lisboa - Pôrto, com que o inteligente João Cravinho (um dos donos do sítio) justificava TGV's e Ota's!
Mais do mesmo:
Decénio 1891-1900: 26 mil imigrantes/ano;
Em 1913: 89 mil;
Decénio 1921-30: 325 mil;
Anos 50: 353 mil (1951-60);
1961-70: 681 mil (120 mil em 1966);
Hoje como ontem, o drama continua.
E ninguem aprende nada.
JB

Anónimo disse...

Se há sítio onde se come mal no Porto é n'A Brasileira...Não é por aí que deve ser salva...

Anónimo disse...

Sobre a questão de Humberto Delgado.
O regime actualmente vigente em Portugal vai lançar durante este mês uma grande ofensiva "Delgadista", a pretexto dos 50 anos da campanha eleitoral de 1958. O Regime actual sente cada vez mais o terreno a fugir-lhe debaixo dos pés e não encontra melhor maneira de se tentar legitimar do que tentando furiosamente impingir a ideia de que Salazar era um homem demoniaco e o seu regime era algo de brutalmente desumano, na esperança de conseguir convencer a população de que o regime actual é um grande progresso em relação ao Estado Novo e de que os figurões e figurinhas do regime actual estão etica e moralmente muito acima de Salazar.
http://ww1.rtp.pt/noticias/index.php?article=341985&visual=26&rss=0

Patricia Lança, uma opositora ao Estado Novo e ao estado actual, escreveu há anos um livro politicamente incorrecto, e por isso mesmo silenciado, sobre os acontecimentos que rodearam o assassinato em circunstancias obscuras de Humberto Delgado. O livro está neste site:
http://lanca.patricia.googlepages.com/home

Um outro livro politicamente incorrecto sobre Humberto Delgado:
http://dn.sapo.pt/2006/01/29/nacional/os_trairam_o_general_humberto_delgad.html

Anónimo disse...

O sintoma que algo vai mal na nossa democracia é a obsessão de comparar a situação actual com o regime deposto com a revolução dos cravos. A preocupação em demonstrar que, apesar dos erros cometidos de há 35 anos a esta parte, estamos muito melhor do que no antigamente, sem olhar aos contextos de épocas completamente diversas, é sinal que este regime falhou em questões importantes para o desenvolvimento do País. Para além da liberdade conquistada, continuamos a ser um País com deficiências estruturais graves, não por razões que têm a ver com anterior regime mas com a situação actual em que se vive, por incompetência dos políticos que, salvo raras e honrosas excepções, não têm sido capazes de virar este País para o futuro.

João Pedro disse...

A Brazileira onde o João Gonçalves almoçava devia ser a que fechou há meia dúzia de anos atrás, quando comportava todo o espaço depois deividido em 3. Já em finais dos anos 90 se pressentia o declínio. Este é portanto o segundo fecho. Vamos a ver o que se segue e o que vai acontecer à "Brazileira" original