15.5.08

DO PIOR

A economia. Outro assunto que não vem nas "fichas" preparadas para Sócrates. Sobretudo porque as "fichas" não são feitas lá fora. E porque a propaganda aprecia ignorar a realidade até ao limite. A economia, num lance, pode mudar tudo. Nunca há "fichas" preparadas para as coisas sérias. Quando se fizer o balanço da legislatura ver-se-á que o governo se limitou ao fogacho espectacular. Não temos a certeza que a mesma gente que, por junto, prometeu "novas oportunidades", cento e cinquenta mil empregos novos e índices de crescimento que a realidade teima em puxar para baixo possa "aguentar" as coisas. Mesmo descontando a apatia geral da pátria, não é possível retirar dos bolsos o que lá não está. Isto cria uma responsabilidade acrescida ao PSD que, manifestamente, não consta que navegue (ou venha a navegar a curto prazo) em condições de estar à altura dela. O mito socrático esfarelar-se-á à conta do ilusionismo dele e do "realismo" da vida, infinitamente mais rica, para melhor e para pior, do que a imaginação. Isto promete. Do pior.

6 comentários:

Anónimo disse...

Pois a ficha da rábula da cigarrada ilegal já está pronta.O homem já tem guião.

Ontem estava muito arrependido,mas já lhe passou,eis de novo a arrogância de pequeno tirano.

O traste fez a lei anti-tabagista mais agressiva de que há memória e tem a suprema lata de pedir desculpa?

Não tem que pedir desculpa,pague a multa!!!

Mas parece que o vígaro não está para aí virado,as leis são para os outros.

Caracas, 15 Mai (Lusa) -- O primeiro-ministro, José Sócrates, condenou hoje os comportamentos de calvinismo moral radical de figuras que o atacaram por ter fumado segunda-feira no voo da TAP entre Lisboa e Caracas.
"Acho que Portugal tem uma lei de tabaco boa, que deve ser aplicada e que promove a saúde pública. Mas não gosto que se aproveitem de qualquer episódio para me atacarem politicamente. A esses só falta mesmo pedir que, quem prevarica, se meta na prisão e seja chicoteado na praça pública".

E é isto tudo a que temos direito.Querias multa? Toma!

Anónimo disse...

O porcalhão imoral diz agora que a culpa é do pobre do Calvino.Porque não da Santa Inquisição ou do Fundamentalismo Islâmico?Se isto é a propósito de fumar quais serão os responsáveis pelos claros sinais de recessão da economia portuguesa?Os extra-terrestres?

Anónimo disse...

A gente lê e a gente pasma. Não acho piada nenhuma a esta maltosa do PS, pelo menos desde PS. Mas, ler estas prosas dos "pequeninos", até parece que essa mesma gente, Sócrates e afins, anda toda contente por ter prometido 150 mil postos de trabalho e não o ter feito. Isto e o resto. Por incompetêncio não o faço, mas quem se atira a estas coisadas tem a obrigação de explicar o porquê da incompetência do engenheiro e comandita. Porque essa mesma incompetência não se mede pelo incumprimento de promessas, mede-se metro a metro nas explicações dos porquês dessa mesma incompetência. Que, claro está, está a vista. Conclusão minha: a causa da nossa angústia generalizada não está em mais coisa nenhuma a não ser nesta tarefa perdida na génese de querer ser europeu, querer ser mais europeu que os europeus, porque Portugal é bem mais africano que europeu. A nossa mundividência de séculos é ao sul e não ao norte, é idisossincrática, única, excepcional, os nossos azimutes estão trocados, enganados, encalhados... Portugal é único, logo não comparável, logo estes números não fazem sentido, refiro os do crescimento económico, porque essa porra toda em nada se traduz na forma como encaramos o mundo, como gozamos o dia a dia, como estamos bem... na verdade estragamos uma História para criar outra para a qual não temos vocação. Salazar errou total e esbodegadamente no conteúdo, mas acertou na forma. Temos que ser queridos, procurados, admirados pela nossa excepcionalidade. Na comparação actual perderemos sempre, na criação ou recuperação de paradigmas antigos, esquecidos, seremos melhores. Agostinho da Silva tinha razão, o seu pensamento deve ser, forçosamente recuperado para recuperar este país à deriva. E já não há muito tempo!!!!!

Anónimo disse...

"inca-pazes" no poder.
a propaganda dos goebels do rato já não ajuda.
está aí o salazarismo das obras públicas de 1933 com as suas "novas oportunidades" no sector altamente reprodutivo do betão. com a ajuda high-tech do MIT

Nuno Castelo-Branco disse...

O anónimo das 9.01 acertou bem na coisa. Andamos a fazer de conta que o passado é para esquecer, mas ele cá está, na nossa pele, nas cantarias dos Jerónimos e nos parentes que nos chegam todos dias de além-Atlântico. Entretanto, o regime fez tudo ao contrário da prudente política de outrora, apostando numa única direcção e pior, no vizinho que sabemos bem o que sempre quis, quer e quererá. Não vale a pena este fazer de conta de que "tudos isto é normal, é a globalização, patati-patatá".
Se os negócios chávistas forem benéficos para Portugal, tudo bem, porque se não formos nós, serão os nossos "amigos da onça" europeus. Guerra é guerra. Vamos a ver se o governo começa a olhar para sul, onde o português é língua oficial. Agradece-se.

*O Calvino? Era um traste da pior espécie!

Anónimo disse...

Quanto ao Calvino não sei.É muito difícil que se possa defender dos ataques do Sócrates e do Sr Castelo-Branco.

Quanto ao discípulo de Maquiavel,está-se a sair muito bem.

Como referia o Mestre. "Há três tipos de cérebros: os que compreendem por si,os que compreendem aquilo que foi pensado por outros,e os que não compreendem nem por si nem pelos outros.Sempre que um homem possa discernir o bem e o mal nas palavras e nos actos dos demais,ainda que ele próprio não tenha engenho,identifica as boas e más acções do ministro,exalta umas e corrige outras;e o ministro não pode esperar enganá-lo,e mantém-se no bom caminho."

Combatendo os primeiros e desinformando os segundos o Caudilho côr-de-rosa garante um novo mandato.

Portugal tem de facto um paradigma diferente da europa industrial e protestante.Mas não somos africanos,nunca fomos.
Somos um povo que sempre foi cioso da sua liberdade e conseguiu ser charneira entre civilizações.
Talvez por isso bebemos um pouco aqui e acolá.