13.5.08

ESTAR POR TUDO


O bom do eng. Sócrates vai à Venezuela com uma vetusta comitiva de empresários, mais o dr. Pinho e o eng. Lino. Só falta o dr. Mário Soares. Recorde-se que foi ele quem "abriu" as portas ao negócio do regime de Chávez com a GALP e tem sido ele, nos seus artigos e "charlas" pedagógicos, quem mais tem feito, por cá, pela "imagem" do grande democrata venezuelano. O tal que, pouco tempo após as recomendações de Soares, se referia à sua derrota em referendo nacional como uma "vitória de merda" dos outros. Sócrates olha para a Venezuela como uma oportunidade de negócio e Chávez olha para nós com aquela comiseração balofa de quem vive de escoar petróleo um pouco por todo o lado. Sócrates, mal ou bem, vem do ocidente e da Europa dos "direitos humanos", ex-colonizadora da América latina que, nas suas contradições e com a sua expansão, produziu criaturas como o presidente venezuelano. Negociar com ressabiados para quem a humanidade e a singularidade de cada homem contam pouco, a bem do pragmatismo universal em vigor, não diminui seguramente o sargentão. Chávez, achará Sócrates, vale bem uns barris de petróleo. Estamos por tudo.

15 comentários:

Anónimo disse...

hugo chavez & zé chavez com comissões & consignações
a europa e a américa latrinas ("és solo mierda")
todos democratas e socialistas
todos iguais, todos deferentes

Anónimo disse...

Pena é que o escrutínio das oposições não chegue à escolha de amigos do Eng. Sócrates. Porque aí ganhariam trunfos ao apontar que esta amizade, além de ser muito pouco recomendável pela capacidade democrática duvidosa de Chávez, apenas vai (mais uma vez) servir os interesses a que o primeiro-ministro português alegadamente não está sujeito. Quem ganha com estas relações? Os portugueses ou a Galp? A economia portuguesa ou uma empresa de combustíveis que pouco dá ao país a não ser a oportunidade de considerar a bicicleta como veículo possível? Vai impedir que hajam mais aumentos especulativos no preço desses mesmos combustíveis? Não! Então censure-se esta visita que apenas reforça a imagem de que o nosso País continua a vergar-se e a baixar as calças para entrar no círculo da "elite".

Carlos Medina Ribeiro disse...

A propósito de lama:

Não foi o mesmo Sócrates que se recusou a receber o Dalai Lama ('por motivos óvios', como explicou Luís Amado)?

Nuno Castelo-Branco disse...

O Carlos Medina diz que o primeiro-ministro se recusou a receber o Dalai lama. E o "presidente", aliás, os "presidentes"? O Sampaio fez exactamente a mesma coisa. Quanto ao petróleo para o país, é mais uma atoarda porque beneficia única e exclusivamente a GALP e só indirectamente, muito indirectamente, o país. E isto, porque desta forma não saem mais divisas, apenas isto. A gasolina que pagamos é escandalosamente cara e sabemos para onde vai o dinheiro dos impostos: para acessores de luxo hollywoodesco, para as imensas frotas automóveis e respectivos chauffeurs dos ministérios, secretaras de Estado, Banco de Portugal, empresas estatais, etc, para não falarmos nas "comissões de estudos para tudo e mais alguma coisa". Os senhores da comissão para o Centenário da república, têm muito para comemorar.

Anónimo disse...

A quantos politicos portugueses Chavez já encheu os bolsos?E quanto gastou com isso?

VANGUARDISTA disse...

Palavras para que...
São dois socialistas..., um é socrático pragmático e o outro é confessadamente totalitário, mas tem a "chave" do petróleo.

Unknown disse...

A palavra "dignidade" não faz parte do vocabulário desta corja.

Anónimo disse...

SOCRATES E MANUEL PINHO FUMAM NO VOO LISBOA CARACAS
http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1328604&idCanal=12
http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1328623

Uma nova excepção à lei do tabaco parece estar à vista.

Anónimo disse...

O voo era privado, seus burros!

Anónimo disse...

Publico,sua alimária,pago com o dinheiro de todos nós!

Anónimo disse...

Este anónimo das 7:19 PM é mesmo burro, caramba!

Anónimo disse...

Ó Nuno Castelo-Branco, não é acessores, é assessores!

Nuno Castelo-Branco disse...

Claro que é assessores, peço desculpa (acontece vezes demais para meu gosto). Obrigado pela correcção.
Escrever aCessores... estou mais vermelho que um pimento!

Anónimo disse...

Bem, o Nuno pensava tratar-se dos que têm acesso...

Nuno Castelo-Branco disse...

Os que têm ACESSO? eheheheh, estou a perceber. E já agora que andamos de chávez nas mãos,


A blogosfera nacional anda em plena efervescência com o caso do cigarro fumado a bordo do avião da TAP. Não vale a pena entretermos-nos com episódios típicos de um dia a dia primo-ministerial e o lapso, ou melhor, a ilegalidade cometida, proveio certamente do estado de coisas que vem sendo incentivado pelo Poder. O engenheiro Sócrates sabe agora o que realmente é e vale a delação que bem conhecidos circuitos acicatam.
O outro tema de momento, é a visita à Venezuela, país, ou arremedo de país que abriga uma numerosa comunidade de origem portuguesa. O regime chavista e a natureza dos pressupostos que lhe dão corpo são sobejamente conhecidos, pelo que nos eximiremos a mais considerações. Para informação complementar, os leitores deverão consultar a obra de Hergé, especialmente os volumes "O Ídolo Roubado" e "Tintim e os Pícaros", onde decerto o caudilho orinoconense se inspirou.
A visita de Sócrates é benéfica sob vários prismas. Primeiramente, o esvaziamento da presença espanhola, ou pelo menos, o seu declínio, suscitará saudáveis impulsos no sentido da ocupação de posições que garantem amplos proventos e desta forma, Sócrates fez bem. A Venezuela está no caminho certo para se tornar em mais um Estado pária, ombreando com Cuba, Coreia do Norte ou Irão, no sinuoso caminho condutor a futuros não muito ridentes. Portugal é o parceiro ideal para um lavar de cara. País antigo, membro da União Europeia e da NATO, pátria-mãe do Brasil, é um desejável conviva à mesa do opulento banquete. Mas a soberania vale o que vale e não podemos forçar os venezuelanos e as suas castas dirigentes a seguir modelos alheios. Em grande medida, as culpas da presente situação hoje vivida naquele país, cabem inteiramente às oligarquias conotadas com as direitas que esbulharam a seu bel--prazer, os recursos que deviam ter sido mais equitativamente repartidos. Chávez aproveitou a oportunidade oferecida e parodiando Mussolini no "Grande Ditador" de Chaplin, subiu ao palco do estrelato internacional.
A única questão que poderá derivar rapidamente para claro óbice de conduta, é esta. Poderá o senhor primeiro-ministro garantir que os acordos celebrados entre o reino de Portugal e a Venezuela beneficiarão o país como um todo? Ou servirão apenas para impulsionar certos e bem conhecidos interesses privados subsidiadores e subsidiários do regime? É esta a questão.
Se o eng. José Sócrates nos der uma explicação cabal e sem sofismas acerca do lucro colectivo a recolher pelos portugueses, só poderei aplaudir o olhar de águia, o golpe de génio. No caso de a realidade ser a contrária, enfim, não perderemos todos por esperar o muito que haverá para dizer. E as consequências e as responsabilidades caberão inteiramente a quem colheu momentâneos proventos.